Leia atentamente o trecho abaixo:
A Guerra do Peloponeso
Ali não estavam em jogo apenas território e riqueza, mas dois estilos opostos de vida. De um lado, a democracia de Atenas. De outro, a conservadora Esparta, comandada por uma pequena elite militarizada. E as duas não lutaram sozinhas. Atenas liderava as cidades-Estado filiadas à Liga de Delos, promovendo seu modelo democrático em todas elas. Já Esparta era a líder de outro grupo de comunidades, a Liga do Peloponeso, em que a regra era o governo oligárquico.
ONÇA, Fabiano. Atenas vs. Esparta: Guerra Fria (do Peloponeso). Revista Aventuras na História, São Paulo, abr. 2018.
Disponível em: <https://bit.ly/2nxs1kx>. Acesso em: 11 ago. 2018.
A Guerra do Peloponeso evidencia que o modelo político da Grécia antiga foi desenvolvido pela
Questões relacionadas
- Língua Portuguesa | 2. Gramática
Assiste à demolição
– Morou mais de vinte anos nesta casa? Então vai sentir “uma coisa” quando ela for demolida.
Começou a demolição. Passando pela rua, ele viu a casa já sem telhado, e operários, na poeira, removendo caibros. Aquele telhado que lhe dera tanto trabalho por causa das goteiras, tapadas aqui, reaparecendo ali. Seu quarto de dormir estava exposto ao céu, no calor da manhã. Ao fundo, no terraço, tinham desaparecido as colunas da pérgula, e a cobertura de ramos de buganvília – dois troncos subindo do pátio lá embaixo e enchendo de florinhas vermelhas o chão de ladrilho, onde gatos da vizinhança amavam fazer sesta e surpreender tico-ticos.
Passou nos dias seguintes e viu o progressivo desfazer-se das paredes, que escancarava a casa de frente e de flancos jogando-a por assim dizer na rua. Os marcos das portas apareciam emoldurando o vazio. O azul e as nuvens circulavam pelos cômodos, em composição surrealista. E o pequeno balcão da fachada, cercado de ar, parecia um mirante espacial, baixado ao nível dos míopes.
A demolição prosseguiu à noite, espontaneamente. Um lanço de parede desabou sozinho, para fora do tapume, quando já cessara na rua o movimento dos lotações.
Caiu discreto, sem ferir ninguém, apenas avariando – desculpem – a rede telefônica.
A casa encolhera-se, em processo involutivo. Já agora de um só pavimento, sem teto, aspirava mesmo à desintegração. Chegou a vez da pequena sala de estar, da sala de jantar com seu lambri envernizado a preto, que ele passara meses raspando a poder de gilete, para recuperar a cor da madeira. E a vez do escritório, parte pensante e sentinte de seu mecanismo individual, do eu mais íntimo e simultaneamente mais público, eu de gavetas sigilosas, manuseadas por um profissional da escrita. De todo o tempo que vivera na casa, fora ali que passara o maior número de horas, sentado, meio corcunda, desligado de acontecimentos, ouvindo, sem escutar, rumores que chegavam de outro mundo – cantoria de bêbados, motor de avião, chorinho de bebê, galo na madrugada.
E não sentiu dor vendo esfarinharem-se esses compartimentos de sua história pessoal. Nem sequer a melancolia do desvanecimento das coisas físicas. Elas tinham durado, cumprido a tarefa. Chega o instante em que compreendemos a demolição como um resgate de formas cansadas, sentença de liberdade. Talvez sejamos levados a essa compreensão pelo trabalho similar, mais surdo, que se vai desenvolvendo em nós. E não é preciso imaginar a alegria de formas novas, mais claras, a surgirem constantemente de formas caducas, para aceitar de coração sereno o fim das coisas que se ligaram à nossa vida.
Fitou tranquilo o que tinha sido sua casa e era um amontoado de caliça e tijolo, a ser removido. Em breve restaria o lote, à espera de outra casa maior, sem sinal dele e dos seus, mas destinada a concentrar outras vivências. Uma ordem, um estatuto pairava sobre os destroços, e tudo era como devia ser, sem ilusão de permanência.
Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Cadeira de balanço. 12. ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1979.
