Texto base: Observe a imagem a seguir. Disponível em: <http://goo.gl/RJgahZ>. Acesso em: 03 abr. 2015.
Enunciado:
A charge procura satirizar as
Questões relacionadas
- Língua Portuguesa | 1. Interpretação de Textos
(ITA) 1José Leal fez uma reportagem na Ilha das Flores, onde ficam os imigrantes logo que chegam. E falou dos equívocos de nossa política imigratória. 2As pessoas que ele encontrou não eram agricultores e técnicos, gente capaz de ser útil. Viu músicos profissionais, bailarinas austríacas, cabeleireiras lituanas. Paul Balt toca acordeão, Ivan Donef faz coquetéis, Galar Bedrich é vendedor, Serof Nedko é ex-oficial, Luigi Tonizo é jogador de futebol, Ibolya Pohl é costureira. Tudo 15gente para o asfalto, “para entulhar as grandes cidades”, como diz o repórter.
6O repórter tem razão. 3Mas eu peço licença para ficar imaginando uma porção de coisas vagas, ao olhar essas belas fotografias que ilustram a reportagem. Essa linda costureirinha morena de Badajoz, essa Ingeborg que faz fotografias e essa Irgard que não faz coisa alguma, esse Stefan Cromick cuja única experiência na vida parece ter sido vender bombons 11– não, essa gente não vai aumentar a produção de batatinhas e quiabos nem 16plantar cidades no Brasil Central.
7É insensato importar gente assim. Mas o destino das pessoas e dos países também é, muitas vezes, insensato: principalmente da gente nova e países novos. 8A humanidade não vive apenas de carne, alface e motores. Quem eram os pais de Einstein, eu pergunto; e se o jovem Chaplin quisesse hoje entrar no Brasil acaso poderia? Ninguém sabe que destino terão no Brasil essas mulheres louras, esses homens de profissões vagas. Eles estão procurando alguma coisa12: emigraram. Trazem pelo menos o patrimônio de sua inquietação e de seu 17apetite de vida. 9Muitos se perderão, sem futuro, na vagabundagem inconsequente das cidades; uma mulher dessas talvez se suicide melancolicamente dentro de alguns anos, em algum quarto de pensão. Mas é preciso de tudo para 18fazer um mundo; e cada pessoa humana é um mistério de heranças e de taras. Acaso importamos o pintor Portinari, o arquiteto Niemeyer, o físico Lattes? E os construtores de nossa indústria, como vieram eles ou seus pais? Quem pergunta hoje, 10e que interessa saber, se esses homens ou seus pais ou seus avós vieram para o Brasil como agricultores, comerciantes, barbeiros ou capitalistas, aventureiros ou vendedores de gravata? Sem o tráfico de escravos não teríamos tido Machado de Assis, e Carlos Drummond seria impossível sem uma gota de sangue (ou uísque) escocês nas veias, 4e quem nos garante que uma legislação exemplar de imigração não teria feito Roberto Burle Marx nascer uruguaio, Vila Lobos mexicano, ou Pancetti chileno, o general Rondon canadense ou Noel Rosa em Moçambique? Sejamos humildes diante da pessoa humana: 5o grande homem do Brasil de amanhã pode descender de um clandestino que neste momento está saltando assustado na praça Mauá13, e não sabe aonde ir, nem o que fazer. Façamos uma política de imigração sábia, perfeita, materialista14; mas deixemos uma pequena margem aos inúteis e aos vagabundos, às aventureiras e aos tontos porque dentro de algum deles, como sorte grande da fantástica 19loteria humana, pode vir a nossa redenção e a nossa glória.
(BRAGA, R. Imigração. In: A borboleta amarela. Rio de Janeiro, Editora do Autor, 1963)
Assinale a opção em que o termo grifado é conjunção integrante:
- Matemática | 1.04 Equação do 1º Grau
Uma pessoa comprou três nichos quadrados para decorar uma das paredes de sua sala, que tem formato retangular, com 420 centímetros de largura. Um dos nichos é maior, e seu lado mede o dobro do lado dos dois nichos menores, que são idênticos. As bases inferiores dos três objetos estão à mesma altura e alinhadas paralelamente ao chão conforme ilustra a imagem. As distâncias entre os nichos e entre os nichos e as paredes laterais são todas iguais a 75 centímetros.
A medida, em centímetro, do lado do nicho central é
- Biologia | 15.3 Evidências Evolutivas
A sobrevivência de ninhadas de fi lhotes de aves requer muitos cuidados, envolvendo grande gasto de energia por parte dos pais. Em função disso, em várias espécies, outros indivíduos da população manifestam um comportamento altruísta: deixam de reproduzir para auxiliar nos cuidados com a prole alheia. O gráfi co a seguir representa a probabilidade de ajuda de indivíduos da população em função de seu grau de parentesco com os pais.
Com base no gráfico, conclui-se que a principal vantagem desse comportamento altruísta é:
- Biologia | 13.7 Interação Gênica
Sabe-se que, na espécie humana, o formato do lóbulo da orelha é uma característica hereditária determinada por um par de alelos, do qual o alelo recessivo é responsável pelo lóbulo preso ou aderente. A hemofilia é um distúrbio da coagulação sanguínea, o qual é condicionado por um alelo recessivo localizado no cromossomo X. Analise o heredograma abaixo e responda qual é a probabilidade do segundo filho homem do casal 9 x 10 nascer com o lóbulo da orelha preso e ser hemofílico.
- Língua Portuguesa - Fundamental | 5.3 Personificação ou Prosopopeia, Ironia e Gradação
O espelho da Copa
Brasília — A Copa do Mundo de 2014 foi uma espécie de hidra. Houve a cabeça do espetáculo do esporte, a do irracionalismo nacionalista, a da surpresa positiva dentro e fora dos estádios, a da ameaça de fiasco organizacional, a do legado incerto, aquela que instigou protestos nas ruas, e por aí vai.
Mas o sorteio dos grupos da Copa iluminou um aspecto: a dificuldade do Brasil em lidar com sua própria imagem.
O melhor exemplo veio de Manaus. Antes do sorteio, o técnico da Inglaterra reclamou da hipótese de jogar em um lugar quente e úmido – para não falar nos bichos perigosos que transmitem perebas insondáveis, como lembrou a imprensa britânica (não sem razão).
Qual foi a resposta brasileira à esportivamente correta preocupação? O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB), disse, com sua habitual finesse de lutador de jiu-jítsu, que os ingleses não seriam bem-vindos. Poderia ter falado sobre as maravilhas amazônicas para turistas em potencial, mas preferiu amarrar o nome de Roy Hodgson na boca de um sapo e jogar o batráquio num igarapé.
Só deu meio certo: a Inglaterra caiu no “grupo da morte”, mas pegaria a Itália em… Manaus. Depois, Virgílio tentou consertar, mas era tarde.
O episódio é banal, mas revelador da inconstância de um país isolado historicamente. Ora somos vira-latas, ora enchemos o peito de orgulho para desafiar o mundo; a política externa do país é um exemplo acabado de como isso pode ser prejudicial na prática.
Disponível em: <www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/142632-o-espelho-da-copa.shtml>. Acesso em: 26 jan. 2016. Adaptado
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Sabendo-se que a ironia consiste em afirmar algo a fim de sugerir uma ideia contrária, pode-se constatar que o autor foi irônico em