Explicaê

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Duas almas   

Ó tu, que vens de longe, ó tu, que vens cansada,   

entra, e sob este teto encontrarás carinho:   

eu nunca fui amado, e vivo tão sozinho,   

vives sozinha sempre, e nunca foste amada...   

A neve anda a branquear, lividamente, a estrada,   

e a minha alcova tem a tepidez de um ninho.   

Entra, ao menos até que as curvas do caminho    

se banhem no esplendor nascente da alvorada.   

E amanhã, quando a luz do sol dourar, radiosa,   

essa estrada sem fim, deserta, imensa e nua,   

podes partir de novo, ó nômade formosa!   

Já não serei tão só, nem irás tão sozinha.   

Há de ficar comigo uma saudade tua...   

Hás de levar contigo uma saudade minha...    

   

   WAMOSY, Alceu. Duas almas. In: WAMOSY, Alceu. Livro dos sonetos. Porto Alegre: L&PM.  

O verso do poema que comprova a ideia de que o relacionamento proposto pode ser passageiro é  



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