Explicaê

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"Antomarchi" - atores Ricardo Moreira e Joelma Cavalcanti

Nos tempos atuais, graças a uma tecnologia “virtual” que tem conquistado cada vez mais admiradores, no caso específico da imagem, a luz diáfana da telinha vem influenciando no gosto sobretudo visual de muita gente. Das mais incautas às pessoas que se dizem fiéis ao cinema e, aparentemente, se arvoram como avaliadoras das diversas performances da arte-do-filme, em suas nuanças de luz e de cor.

O fato é que se tem abandonado, de havia muito, os conceitos estéticos e simbólicos narrativos primordiais à Dramaturgia do Cinema. Fundamentos primeiros na construção de um bom filme, em cores ou em preto&branco, seja ele de ação, drama, ficção... Pouco importa a sua temática, desde que esse filme seja trabalhado com o mínimo de apuro técnico fiel às normas tradicionais do bom cinema.

A opinião acima, longe de ser retrógrada ou saudosista imprime certo raciocínio de responsabilidade artística com uma das artes eletrônicas mais antigas que se passou a conhecer. Herdando da Fotografia o claro-escuro, inicialmente em preto e branco, o Cinema jamais deixará de ser a Arte do “look-er-on”, sobretudo. Por mais que se queira dá ao cinema uma feição “nova”, com as atuais pirotecnias virtuais computadorizadas modificadoras de sua essência.

De quando em vez, fico meditando sobre a estranheza de algumas afirmações, muitas vezes manifestadas por escrito, de que o cinema de hoje deveria ser mais “visual”, com cenas brilhantes e claras como um dia de sol. Será que o cinema de hoje também não é construído sob tal propósito, quando lhe cabe determinadas “afirmações” narrativas? Mas, convenhamos, o cinema não é só cenas claras e brilhantes como se tem na tv...

O filme “Antomarchi”, por exemplo, lançado recentemente inclusive dentro do Fest-Aruanda, no Tambaú, é construído sob alguns parâmetros técnicos e narrativos, em que o CLARO e o ESCURO são intencionais como proposta de discurso. Mesmo tendo sido produzido em HDV, cujo recurso tecnológico é, aparentemente, diáfano. Se, por ventura, algum “crítico” se chocou com as cenas escuras do filme... lamento dizer que estão esquecendo da boa Gramática do Cinema.

 

Em “Antomarchi”, as sequências em que o “monge” resgata a vida do enfermo, numa cama de hospital, e em seguida liberta a jovem mãe de um cativeiro, ambas as sequências (resgate da vida e do sequestro) são icônicas, em razão da própria figura inusitada do monge de negro. O contraste desses momentos está na luz de uma “aurora de liberdade” contemplada pela jovem mãe, ainda sob o resguardo do monge. Cinema, em verdade, continua a ser luz e sombra. Sem nenhum embargo à afirmação do grande Fellini – “Cinema é Luz!”.

ALEX SANTOS – Vice-Presidente da Academia Paraibana de Cinema, professor e cineasta.

  

http://alexsantospb.blogspot.com/2010/12/cinema-continua-ser-luz-e-sombra.html

 

Converse com a turma sobre o efeito de luz e sombra no cinema, o assunto já foi abordado na pintura e na fotografia, peça aos alunos para pesquisarem a luz e sombra no cinema em livros, revistas e sites na internet. Depois de realizadas as pesquisas, abra uma roda de discussão para os alunos compartilharem as informações pesquisadas.

 

Escolham um filme para assistirem com a atenção voltada para a observação da luz e sombra, analisem as cenas mais escuras e mais claras relacionando com as situações expressas na cena e com os sentimentos expressos na cena também.

 

Divida a turma em grupos e proponha aos grupos criarem alguns pequenos roteiros onde o efeito de luz e sombra é o mais importante. Peça para ilustrarem com desenhos em preto e branco que mostrem esses efeitos planejados para as cenas.