A MÃO DA LIMPEZA
Gilberto Gil, 1984
O branco inventou que o negro
Quando não suja na entrada
Vai sujar na saída, ê
Imagina só
Vai sujar na saída, ê
Imagina só
Que mentira danada, ê
Na verdade a mão escrava
Passava a vida limpando
O que o branco sujava, ê
Imagina só
O que o branco sujava, ê
Imagina só
O que o negro penava, ê
Mesmo depois de abolida a escravidão
Negra é a mão
De quem faz a limpeza
Lavando a roupa encardida, esfregando o
chão
Negra é a mão
É a mão da pureza
Negra é a vida consumida
ao pé do fogão
Negra é a mão
Nos preparando a mesa
Limpando as manchas do
mundo com água e sabão
Negra é a mão
De imaculada nobreza
Na verdade a mão escrava
Passava a vida limpando
O que o branco sujava, ê
Imagina só
O que o branco sujava, ê
Imagina só
Eta branco sujão
Disponível em: <http://www.gilbertogil.com.br/sec_discografia_obra.php?id=310>.
Acesso em: 11 jan. 2009.
Os versos de Gilberto Gil apresentam uma crítica