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Candido Portinari foi um artista que dedicou sua vida ao registro da cultura de seu povo e de seu país.
Brasileiro, nasceu em Brodósqui, cidade do interior paulista, em 1903. Sua terra natal seria lembrada em suas pinturas. Na Fazenda Santa Rosa, onde morava, observava os colonos trabalhando na roça e, assim, pintava coisas e pessoas do interior, exaltando a gente que produz e trabalha pelo país. Para Portinari, o processo produtivo é o da agricultura da região, seus cafezais, seus milharais, sua cana de açúcar, seus arrozais.
A obra de Portinari foi intensa e diversificada. Pintou diferentes temas: tipos regionais do Brasil, como cangaceiros e índios; retratos; músicos; o homem do campo; e principalmente crianças. Portinari adorava pintar crianças brincando, e dizia: "Sabem por que que eu pinto tanto menino em gangorra e balanço? Para
botá-los no ar, feito anjos." Pintando crianças brincando em mangueiras frondosas ou participantes de
"peladas" de futebol e de festas de São João, todas elas trazem a lembrança da vida rural. A criança, agrupada em bandos, é apresentada com roupas claras e rústicas, geralmente em movimento, com gestos largos ou de posse de brinquedos manufaturados. Espantalhos, pipas, luas e estrelas são elementos recorrentes que refletem o apego à cultura rural e à paisagem do interior.
Este universo infantil é povoado de elementos lúdicos, como brinquedos, brincadeiras e jogos: "Nossos brinquedos eram variados, conforme o mês, e também havia os para o dia e os para a noite. Para o dia eram: gude, pião, arco, avião, papagaio, bilboquê, ioiô, botão, balão, malha e futebol. Para a noite: pique, barra-manteiga, pulandocarniça, etc."
E sobre uma exposição de Portinari intitulada "Interior de Portinari", seu filho escreveu:
"... Acho que vai ficar emocionante, o título já diz tudo: "Interior de Portinari". Olha que dupla imensidão: o interior dele, pessoa humana e artista, e o interior que ele retratou em tantos esboços, desenhos, gravuras, pinturas e afrescos, esse interiorzão que é orgulho do Brasil, este que tem os pés solidamente plantados neste chão abençoado, este que não precisa se deslumbrar com o que vem com "griffe" de fora, porque sabe qual é o seu lugar, simples como mesa posta, café quentinho no fogão de lenha..." (João Candido Portinari).
Portinari faleceu em 1962, aos 59 anos, vítima de intoxicação provocada pelas tintas a óleo que utilizava em suas obras.
http://www.fundacaoromi.org.br/images/Downloads/6encontroeducadores/oficna16portinari.pdf
Converse com a turma sobre o trabalho do artista Candido Portinari e peça para que cada aluno pesquise em livros e sites na internet um pouco sobre o assunto, buscando principalmente visualizar imagens de obras do artista. Depois das pesquisas realizadas abra uma roda de discussão e pergunte aos alunos quais os temas percebidos nas obras do artista, onde eles acham que o artista se inspirou e como ele pintou esses temas. Certamente a infância, brinquedos e brincadeiras são temas que eles deverão perceber na obra de Portinari.
Prepare algumas leituras de obras de Portinari cujo tema seja a infância, brinquedos e brincadeiras. Por exemplo:
Peça aos alunos para fazerem um chapéu de dobradura (pequeno), distribua folhas de papel canson tamanho A4 e giz de cera e oriente-os a colar o chapeuzinho na folha e desenhar uma criança usando esse chapéu. Ao criar o personagem criança nesse trabalho artístico através do desenho, sugira que criem uma cena para esse personagem.
Depois dos trabalhos prontos, peça para colarem o desenho em um pedaço de papel cartão preto, maior do que o papel A4, formando assim uma moldura. Auxilie a turma na montagem de uma mostra dos trabalhos.
Para complementar a atividade os alunos poderão confeccionar dobradura de chapéu de tamanho maior para eles usarem e também levarem para a sala piões. Organize a brincadeira com os piões.
Menino com pião.