Texto base: Leia o texto a seguir. A árvore que dá caneta
O seu Gonçalves recebeu o sobrinho para uma temporada de férias no sítio. Era sempre assim, quando entrava de férias o sobrinho Eurico vinha para o interior. Andando pelos campos, sabe como é estudante em férias, onde o tio ia ele ia atrás. Tinham ido levar sal para um gado que ficava num pasto distante da sede da propriedade. Era de tarde, e para aproveitar bem a presença no campo, que é sempre agradável, eles foram e estavam voltando a pé. Desde que deixaram o pasto, o sobrinho deu de testar a inteligência do tio. O tio caía em todas. Assuntos de física quântica, física não sei das quânticas, pressão tromosférica, urânio, bomba atômica. E o sobrinho ia tirando uma com o tio em todas. O tio só de rabo de olho nele. E o sobrinho perguntava se o tio sabia o que era cálcio, e o tio não sabia, e era aquela gozação. Passando próximos de uma árvore bem folhada e frondosa, o tio parou e falou:
-Sobrim, tá veno essa arve?
-Estou sim, tio.
-Essa arve dá caneta.
-Ah, tio, é invenção sua!
-Tô ti falano, essa arve dá caneta.
-Não acredito!
-Tô te falano. U teu tio ia minti pro cê ?! Vai lá di baxo e conferi. É qui já foi u tempo de caneta, mais as veis ocê consegue vê arguma qui num caiu. O sobrinho foi até embaixo da árvore. Deu certo que era uma amoreira em fim de tempo de amora, tinha só umas espalhadas aqui e ali. Deu certo que tinha um sanhaço num galho acima, e sabe como é, deu uma soltada, sabe como é passarinho, não sabe segurar vontade. Tpéf! Uma daquelas borradas de acertar em cheio. Bem no ombro do sobrinho. Uma roda assim azulada da fermentação das amoras que ele tinha comido. O seu Gonçalves não aguentou, já logo gritou:
- Ah, meu sobrinho, acontece de arguma tá sem tampa! BARALDI, Leomar. Disponível em: <http://www.redepeabirus.com.br/redes/form/post?pub_id=12815.>. Acesso em: 31 out. 2014.
Enunciado:
O texto A Árvore que dá caneta é predominantemente narrativo, porque