Explicaê

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Leia-a e observe-a com atenção.

 

 

"O palhaço é a alma do circo", diz Picolino

   O palhaço Picolino, de 86 anos, fala sobre essa figura que encanta e diverte adultos e crianças  

  Por   Daniella Cornachione  

   

      

  O que vem à cabeça de seu filho quando ele pensa em       circo   ? Entre malabaristas, trapezistas e mágicos, o       palhaço       é um dos principais símbolos da arte circense. Para falar sobre essa figura tão especial, a Crescer entrevistou alguém com muita experiência: Roger Avanzi, que faz o papel de       Picolino       há 54 anos.       

  O pai de Roger foi o italiano Nerino Avanzi, dono do famoso Circo Nerino. A mãe foi a francesa de família tradicional circense, Armandine. "Eu comecei a trabalhar no circo nove meses antes de nascer", diz. Roger tinha 32 anos quando substituiu o pai no papel de palhaço principal. "Sou o Picolino II, meu pai foi o primeiro", diz. O Circo Nerino parou de funcionar em 1964, mas Roger continua atuando até hoje.  

      

  CRESCER – O que é ser palhaço?    

      

  PICOLINO –    Eu sempre recito um poema que pode responder bem à sua pergunta: "Ser palhaço é saber disfarçar a própria dor. É saber esconder que também é sofredor, porque se o palhaço está sofrendo, ninguém deve perceber, pois o palhaço nem tem o direito de sofrer”.  

 

CRESCER – Qual é a importância do palhaço pro circo?  

 

PICOLINO – Ele é o personagem principal. Podem existir muitos outros artistas, mas se não tiver um palhaço, o circo não serve. Ele é a alma do circo. E quando dizem que a nossa alegria é ver o circo pegar fogo, é de verdade – só que no bom sentido. O palhaço sempre quer ver a plateia animada.    

      

  CRESCER – Tudo no circo é muito lúdico para a criança. Mas o palhaço parece ser ainda mais encantador. Por quê?  

 

PICOLINO – O palhaço é bonito, colorido, engraçado e gentil com a criança. E, ao contrário de muitos adultos, que não gostam de brincar, o palhaço gosta e se diverte com isso.  

      

  CRESCER – A relação do palhaço com a plateia mudou ao longo do tempo?       

      

  PICOLINO:       O circo está sempre mudando, o palhaço também. Antigamente, o palhaço ficava só no picadeiro e não envolvia a plateia nas brincadeiras. Hoje, ele se comunica muito com o público, chama as pessoas para brincar no picadeiro e vai até elas na plateia.  

      

  CRESCER – Qual é a palhaçada de que as crianças mais gostam?  

 

PICOLINO – Ah, isso é difícil dizer. Todo mundo gosta quando o palhaço cai. Eu fazia isso de propósito, para divertir as pessoas. Só que às vezes eu errava mesmo, e acabava me machucando. Mas valeu a pena!    

      

  CRESCER – Criança tem medo de palhaço ou isso é uma bobagem?  

      

  PICOLINO –    As crianças têm gostos muito particulares. Eu me lembro de quando animava festas de aniversário e, muitas vezes, o próprio aniversariante ficava com medo de mim. Acho que é porque o palhaço é uma figura diferente e a criança pode se assustar. Mas, em algumas dessas ocasiões, aquela criança que não se aproximava no início logo entrava na brincadeira...  

      

  CRESCER – Você ainda trabalha como palhaço?  

            

PICOLINO – Continuo trabalhando em circo apenas quando me convidam para fazer espetáculos especiais. Apesar de estar com 86 anos, ainda pinto a cara de Picolino! O que mais tenho feito são palestras para falar sobre o meu personagem. Eu tenho tanta coisa pra contar, que acabo fazendo uma salada!

CRESCER – E afinal, qual é o segredo para viver tantos anos e tão bem?  

      

  PICOLINO –    Ser feliz! A felicidade me ajuda a viver bem. Tudo o que fiz, se tivesse que fazer de novo, faria com toda alegria e boa vontade! A vida de circo é maravilhosa.    

      

                                                                      Revista Crescer – Brincar + Aprender – Edição 198, Maio de 2010.    

      

  Fonte: http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI65982-10531,00.html – 23/5/2010 – adaptado.  

      

  A vida de circo é maravilhosa.  

      

Em seu ponto de vista,   o que você, como leitor da entrevista, pode pensar a respeito desta última frase dita pelo Palhaço Picolino, destacada acima, de acordo com todo o contexto?