Leia o texto. Os dois bonitos e os dois feios Rachel de Queiroz Nunca se sabe direito a razão de um amor. Contudo, a mais frequente é a beleza. Quero dizer, o costume é os feios amarem os belos e os belos se deixarem amar. Mas acontece que às vezes o bonito ama o bonito e o feio o feio, e tudo parece estar certo e segundo a vontade de Deus, mas é um engano. Pois o que se faz num caso é apurar a feiura e no outro apurar a boniteza, o que não está certo, porque Deus Nosso Senhor não gosta de exageros; se Ele fez tanta variedade de homens e mulheres neste mundo é justamente para haver mistura e dosagem e não se abusar demais em sentido nenhum. […] O texto acima foi publicado no livro Um alpendre, uma rede, um açude,
José Olympio Editora – Rio de Janeiro, e extraída de “As cem melhores
crônicas brasileiras”, Ed. Objetiva. Rio de Janeiro, 2007, p. 120.
Organização e introdução de Joaquim Ferreira dos Santos.
Em “ Mas acontece que às vezes o bonito ama o bonito e o feio o feio, e tudo parece estar certo e segundo a vontade de Deus, [...]”, o termo em destaque dá ideia de: