Converse com a turma sobre esse tema, e sugira que busquem informações em livros, revistas, jornais e sites da internet. É interessante que os alunos também tenham a oportunidade de visualizar esse tipo de manifestação contemporânea. Incentive-os a procurar no site Youtube alguns exemplos como: http://www.youtube.com/watch?v=9ms7MGs2Nh8&NR=1
Compartilhe com a turma o texto abaixo, uma reportagem sobre o grupo Sankai Juku e abra uma roda de discussão, instigue-os a compreender as intenções da dança contemporânea com um olhar mais perspicaz. Use o grupo Sankai Juku como exemplo, através dessa reportagem, que mostra justamente esse lado, artistas que conseguem dizer através de expressões corporais o que talvez seria difícil dizer com meras palavras.
Grupo Sankai Juku traz o butô, a “dança das trevas” ao Brasil
Espetáculo de butô Kagemi - Além das Metáforas de Espelho será apresentado em São Paulo
25.08.2007
O Japão do pós-guerra era um misto de indignação e dor. E um estilo de dança mostrou ao mundo as feridas e a decadência dessa sociedade: o butô.
Não por acaso, a dança foi rejeitada em seu próprio país. Mas ganhou o mundo com sua estética impressionante e temas polêmicos. Ficou conhecida como a “dança das trevas”.
Criada nos anos 60 por Tatsumi Hijikata (1928-1986), o butô surgiu como uma espécie de ruptura com tudo o que se produzia no Japão antes da Segunda Guerra Mundial. Os ideogramas da palavra butô significam “dançar/manipular” e “pisar o solo/marcar passo”, o que dá ideia da teatralidade da dança, que até hoje não consta dos calendários oficiais como uma arte típica japonesa.
Além de Hikijata, outro mestre máximo do butô é Kazuo Ohno, uma lenda dessa arte que celebrizou a dança da luz, uma contraposição a dança das trevas de Hikijata.
Um dos principais herdeiros da tradição do mestre Hikijata é o Sankai Juku, grupo criado em 1975. O nome Sankai Juku significa “oficina da montanha e do mar”, uma referência aos dois elementos característicos da geografia japonesa. A companhia já esteve no Brasil com a peça Unetsu (Ovos em Pé por Curiosidade) e agora apresenta Kagemi -Além das Metáforas de Espelho dias 4 e 5 de setembro, no Teatro Alfa, em São Paulo.
A coreografia do grupo, composto por sete bailarinos, é de Ushio Amagatsu, um herdeiro da arte de Hikijata que, antes de dançar butô formou-se na escola de dança clássica e moderna de Tokyo. “Kage, em kagemi, significa “sombra”.
É também jogo de luz, de claro e escuro, reflexo que se divide na superfície da água. Mi significa “ver”. Kage-mi dá origem a kagemi, “espelho”; origem da luz, superfície que se olha. Em Kagemi os artistas, pintados de branco dançam em sete cenas construídas com areia e água, cinzas e sangue, vida e morte. Para Amagatsu, o palco é como o curso de um rio, “água densa e volumosa que flui”. É como se os bailarinos flutuassem tamanha a delicadeza e refinamento da coreografia, como elfos em uma floresta de flores de lótus.
Confira entrevista com mestre da dança butô Ushio Amagatsu, criador do Sankai Juku
Made in Japan - Quais os principais elementos do butô atual?
Ushio Amagatsu - Em minha opinião, o butô atualmente aborda dois grandes temas: a “diferença” e a “universalidade”. E é por causa dessas diferenças que a cultura existe e faz com que as pessoas possam interagir sentimentos e emoções entre si.
MJ - Por que o Brasil foi escolhido para integrar o roteiro da turnê mundial do grupo em 2007?
Amagatsu - Fizemos uma turnê do Kagemi no outono de 2006 pela América do Norte e México. Não visitamos o Brasil desde a performance de 2000, em São Paulo, por isso incluímos o país na turnê do nosso novo trabalho.
MJ - Quem influenciou o seu estilo de dançar?
Amagatsu - Conheci Kazuo Ohno por meio de Hijikata Tatsumi e ambos são fortes influências na minha dança. Sentia uma forte conecção com a consciência em relação ao estilo de Ohno, mas creio que eu puxei mais o lado de Hijikata.
MJ - Como o público japonês corresponde às apresentações de butô?
Amagastu - Não tenho notado distanciamento em relação ao Sankai Juku. Sinto que os japoneses também têm uma forma diferente de causar impressões.
Sankai Juku
Kagemi – Além das Metáforas de Espelho
Programa:
I – Ventos das profundezas aquáticas
II – Dois espelhos que imitam
III – Ecos do olhar que é olhado
IV – Sob a luz à beira d’água
V – Diálogo ilimitado
VI – Vazio / Cheio
VII – Kiraru / Akiraru: flutuação e sedimentação
http://madeinjapan.uol.com.br/2007/08/25/grupo-sankai-juku-traz-o-buto-a-danca-das-trevas-ao-brasil/
Divida a turma em grupos e distribua para cada grupo um tema, buscando temas polêmicos e difíceis de ser abordados. Peça aos alunos que desenvolvam através de expressões corporais uma apresentação de dança contemporânea inspirada no grupo Sankai Juku. Lembre-os de utilizarem músicas instrumentais, para seguirem uma mesma linha de indução sem palavras. O figurino deverá ser o mais simples possível, como por exemplo, colant de uma só cor, rosto pintado de branco ou preto.
Combine com os alunos uma apresentação no auditório da escola.