Vocabulário
caibro s.m. elemento estrutural de um telhado, geralmente peças de madeira que se dispõem da cumeeira ao frechal, a intervalos regulares e paralelas umas às outras, em que se cruzam e assentam as ripas, frequentemente mais finas e compridas, e sobre as quais se apoiam e se encaixam as telhas
pérgula s. f. espécie de galeria coberta de barrotes espacejados assentados em pilares, geralmente guarnecida de trepadeiras
buganvília s.f. designação comum às plantas do gênero bougainvillea, trepadeira, muito cultivadas como ornamentais de flanco s. m. pela lateral
marco s. m. parte fixa que guarnece o vão de portas e janelas, e onde as folhas destas se encaixam, prendendo-se por meio de dobradiças
tapume s. m. cerca ou vala guarnecida de sebe que defende uma área; anteparo, geralmente de madeira, com que se veda a entrada numa área, numa construção
lambri s. m. revestimento interno de parede, usado com fim decorativo ou para proteger contra frio, umidade ou barulho; feito de madeira, mármore, estuque, numa só peça ou composto por painéis, que vão até certa altura ou do chão ao teto (mais usado no plural) caliça s.f. conjunto de resíduos de uma obra de alvenaria demolida ou em desmoronamento, formado por pó ou fragmentos dos materiais diversos do reboco (cal, argamassa ressequida) e de pedras, tijolos desfeitos
lote s. m. porção de terra autônoma que resulta de loteamento ou desmembramento; terreno de pequenas dimensões, urbano ou rural, que se destina a construções ou à pequena agricultura Fonte: HOUAISS, A. e Villar, M. de S. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Elaborado no Instituto Antônio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro.
Objetiva, 2009.
No trecho “Ao fundo, no terraço, tinham desaparecido as colunas da pérgula…”, a preposição presente no termo sublinhado encontra o mesmo emprego, quanto à relação de sentido, na preposição presente no termo sublinhado na sentença da alternativa:
- Geografia | A. Globalização
A dimensão econômica da globalização é, de longe, a mais analisada e a mais debatida, o que talvez se deva aos seus impactos imediatos no cotidiano das pessoas ou à hegemonia da economia no mundo atual. A globalização, no entanto, não se limita à dimensão econômica.
Eustáquio Sene. Globalização e espaço geográfico. São Paulo: Editora Contexto, 2004 (com adaptações).
No que se refere às dimensões da globalização, julgue o item seguinte.
Com a mundialização do capital, os fluxos financeiros atingem alto grau de mobilidade, o que gera conflito entre interesses dos operadores do sistema e reais necessidades dos países.
- Língua Portuguesa | 1.3 Voz Autoral, Crítica e Perspectiva do Eu-Lírico
A PRECÁRIA E MISTERIOSA MÚMIA DE 32
Filme bom é filme antigo? Lógico que não, mas “A Múmia”, 1932, põe a frase em xeque.
Sua refilmagem, com Brendan Fraser no elenco, ainda corre nos cinemas brasileiros, repleta de humor e efeitos visuais.
Na de Karl Freund, há a vantagem de Boris Karloff no papel-título, compondo uma múmia aterrorizadora, fiel ao terror dos anos 30.
Apesar de alguma precariedade, lança um clima de mistério que a versão 1999 não conseguiu, tal a ênfase dada à embalagem. Daí “nem sempre cinema bom são efeitos especiais” deveria ser a tal frase.
Folha de S. Paulo, Caderno Ilustrada, 4 ago. 1999.
No processo de convencimento do leitor, o autor desse texto defende a ideia de que
- Geografia | 7.1 Ordem Geopolítica
(UEFS) A perestroika e a glasnost espalharam-se entre os povos do Leste europeu, ressentidos da dominação soviética e preocupados com as crescentes dificuldades econômicas. Durante 1989 e 1990, os europeus orientais demonstraram sua insatisfação com a liderança comunista e exigiram reformas democráticas.
(PERRY. 2002. p. 657)
O contexto histórico nos quais os termos perestroika e glasnost foram aplicados no texto diz respeito
- História - Fundamental | 02.1. O brasil indígena
a. Cite a quais tipos de trabalho eram submetidos os indígenas escravizados.
b. Apresente os fatores que contribuíram para a substituição da escravidão indígena pela dos africanos.