Excesso de companhia
Os anjos cercavam Marilda, um de cada lado, porque Marilda, ao nascer, ganhou dois anjos da guarda.
Em vez de ajudar, atrapalhou. Um anjo queria levar Marilda a festas, o outro à natureza. Brigavam entre si, e a moça não sabia a qual deles obedecer. Queria agradar aos dois, e acabava se indispondo com ambos.
Tocou-os de casa. Ficou sozinha, sem apoio espiritual, mas também sem confusão. Os dois vieram procurá-la, arrependidos, pedindo desculpas.
— Só aceito um de cada vez. Passa uns tempos comigo, depois mando embora, e o outro fica no lugar. Dois anjos ao mesmo tempo é demais.
Agora Marilda é o anjo da guarda dos seus anjos, um de cada vez.
Andrade, Carlos D. de. Contos plausíveis. Rio de Janeiro: José Olympio, 1985. p. 77. Adaptado.
Em relação ao trecho “Passa uns tempos comigo, depois mando embora, e o outro fica no lugar”, é correto afirmar sobre os verbos: