Pedro coleciona selos. Hoje, ele ganhou 23 selos ficando com 417 selos na sua coleção.
Quantos selos ele tinha antes?
Questões relacionadas
- Matemática - Fundamental | 08. Polígonos
Na figura a seguir, temos uma planificação de um cubo. Sabe-se que, nesse cubo, as faces eram numeradas de 1 a 6, de forma que a soma dos números de duas faces opostas era sempre igual a 7. Entretanto, Mateus desenhou figuras geométricas (círculo, triângulo, losango e pentágono) cobrindo alguns números que ali estavam.
Assim, a face onde se encontrava o número 6 é aquela em que Mateus desenhou um
- Física | 4.1 Conceitos Básicos e Óptica Geométrica
(UERJ)
Física para poetas
O ensino da física sempre foi um grande desafio. Nos últimos anos, muitos esforços foram feitos com o objetivo de ensiná-la desde as séries iniciais do ensino fundamental, no contexto do ensino de ciências. Porém, como disciplina regular, a física aparece no ensino médio, quando se torna “um terror” para muitos estudantes.
1Várias pesquisas vêm tentando identificar quais são as principais dificuldades do ensino de física e das ciências em geral. Em particular, a queixa que sempre se detecta é que 2os estudantes não conseguem compreender a linguagem matemática na qual, muitas vezes, os conceitos físicos são expressos. Outro ponto importante é que as questões que envolvem a física são apresentadas fora de uma contextualização do cotidiano das pessoas, o que dificulta seu aprendizado. Por fim, existe uma enorme carência de professores formados em física para ministrar as aulas da disciplina.
As pessoas que vão para o ensino superior e que não são da área de ciências exatas praticamente nunca mais têm contato com a física, da mesma maneira que os estudantes de física, engenharia e química poucas vezes voltam a ter contato com a literatura, a história e a sociologia. É triste notar que 3a especialização na formação dos indivíduos costuma deixá-los distantes de partes importantes da nossa cultura, da qual as ciências físicas e as humanidades fazem parte.
Mas vamos pensar em soluções. Há alguns anos, 4ofereço um curso chamado “Física para poetas”. A ideia não é original – ao contrário, é muito utilizada em diversos países e aqui mesmo no Brasil. Seu objetivo é apresentar a física sem o uso da linguagem matemática e tentar mostrá-la próxima ao cotidiano das pessoas. Procuro destacar a beleza dessa ciência, associando-a, por exemplo, à poesia e à música.
Alguns dos temas que trabalho em “Física para poetas” são inspirados nos artigos que publico. Por exemplo, 5“A busca pela compreensão cósmica” é uma das aulas, na qual apresento a evolução dos modelos que temos do universo. Começando pelas visões místicas e mitológicas e chegando até as modernas teorias cosmológicas, falo sobre a busca por responder a questões sobre a origem do universo e, consequentemente, a nossa origem, para compreendermos o nosso lugar no mundo e na história.
Na aula “Memórias de um carbono”, faço uma narrativa de um átomo de carbono contando sua história, em primeira pessoa, desde seu nascimento, em uma distante estrela que morreu há bilhões de anos, até o momento em que sai pelo nariz de uma pessoa respirando. Temas como astronomia, biologia, evolução e química surgem ao longo dessa aula, bem como as músicas “Átimo de pó” e “Estrela”, de Gilberto Gil, além da poesia “Psicologia de um vencido”, de Augusto dos Anjos.
Em “O tempo em nossas vidas”, apresento esse fascinante conceito que, na verdade, vai muito além da física: está presente em áreas como a filosofia, a biologia e a psicologia. Algumas músicas de Chico Buarque e Caetano Veloso, além de poesias de Vinicius de Moraes e Carlos Drummond de Andrade, ajudaram nessa abordagem. Não faltou também “Tempo Rei”, de Gil.
A arte é uma forma importante do conhecimento humano. Se músicas e poesias inspiram as mentes e os corações, podemos mostrar que a ciência, em particular a física, também é algo inspirador e belo, capaz de criar certa poesia e encantar não somente aos físicos, mas a todos os poetas da natureza.
ADILSON DE OLIVEIRA-Adaptado de cienciahoje.org.br, 08/08/2016.
Considera-se a morte de uma estrela o momento em que ela deixa de emitir luz, o que não é percebido de imediato na Terra. A distância das estrelas em relação ao planeta Terra é medida em anos-luz, que corresponde ao deslocamento que a luz percorre no vácuo durante o período de um ano.
Admita que a luz de uma estrela que se encontra a 7.500 anos-luz da Terra se apague. O tempo para que a morte dessa estrela seja visível na Terra equivale à seguinte ordem de grandeza, em meses:
- Biologia | D. Excreção
Uricotélicos são animais que excretam nitrogênio através de sua incorporação em ácido úrico, substância pouco solúvel em água. Já os mamíferos excretam o nitrogênio sob a forma de ureia, composto muito solúvel em água.
Considere a hipótese de que, em algum momento do futuro da Terra, a água se torne progressivamente escassa. No gráfico abaixo, as curvas representam as taxas de crescimento populacional de diversos grupos animais em função da crescente dificuldade de obtenção de água.
Com base no conceito de seleção natural, a curva que poderia representar os animais uricotélicos é a identificada por:
- Literatura | 7. Temáticas
Vem perto o dia em que soará para os escritores a hora do irreparável desastre e da derradeira
desgraça. Nós, os rabiscadores de artigos e notícias, já sentimos que nos falta o solo debaixo
dos pés… Um exército rival vem solapando os alicerces em que até agora assentava a nossa
supremacia: é o exército dos desenhistas, dos caricaturistas e dos ilustradores. O lápis destronará
[5] a pena: ceci tuera cela1.
