7. Os poros das tramas
Materiais
- Computadores com acesso à internet;
- Meias de nylon reaproveitadas;
- Materiais aromáticos como cravo, canela, açafrão, etc.;
- Bolinas de gude ou pedrinhas redondas;
- Elástico, fitas adesivas e grampos.
Atividade
1 - Peça que os alunos coletem, previamente, meias de nylon, meias calças e similares.
2 - Mostre para a sala as obras de Ernesto Neto e proponha uma releitura coletiva, se possível, em um local coletivo da escola.
3 - Após realizada a instalação, façam um debate abordando as questões processuais e estéticas, dificuldades e resultados. Se possível, coletem depoimentos de participantes da obra.
NETO, Ernesto. Paramos aqui apenas no momento,2002. Instalação. Lycra, cravo, açafrão, pimenta, 450 x 600 x 800 cm.
NETO, Ernesto. Egg Bed Crystal Shell A, 2014. Instalação. Compensado de madeira, tecido, espuma de poliuretano, pedras semi-preciosas e polias.
Questões relacionadas
- Língua Portuguesa - Fundamental | 9.15 Fábula
POR QUE OS MACACOS VIVEM EM ÁRVORES?
Um dia, Leopardo estava admirando seu reflexo na água da lagoa. Uma das coisas que Leopardo mais gostava de fazer era ficar se admirando. Ele se olhava para ter certeza de que todos os seus pelos estavam penteados e que todas as suas manchas estavam nos lugares certos. Isso demorava um tempão, mas Leopardo não se incomodava. Finalmente ele ficou satisfeito, pois nada estava comprometendo sua beleza, e virou-se para ir embora. Naquele exato momento, um de seus filhos correu até ele dizendo:
- Papai! Papai! Você vai entrar no concurso?
- Que concurso? – Leopardo quis saber. Se fosse um concurso de beleza, claro que ele iria participar.
- Eu não sei. Corvo, o Mensageiro, passou voando por aqui e disse que Rei Gorila está promovendo um concurso.
Sem mais uma palavra, Leopardo partiu. Foi em direção nor-nordeste, virou à direita na amoreira e continuou su-sudeste até chegar a um grande buraco na terra. Deu cinco voltas no buraco, tomou a direção norte com uma cambalhota até chegar a uma clareira no meio da floresta e era lá que Rei Gorila se encontrava.
Rei Gorila estava sentado em seu trono. À sua frente, do outro lado da clareira, estavam sentados todos os animais num semicírculo. No meio, entre Rei Gorila e os animais estava um grande monte do que parecia ser uma poeira preta.
Leopardo olhou em volta com dignidade. Então, reagiamente dirigiu-se até seu amigo Leão.
- O que é aquilo? – perguntou, apontando para o monte de poeira preta.
- Não sei – respondeu Leão. – Rei Gorila disse que dará um pote de ouro a quem conseguir comer aquilo num só dia. Eu consigo comer numa hora.
Leopardo riu.
- Pois eu comerei em meia hora.
Foi a vez de Hipopótamo dar risada.
- Do tamanho que minha boca é, como aquele monte de uma abocanhada só.
Chegou a hora do concurso. Rei Gorila fez os animais escolherem números para ver em que ordem cada um participaria. Para grande desapontamento de todos, Hipopótamo tirou o número 1.
Hipopótamo andou até o monte de poeira preta. Era maior do que ele havia suposto. Era grande demais para ser engolido de uma só vez. Mesmo assim, Hipopótamo abriu sua boca o máximo que pôde e deu uma mordida na poeira preta. Começou a mastigar. De repente, ele deu um pulo e soltou grito. Gritou tão alto que derrubou as orelhas das galinhas e é por isso que até hoje as galinhas não têm orelhas.
Hipopótamo gritou e Hipopótamo berrou. Hipopótamo urrou e Hipopótamo uivou. Então, começou a espirrar e a chorar e as lágrimas escorriam por sua face como se ele estivesse no chuveiro. Hipopótamo correu até o rio e bebeu toda a água que conseguiu, o que era muita água mesmo, para refrescar sua boca, língua e sua garganta.
Os animais não entendiam o que havia acontecido com Hipopótamo, mas nem ligaram. Estavam felizes, pois teriam uma chance de ganhar o pote de ouro. É claro que, se eles soubessem que o monte de poeira preta era, na verdade, um monte de pimenta do reino, talvez não quisessem o ouro.
Ninguém estava mais feliz do que Leopardo, porque ele havia tirado o número 2. Ele andou até o monte preto e cheirou-o.
- AAAAAATCHIIIIIMMMMMM!
Leopardo não gostou daquilo, mas então se lembrou do pote de ouro. Ele abriu bem a boca, deu uma dentada e começou a mastigar e engolir. Leopardo deu um pulo, acompanhado de um salto mortal duplo de costas e gritou. Ele berrou e uivou e, finalmente, começou a espirrar e a chorar, as lágrimas escorrendo pelo rosto como uma cachoeira. Leopardo correu até o rio e lavou a boca, a garganta e a língua.
