Uma praça com a forma de quadrilátero convexo é delimitada pelas seguintes quatro ruas:
• as ruas Bahia e Maranhão, que são paralelas entre si;
• a rua Piauí, que é perpendicular às ruas Bahia e Maranhão;
• a rua Ceará, que cruza as ruas Bahia e Maranhão, mas não é perpendicular a elas.
O terreno dessa praça tem a forma de um:
Questões relacionadas
- Língua Portuguesa | 2.2 Morfologia
Texto 1
Um novo A B C
[1] Aquela velha carta de A B C dava
arrepios. Três faixas verticais borravam a
capa, duras, antipáticas; e, fugindo a elas,
encontrávamos num papel de embrulho o
[5] alfabeto, sílabas, frases soltas e afinal
máximas sisudas.
Suportávamos esses horrores como um
castigo e inutilizávamos as folhas
percorridas, esperando sempre que as
[10] coisas melhorassem. Engano: as letras eram
pequeninas e feias; o exercício da
soletração, cantado, embrutecia a gente; os
provérbios, os graves conselhos morais
ficavam impenetráveis, apesar dos esforços
[15] dos mestres arreliados, dos puxavantes de
orelhas e da palmatória.
“A preguiça é a chave da pobreza”,
afirmava-se ali. Que espécie de chave seria
aquela? Aos seis anos, eu e os meus
[20] companheiros de infelicidade escolar, quase
todos pobres, não conhecíamos a pobreza
pelo nome e tínhamos poucas chaves, de
gavetas, de armários e de portas. Chave de
pobreza para uma criança de seis anos é
[25] terrível.
Nessa medonha carta, que rasgávamos
com prazer, salvam-se algumas linhas.
“Paulina mastigou pimenta.” Bem.
Conhecíamos pimenta e achávamos natural
[30] que a língua de Paulina estivesse ardendo.
Mas que teria acontecido depois? Essa
história contada em três palavras não nos
satisfazia, precisávamos saber mais alguma
coisa a respeito da aventura de Paulina.
[35] O que ofereciam, porém, à nossa
curiosidade infantil eram conceitos idiotas:
“Fala pouco e bem: ter-te-ão por alguém”.
Ter-te-ão! Esse Terteão para mim era um
homem, e nunca pude compreender o que
[40] ele fazia na última página do odioso folheto.
Éramos realmente uns pirralhos bastante
desgraçados.
Marques Rebelo enviou-me há dias um A
B C novo. Recebendo-o, lembrei-me com
[45] amargura da chave da pobreza e do
Terteão, que ainda circulam no interior.
A capa da brochura que hoje me aparece
tem uns balões — e logo aí o futuro cidadão
aprende algumas letras. Na primeira folha,
[50] em tabuleiros de xadrez de casas brancas e
vermelhas, procurou-se a melhor maneira
de impingir aos inocentes essa coisa
desagradável que é o alfabeto. O resto do
livro encerra pedaços de vida de um casal
[55] de crianças. João e Maria regam flores,
bebem leite, brincam na praia, jogam bola,
passeiam em bicicleta, nadam, apanham
legumes, vão ao Jardim Zoológico.
Tudo isso é dito em poucas palavras,
[60] como na história de Paulina, que mastigava
pimentas na velha carta de A B C. Mas
enquanto ali o caso se narrava com letras
miúdas e safadas, em papel de embrulho,
aqui as brincadeiras e as ocupações das
[65] personagens se contam em bonitas legendas
e principalmente em desenhos cheios de
pormenores que a narração curta não
poderia conter.
(............................................................)
Abril, 1938. (Graciliano Ramos. Linhas tortas. Obra póstuma. p.174-175.)
A crônica inicia-se com o pronome demonstrativo aquela. Na primeira linha do segundo parágrafo (linha 7), aparece outro pronome demonstrativo: esses. Atente ao que se diz sobre esses pronomes e as expressões em que eles aparecem.
I. Aquela velha carta de A B C, na linha 1, aponta para a memória do enunciatário, o que sugere ter o enunciador a certeza de que o enunciatário partilha com ele a informação que vem a seguir.
II. Ao contrário de Aquela velha carta de A B C (linha1), esses horrores (linha 7) aponta para algo que está expresso na materialidade do texto.
III. A interpretação coerente dos dois pronomes — aquela e esses — exige do leitor mais domínio das normas gramaticais do que das normas textuais.
Está correto o que se afirma em
- Física
Na cidade de Macapá, no Amapá, Fernando envia uma mensagem via satélite para Maria na mesma cidade. A mensagem é intermediada por um satélite geoestacionário, em órbita circular cujo centro coincide com o centro geométrico da Terra, e por uma operadora local de telecomunicação da seguinte forma: o sinal de informação parte do celular de Fernando direto para o satélite que instantaneamente retransmite para a operadora, que, da mesma forma, transmite para o satélite mais uma vez e, por fim, é retransmitido para o celular de Maria.Considere que esse sinal percorra todo trajeto em linha reta e na velocidade da luz, c que as dimensões da cidade sejam desprezíveis em relação à distância que separa o satélite da Terra, que este satélite esteja alinhado perpendicularmente à cidade que se encontra ao nível do mar e na linha do equador. Sendo, M massa da Terra, T período de rotação da Terra, RT raio da Terra e G a constante de gravitação universal, o intervalo de tempo entre a emissão do sinal no celular de Fernando e a recepção no celular de Maria, em função de c M T G e RT é:
- História - Fundamental | 02. A vida familiar
Eu fui menino
Gilberto Brito
Montei carrinho de pau,
chupei gostosa chupeta,
tomava gostoso mingau,
tremia ao ver careta.
Brinquei com bola de gude,
joguei com bola de meia,
joguei bola na rua,
busquei leite no curral,
depois tirei leite de vaca,
peguei lenha no quintal.
Eu fui menino levado,
eu fui menino danado,
eu fui menino amado,
eu fui menino afinal.
Retire do poema duas ações que as crianças que moram em cidades grandes não fazem.
- Geografia | 3.3 Solo
Um dos principais objetivos de se dar continuidade às pesquisas em erosão dos solos é o de procurar resolver os problemas oriundos desse processo, que, em última análise, geram uma série de impactos ambientais. Além disso, para a adoção de técnicas de conservação dos solos, é preciso conhecer como a água executa seu trabalho de remoção, transporte e deposição de sedimentos. A erosão causa, quase sempre, uma série de problemas ambientais, em nível local ou até mesmo em grandes áreas.
GUERRA, A. J. T. Processos erosivos nas encostas. In: GUERRA, A. J. T.; CUNHA, S. B.
Geomorfologia: uma atualização de bases e conceitos.
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007 (adaptado).A preservação do solo, principalmente em áreas de encostas, pode ser uma solução para evitar catástrofes em função da intensidade de fluxo hídrico. A prática humana que segue no caminho contrário a essa solução é
- Língua Portuguesa | 2.2 Morfologia
“À natureza profunda do ente humano repugna ver-se isolada do convívio dos seus semelhantes, e o pior de todos os castigos é aquele que fere a nossa natureza profunda.”
(Rachel de Queiroz. O quente e o apertado. In: As meninas e outras crônicas.)
No ano do centenário de nascimento da escritora cearense Rachel de Queiroz, a Universidade Estadual do Ceará presta-lhe homenagem.
TEXTO 1
[1] Não me lembro como se chamam as
tais bonecas folclóricas russas: sei que são
ocas e abre-se a boneca maior e dentro dela
há uma menor, e dentro dessa, outra menor
[5] ainda, e depois outra e mais outra, até
chegar à última, que é uma simples
miniatura de boneca. No mesmo gênero,
também, é aquele conto de fadas: "lá no
mar tem uma ilha, dentro da ilha tem um
[10] castelo, dentro do castelo tem uma torre,
dentro da torre tem um quarto, dentro do
quarto tem uma arca, dentro da arca tem
uma caixa, dentro da caixa tem um cofre,
dentro do cofre tem um frasco, dentro do
[15] frasco tem uma pomba, dentro da pomba
tem um ovo, dentro do ovo tem uma chave e
é essa chave que abre a porta da prisão
onde está a princesa encantada".
Pois a gente também é assim. A
[20] princípio eu pensava que, com a passagem
das diferentes idades do homem, o maior ia
substituindo o menor, quero dizer, o menino
ficava no lugar do neném, o adolescente no
do menino, o moço no do adolescente, o
[25] homem feito no do moço, o de meia-idade
no do homem feito, o velho no lugar do de
meia-idade e por fim o defunto no lugar de
todos. Mas depois descobri que os indivíduos
passados não desaparecem, se incorporam,
[30] ou, antes, o indivíduo novo incorpora os
superados como se os devorasse, e uns vão
ficando dentro dos outros, tal como as
bonecas russas do começo da história.
E, assim, dentro de cada um de nós,
[35] a gente procurando sempre encontra os
perfis superpostos, encartados um por
dentro do outro, sem se misturarem. É só
saber como esgaravatar e você descobrirá
fácil no sentencioso senhor de cinquenta
[40] anos o inseguro pai de família principiante
que ele foi aos trinta anos ou o belo atleta
descuidado que foi ele aos dezoito. Ali está
cada um, aparentemente esquecido, mas
incólume. E estanques todos. Porque um não
[45] penetra no outro e aparentemente um não
tem o mínimo em comum com o outro; nem
sequer um influi no outro – as mais das
vezes são antípodas e adversários.
Faça uma experiência: pegue um
[50] livro, uma foto, reveja um filme, encontre
alguém, qualquer desses serve, contanto se
refira especificamente a determinado tempo
da sua vida. E então magicamente se suscita
aquele instante perdido do passado, com
[55] uma força de momento atual. Espantado,
você se indaga: então esse fui eu, era eu?
Que tem em comum com o você de hoje,
aquele estranho que subitamente acordou ao
apelo do seu nome, debaixo da sua pele?
[60] Terá em comum só mesmo o nome e a pele,
porque o resto, no corpo e na alma, tudo é
outro. Deformado ou gasto, mas sempre
diferente. Você é outro, outro. E quase não
acredita ter sido você também aquele rapaz
[65] desvairado, ou sonso, ou bobo e
terrivelmente inexperiente que de súbito
emergiu de dentro dos seus ossos e das suas
velhas lembranças.
E na sua avó venerável você também
[70] pode descobrir a rapariga inconsequente que
ela foi um dia, e no seu severo confessor de
hoje o seminarista em crise religiosa de
trinta anos atrás. É só saber procurar.
A gente diz disso: "águas passadas". Mas
[75] talvez seja melhor dizer águas represadas,
águas recalcadas. Porque basta bater na
pedra, a fonte emerge, o que não
aconteceria se as águas fossem passadas
realmente.
[18 out. 1972] (Rachel de Queiroz. In: As meninas e outras crônicas. p. 133-134.)
Considere as proposições abaixo sobre o uso do elemento "pois" na linha 19.
I - Mesmo sem desempenhar função definida pela gramática, produz efeito de sentido, se considerado no plano textual-discursivo.
II - Tem como uma de suas funções convocar o leitor para seguir o raciocínio que se inicia no primeiro parágrafo e continua no segundo.
III - Introduz no segundo parágrafo uma relação de conclusão para o que foi informado no parágrafo anterior.
Está correto o que se afirma