Explicaê

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 [...] Alunos em sala de aula. Professor de história a todo o vapor com matéria nova. O tema? A Revolução Francesa e, em especial, a Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão. Foi quando a Ciça levantou a mão e colocou em discussão uma dúvida que há algum tempo a incomodava: "E os direitos dos adolescentes, existe algo a respeito do assunto?"  

Foi então que o Gustavo rapidamente entrou no papo e disse: "É mesmo, e a gente, como é que ficamos na área dos direitos? Somos reconhecidos? Temos representatividade?"  

Ao que o Bruno rapidamente emendou: "Se não tiver nada a respeito dos direitos dos adolescentes nós mesmos podemos pensar e produzir uma carta que nos proteja e oriente."  

Imediatamente o professor Marcelo se manifestou dizendo que no Brasil há o Estatuto da Criança e do Adolescente. Começou a explicar o que era, ou ao menos tentou, pois a essa altura dos acontecimentos a classe já estava a mil por hora pensando na elaboração de um documento próprio.  

Sonia, a representante de sala, logo se colocou à frente do grupo e emendou: "O Estatuto da Criança e do Adolescente é importante, reconhecido e tal, mas é da criança em primeiro lugar e não dos adolescentes, específico, olhando para nossas necessidades. Precisamos de algo que corresponda aos nossos desejos, anseios, sonhos..." [...]  

Como Marcelo, o professor de História, percebeu, o tema era quente e, por conta disso, logo viu que havia ali oportunidade para um trabalho muito interessante com os alunos e envolvendo ainda colegas de outras matérias, como o Álvaro de Geografia, a Bia de Literatura ou a Mariana de Filosofia.  

Foi então que controlou logo a turba antes que a Bastilha na sala de aula viesse abaixo e encomendou a produção da Declaração dos Direitos dos Adolescentes a ser criada a partir daqueles 34 garotos e garotas [...]  

Sentaram-se então todos eles, espalhados pela escola, alguns na quadra, outros na biblioteca e até uns mais despachados pelas áreas de convívio, os pátios e jardins. Haviam resolvido, todos reunidos antes destes pequenos grupos de estudo se juntarem, que o foco do documento a ser criado seriam o respeito a individualidade, a privacidade e as escolhas pessoais ou dos adolescentes como um todo.  

Discutiram por dias a fio. Consultaram livros, foram atrás de pessoas que entendessem de leis, viram vídeos no YouTube, fizeram buscas no Google. Tudo o que foi possível fazer, que estivesse ao alcance deles, assim o fizeram. Consultaram de forma permanente aos professores que respaldaram o projeto. [...] Combinaram então que, quando tudo estivesse pronto iriam fazer uma mostra sobre a adolescência na escola. [...]  

Como todo documento criado por pessoas, ainda mais por adolescentes, também este foi elogiado e criticado. Sempre acham que faltou alguma coisa ou que algum item poderia ter sido melhor redigido. De qualquer modo, o mais importante foi que todos e cada um em particular, entre os participantes, se sentiram muito valorizados em participar desta iniciativa. [...]  

   

Disponível em: <https://goo.gl/I0WUsZ>. Acesso em: 6 fev. 2017. (Fragmento)  

   

   

  • Aproveitando as dicas apresentadas no texto, solicite aos alunos a criação de uma Declaração dos Direitos dos Adolescentes (DDA) com 10 artigos.
  • Requisite também uma pesquisa sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente brasileiro, com o objetivo de fundamentar teoricamente a atividade.
  • Solicite o apoio de professores de outros componentes curriculares da escola para orientarem os alunos.
  • Ao término da elaboração, teste a aplicação da DDA criada pelos alunos, identificando em quais artigos as situações a seguir se enquadram