O próximo foi o Leão, e a mesma coisa aconteceu com ele, bem como com todos os outros animais. Finalmente só restou Macaco. Ele aproximou-se de rei Gorila.
- Eu sei que conseguirei comer tudo do que quer que seja, mas depois de cada dentada, vou precisar deitar-me na mata e descansar.
Rei Gorila disse que estava bem. Macaco foi até o monte preto, pegou um bocadinho com a língua, engoliu foi até a mata. Minutos depois, macaco voltou, pegou mais um pouquinho, engoliu e foi até a mata.
Em pouco tempo, o monte já quase se acabara. Os animais estavam espantados de ver que Macaco estava conseguindo fazer o que eles não haviam conseguido. Leopardo também não podia acreditar no que via. Ele subiu numa árvore e esticou-se num galho grosso para tentar ver melhor. Do alto do galho, Leopardo conseguia enxergar dentro da mata, onde macaco ia descansar. Espere um minuto! Leopardo achou que havia algo errado com sua vista, pois parecia haver uma centena de macacos escondidos no meio da mata. Ele esfregou os olhos e deu uma espiadela. Não havia nada de errado com seus olhos. Havia mesmo centenas de macacos no meio da mata e eram todos parecidos!
Naquele instante, ouviu-se o som de aplausos. Rei Gorila anunciou que Macaco ganhara o concurso e o pote de ouro. Leopardo soltou um grunhido tão apavorante que até Rei Gorila ficou com medo. Leopardo não pensava em outra coisa senão nos macacos. Então, deu um lindo salto de cima da árvore até bem no meio do centro da mata onde os macacos estavam escondidos.
Eles correram em todas as direções. Quando os animais viram os macacos saindo correndo da mata, perceberam que haviam sido enganados e começaram a persegui-los. Até Rei Gorila participou da perseguição. Ele queria seu ouro de volta.
A única maneira que os macacos encontraram para escapar foi subir no topo das árvores mais altas, onde ninguém, nem mesmo Leopardo, conseguia alcançá-los. E é por isso que os macacos vivem nas árvores até hoje.
(Fonte: LESTER, Julius. Conte outra vez, quantas manchas tem um leopardo? E outras histórias. Revista Ciência Hoje para as crianças, ano 17, n.144, p. 12-13, mar. 2004.)
Nesta lenda, encontramos explicações relacionadas aos macacos e às galinhas. Complete o quadro com a explicação da lenda para as perguntas:
- Geografia - Fundamental | 4.1 Extrativismo: Vegetal, Animal e Mineral
Leia as informações a seguir.
É o maior corpo florestal do planeta. Ultrapassa os limites das fronteiras políticas de países, ocupando as bacias do Orinoco e do próprio Amazonas, avançando pelos seus afluentes e penetrando ao norte nos territórios da Guiana, Suriname e Guiana Francesa. A oeste é encontrada até os pés dos Andes, em terras bolivianas, peruanas, equatorianas e colombianas. “Mais de 12% da área original dessa vegetação já foram destruídos devido a políticas governamentais inadequadas, modelos inapropriados de ocupação do solo e à pressão econômica, que levou à ocupação desorganizada e ao uso não sustentável dos recursos naturais. (...) As queimadas e o desmatamento tornaram-se constantes. Até o ano de 2000 mais de 415 mil Km2 tinham sido desmatados. O total da área queimada foi 2,5 vezes maior. Em algumas localidades, como Porto Velho (RO), os aeroportos chegaram a ser fechados algumas vezes por causa da fumaça das queimadas.”
Disponível em: <http://www.vivaterra.org.br/florestaamazonica.htm-/>.Acesso em: 01 out. 2012.
A devastação no domínio vegetal retratado no texto ocorre em função
- Biologia | 4.4 Núcleo Interfásico e Divisão Celular
(UEFS) A mais importante inovação metabólica da história do planeta foi a evolução da fotossíntese. Através dela, a vida se libertou da escassez deste ou daquele componente material. A fotossíntese anaeróbia surgiu nas bactérias. Garimpando a energia da luz solar, esses primeiros produtores de víveres (provavelmente, coletores de sulfeto de coloração verde, como o moderno Chlorobium) geraram alimento e energia utilizável para o resto da biosfera. Foram os primeiros autotrófitos.
(MARGULIS; SAGAN, 2002, p. 113).
O padrão de organização celular presente nos organismos mencionados no texto apresenta determinadas características que permitem diferenciá-la do outro padrão de organização.
Pode-se afirmar como uma dessas características a:
- Química | 3.4 Propriedades Físicas dos Compostos Orgânicos
No processo de industrialização da mamona, além do óleo que contém vários óxidos graxos, é obtida uma massa orgânica, conhecida como torta de mamona. Essa massa tem potencial para ser utilizada como fertilizante para o solo e como complemento em rações animais devido a seu elevado valor proteico. No entanto, a torta apresenta compostos tóxicos e alergênicos diferentemente do óleo da mamona. Para que a torta possa ser utilizada na alimentação animal, é necessário um processo de descontaminação.
Revista Química Nova na Escola. V. 32, no 1, 2010 (adaptado).
A característica presente nas substâncias tóxicas e alergênicas, que inviabiliza sua solubilização no óleo de mamona, é a
- Língua Espanhola | 1.3 Modelo de Questão: ENEM X Tradicional
Texto 1
Pessoas habitadas
[1] Estava conversando com uma amiga, dia
desses. Ela comentava sobre uma terceira
pessoa, que eu não conhecia. Descreveu-a
como sendo boa gente, esforçada, ótimo
[5] caráter. "Só tem um probleminha: não é
habitada". Rimos. Uma expressão coloquial na
França - habité‚ - mas nunca tinha escutado
por estas paragens e com este sentido.
Lembrei-me de uma outra amiga que, de forma
[10] parecida, também costuma dizer "aquela ali
tem gente em casa" quando se refere a
pessoas que fazem diferença.
Uma pessoa pode ser altamente confiável,
gentil, carinhosa, simpática, mas, se não é
[15] habitada, rapidinho coloca os outros pra
dormir. Uma pessoa habitada é uma pessoa
possuída, não necessariamente pelo demo,
ainda que satanás esteja longe de ser má
referência. Clarice Lispector certa vez escreveu
[20] uma carta a Fernando Sabino dizendo que
faltava demônio em Berna, onde morava na
ocasião. A Suíça, de fato, é um país de contos
de fada onde tudo funciona, onde todos são
belos, onde a vida parece uma pintura, um
[25] rótulo de chocolate. Mas falta uma ebulição que
a salve do marasmo.
Retornando ao assunto: pessoas habitadas
são aquelas possuídas por si mesmas, em
diversas versões. Os habitados estão
[30] preenchidos de indagações, angústias,
incertezas, mas não são menos felizes por
causa disso. Não transformam suas
"inadequações" em doença, mas em força e
curiosidade. Não recuam diante de
[35] encruzilhadas, não se amedrontam com
transgressões, não adotam as opiniões dos
outros para facilitar o diálogo. São pessoas que
surpreendem com um gesto ou uma fala fora
do script, sem nenhuma disposição para serem
[40] bonecos de ventríloquos. Ao contrário,
encantam pela verdade pessoal que defendem.
Além disso, mantêm com a solidão uma relação
mais do que cordial.
Então são as criaturas mais incríveis do
[45] universo? Não necessariamente. Entre os
habitados há de tudo, gente fenomenal e
também assassinos, pervertidos e demais
malucos que não merecem abrandamento de
pena pelo fato de serem, em certos aspectos,
[50] bastante interessantes. Interessam, mas
assustam. Interessam, mas causam dano. Eu
não gostaria de repartir a mesa de um
restaurante com Hannibal Lecter, "The
Cannibal", ainda que eu não tenha dúvida de
[55] que o personagem imortalizado por Anthony
Hopkins renderia um papo mais estimulante do
que uma conversa com, sei lá, Britney Spears,
que só tem gente em casa porque está grávida.
Que tenhamos a sorte de esbarrar com
[60] seres habitados e ao mesmo tempo
inofensivos, cujo único mal que possam fazer
seja nos fascinar e nos manter acordados uma
madrugada inteira. Ou a vida inteira, o que é
melhor ainda.
MEDEIROS, Martha. In: Org. e Int. SANTOS, Joaquim Ferreira dos. As Cem Melhores Crônicas Brasileiras. Objetiva, 324-325.
Assinale com V o que for verdadeiro e com F o que for falso em relação ao que se diz sobre o excerto transcrito: “Uma pessoa pode ser altamente confiável, gentil, carinhosa, simpática, mas, se não é habitada, rapidinho coloca os outros pra dormir. Uma pessoa habitada é uma pessoa possuída, não necessariamente pelo demo, ainda que satanás esteja longe de ser má referência” (linhas 13-19).
( ) Ser confiável, gentil, carinhoso e simpático são qualidades desejáveis para todo ser humano, mas são qualidades que não bastam para que alguém seja “uma pessoa habitada”.
( ) Entenda-se, neste contexto, que colocar rapidinho os outros para dormir significa ser enfadonho, não ter nada de interessante para dizer.
( ) Quando se diz que alguém é uma pessoa possuída ou uma pessoa que está possuída, pensa-se logo na possessão demoníaca, algo extremamente indesejável. Há, no entanto, uma quebra de expectativa: a possessão de que se fala não é a demoníaca. O fato de não se tratar desse tipo de possessão não invalida a possibilidade de que a de satanás possa ser uma boa referência desse fenômeno.
( ) O raciocínio exposto acima configura um raciocínio que leva à noção gramatical de concessão.
Está correta a sequência