O público tem pressa. A vida de hoje, vertiginosa e febril, não admite leituras demoradas, nem
reflexões profundas. A onda humana galopa, numa espumarada bravia, sem descanso. Quem
não se apressar com ela será arrebatado, esmagado, exterminado. O século não tem tempo a
perder. A eletricidade já suprimiu as distâncias: daqui a pouco, quando um europeu espirrar,
[10] ouvirá incontinenti2 o “Deus te ajude” de um americano. E ainda a ciência humana há de achar o
meio de simplificar e apressar a vida por forma tal que os homens já nascerão com dezoito anos,
aptos e armados para todas as batalhas da existência.
Já ninguém mais lê artigos. Todos os jornais abrem espaço às ilustrações copiosas, que entram
pelos olhos da gente com uma insistência assombrosa. As legendas são curtas e incisivas: toda
[15] a explicação vem da gravura, que conta conflitos e mortes, casos alegres e casos tristes.
É provável que o jornal-modelo do século 20 seja um imenso animatógrafo3, por cuja tela vasta
passem reproduzidos, instantaneamente, todos os incidentes da vida cotidiana. Direis que as
ilustrações, sem palavras que as expliquem, não poderão doutrinar as massas nem fazer uma
propaganda eficaz desta ou daquela ideia política. Puro engano. Haverá ilustradores para a sátira,
[20] ilustradores para a piedade.
(...) Demais, nada impede que seja anexado ao animatógrafo um gramofone de voz tonitruosa4,
encarregado de berrar ao céu e à terra o comentário, grave ou picante, das fotografias.
E convenhamos que, no dia em que nós, cronistas e noticiaristas, houvermos desaparecido da
cena – nem por isso se subverterá a ordem social. As palavras são traidoras, e a fotografia é fiel.
[25] A pena nem sempre é ajudada pela inteligência; ao passo que a máquina fotográfica funciona
sempre sob a égide5 da soberana Verdade, a coberto das inumeráveis ciladas da Mentira, do
Equívoco e da Miopia intelectual. Vereis que não hão de ser tão frequentes as controvérsias…
(...)
Não insistamos sobre os benefícios da grande revolução que a fotogravura vem fazer no
jornalismo. Frisemos apenas este ponto: o jornal-animatógrafo terá a utilidade de evitar que
[30] nossas opiniões fiquem, como atualmente ficam, fixadas e conservadas eternamente, para
gáudio6 dos inimigos… Qual de vós, irmãos, não escreve todos os dias quatro ou cinco tolices
que desejariam ver apagadas ou extintas? Mas, ai! de todos nós! Não há morte para as nossas
tolices! Nas bibliotecas e nos escritórios dos jornais, elas ficam (...) catalogadas.
No jornalismo do Rio de Janeiro, já se iniciou a revolução, que vai ser a nossa morte e a
[35] opulência7 dos que sabem desenhar. Preparemo-nos para morrer, irmãos, sem lamentações
ridículas, aceitando resignadamente a fatalidade das coisas, e consolando-nos uns aos outros
com a cortesia de que, ao menos, não mais seremos obrigados a escrever barbaridades…
Saudemos a nova era da imprensa! A revolução tira-nos o pão da boca, mas deixa-nos aliviada
a consciência.
Olavo Bilac, Gazeta de Notícias, 13/01/1901.
Já em 1901, o escritor Olavo Bilac temia que a imagem substituísse a escrita. No entanto, ele reconhecia aspectos positivos dessa possível substituição.
Um desses aspectos é observado no seguinte trecho:
- Língua Portuguesa | 1.3 Voz Autoral, Crítica e Perspectiva do Eu-Lírico
Sou feliz pelos amigos que tenho. Um deles muito sofre pelo meu descuido com o vernáculo. Por alguns anos ele sistematicamente me enviava missivas eruditas com precisas informações sobre as regras da gramática, que eu não respeitava, e sobre a grafia correta dos vocábulos, que eu ignorava. Fi-lo sofrer pelo uso errado que fiz de uma palavra num desses meus badulaques. Acontece que eu, acostumado a conversar com a gente das Minas Gerais, falei em “varreção” — do verbo “varrer”. De fato, trata-se de um equívoco que, num vestibular, poderia me valer uma reprovação. Pois o meu amigo, paladino da língua portuguesa, se deu ao trabalho de fazer um xerox da página 827 do dicionário, aquela que tem, no topo, a fotografia de uma “varroa”(sic!) (você não sabe o que é uma “varroa”?) para corrigir-me do meu erro. E confesso: ele está certo. O certo é “varrição” e não “varreção”. Mas estou com medo de que os mineiros da roça façam troça de mim porque nunca os vi falar de “varrição”. E se eles rirem de mim não vai me adiantar mostrar-lhes o xerox da página do dicionário com a “varroa” no topo. Porque para eles não é o dicionário que faz a língua. É o povo. E o povo, lá nas montanhas de Minas Gerais, fala “varreção” quando não “barreção”. O que me deixa triste sobre esse amigo oculto é que nunca tenha dito nada sobre o que eu escrevo, se é bonito ou se é feio. Toma a minha sopa, não diz nada sobre ela, mas reclama sempre que o prato está rachado.
ALVES, R. Mais badulaques. São Paulo: Parábola, 2004 (fragmento).
De acordo com o texto, após receber a carta de um amigo “que se deu ao trabalho de fazer um xerox da página 827 do dicionário” sinalizando um erro de grafia, o autor reconhece: