Texto base: A lenda da Iara, a sereia [...] A Iara vivia num lago escondido no meio da floresta. Era muito bonita. Tinha cabelos negros muito longos e olhos tão verdes quanto a água do lago. A sereia cantava as suas músicas estranhas, deitada sobre uma pedra, apanhando sol tal como todas as meninas gostam de fazer. Um índio chamado Jaguarari caçava na floresta quando ouviu aquele som maravilhoso que vinha detrás das árvores. Escondendo-se atrás de um arbusto, espiou a moça. Só conseguia observar da cintura para cima, não vendo o seu rabo de peixe furta-cor. Ficou lá ouvindo a cantoria até adormecer enfeitiçado. Quando acordou, a moça não se encontrava mais lá. O rapaz voltou para a aldeia muito triste por não ter tido coragem de falar com ela. Não sabia o seu nome, nem de onde vinha. Desde aquele dia, passou a procurar a moça nas tribos das redondezas. Ninguém sabia de uma menina tão bela que cantasse músicas tão lindas. Decidiu voltar para o lago, pois ela poderia aparecer por lá. O índio era o mais belo dos rapazes. Era forte, alto, um grande caçador. Sabia tudo de plantas e animais. Todas as moças queriam casar com ele. Mas o moço só pensava na desconhecida. Um dia, a sereiazinha apareceu nadando no lago e então ele pôde ver um rabo de peixe enorme batendo na água. Não podia acreditar que a moça era uma sereia. Nunca tinha visto uma, só tinha ouvido lendas muito antigas contadas pelos seus antepassados. Ela começou a cantar aquelas melodias estonteantes e ele ficou ainda mais apaixonado. Aproximando-se do rapaz, disse que se chamava Iara. Convidou-o para nadar com ela. Não sabia que ele era diferente. Nunca tinha visto um homem também. Quase arrastou o Jaguarari para o fundo do lago. O moço apaixonado explicou que poderia morrer afogado. Assustada, Iara desapareceu no lago. O coitado nunca mais teve sossego. Só pensava na amada. Não queria saber de caçar ou pescar, só queria vê-la outra vez. Não queria mais viver sem ela. Remava dia e noite pelos lagos daquela imensa floresta até o dia que, numa noite de luar, a sua canoa desapareceu. Aquela estranha canção podia ser ouvida por toda a parte. Era uma canção feliz. Dizem que Iara levou o Jaguarari para sempre. Disponível em: http://vida-de-indio.blogspot.com.br. Acesso em: 13 mar. 2018.
Enunciado:
As lendas indígenas contam histórias sobre costumes e crenças de seu povo. As informações a seguir apresentam características comuns desse tipo de narrativa, exceto