Foi sempre um gaúcho quebralhão, e despilchado sempre, por ser muito de mãos abertas. Se numa mesa de primeira ganhava uma ponchada de balastracas, reunia a gurizada da casa, fazia pi! pi! pi! como pra galinhas e semeava as moedas, rindo-se do formigueiro que a miuçada formava, catando as pratas no terreiro. Gostava de sentar um laçaço num cachorro, mas desses laçaços de apanhar da palheta à virilha, e puxado a valer, tanto que o bicho que o tomava, de tanto sentir dor, e lombeando-se, depois de disparar um pouco é que gritava, num caim! caim! caim! de desespero.
LOPES NETO, J. S. Contrabandista. In: SALES, H. (org). Antologia de contos brasileiros. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001 (adaptado).
A língua falada no Brasil apresenta vasta diversidade, que se manifesta de acordo com o lugar, a faixa etária, a classe social, entre outros elementos. No fragmento do texto literário, a variação linguística destaca-se
Questões relacionadas
- Arte - Fundamental | 01.1. Artes visuais
Materiais necessários
- Cola bastão. (Uma para cada criança)
- Imagem de obra cubista de Pablo Picasso. Disponível em: http://www.udc.gal/tempo/cuestions20/docs_cub01.html
- - Acesso em 19 mar.2015.
- Papel A3 de gramatura pequena.
- Revistas velhas de moda ou de decoração de ambientes.
- Tesoura sem ponta. (Uma para cada criança).
- Papel fantasia preto. (O bastante para colocar paspatur nos trabalhos das crianças).
Pablo Picasso: "Mandolina y guitarra", 1924. Cubismo sintético
Procedimentos
1º. Mostrar a imagem da obra de Picasso que deverá ser ampliada para que as crianças percebam os detalhes. Explorar a obra explicando que esse artista cria e recria a maneira de vermos as coisas.
2º. Pedir aos alunos que escolham primeiro a imagem que será a base do trabalho. Pode ser um rosto de grandes dimensões ou uma sala decorada. (Seria interessante uma figura de página inteira). Elas também devem cortar partes de outros rostos e objetos de outras imagens.
3º. As crianças devem pegar a figura escolhida primeiro, e cortá-la em cinco partes. Auxilie as crianças nessa tarefa. Organizar a figura na mesa, mudando a posição das partes antes de colá-la no papel, é essencial.
4º. Depois de colar a figura base, as crianças devem colar sobre ela outras partes de rostos e objetos pertencentes a outras imagens, ou seja: uma outra boca sobre a boca, outro nariz sobre o nariz, um sofá sobre outro ou inserir objetos que não fazem parte do ambiente escolhido.
5º. A escolha de cabelos e acessórios como chapéu, óculos, bijuterias e outros adereços, pode resultar em trabalhos ainda mais ligados ao cubismo sintético.
6º. Por fim, pedir que encontrem palavras nas revistas, que gostariam de colar junto com as imagens.
7º. Com as colagens prontas, utilizar uma régua para marcar o excesso de papel branco da obra feita pelas crianças. Cortar o excesso. Colocar um paspatur preto para valorizar o trabalho e fazer uma exposição para a apreciação, buscando identificar as características do cubismo em cada uma.
- Biologia | 03. Bioquímica
Os seres vivos são formados, quimicamente, por dois grandes grupos de compostos: orgânicos e inorgânicos. Os minerais, inorgânicos, desempenham funções importantíssimas para o ser vivo e a deficiência de alguns deles, no corpo humano, pode causar diversas doenças e prejuízos à saúde. O mineral, que é responsável pela constituição da hemoglobina e está relacionado ao transporte do O2 pelo sangue, cuja deficiência pode causar a doença conhecida como anemia, é o
- Língua Portuguesa - Fundamental | 4.05 Narração e Dissertação
O senhor das moscas
O menino louro deixou-se escorregar ao pé da rocha e avançou rumo à lagoa. Havia tirado o suéter da escola e o carregava agora na mão, mas a camisa cinza estava colada no seu corpo e os cabelos aderiam à sua testa. Em torno dele, um banho de calor: a ampla cicatriz aberta na selva. Avançou com dificuldade por entre trepadeiras e troncos quebrados. Foi quando um pássaro, uma visão de vermelho e amarelo, faiscou, subindo, com um grito de bruxo. Grito que foi ecoado por outro:
— Ei! – dizia, — espere um pouco!
Os arbustos rasteiros se agitaram, ao lado da escarpa; caiu uma multidão de gotas de chuva, tamborilantes.
— Espere um pouco – a voz repetiu. — Fiquei preso. O menino louro parou e puxou as meias com um gesto automático, e a selva, por um instante, fez-se um lugar muito familiar.
A voz falou de novo.
— Mal posso me mexer com essas trepadeiras.
O dono da voz apareceu, retrocedendo por entre os arbustos, deixando os espinhos riscarem um blusão sujo. As rótulas gorduchas dos joelhos também estavam espetadas por espinhos. Ele se abaixou, tirou cuidadosamente os espinhos e se virou. Era mais baixo que o menino louro e muito gordo. Avançou, procurando pôr os pés em lugar seguro e, então, deu uma olhada pelos óculos grossos.
— Onde está o homem do megafone?
O menino louro balançou a cabeça.
— Isto é uma ilha. Pelo menos, acho que é. Há recifes no mar. Talvez não haja nenhum adulto aqui.
O menino gordo parecia espantado.
— Mas havia aquele piloto. E ele não estava na cabina de passageiros, ficou lá na frente.
O menino louro, apertando os olhos, examinava o recife. — Todos aqueles meninos – continuou o gordinho, — entre eles deve haver alguns que escaparam. Deve mesmo, não é?
O menino louro começou a andar do modo mais casual possível, rumo à água. Tentava agir normalmente e não parecer desinteressado demais, mas já o menino gordo corria atrás dele.
— Não há nenhum adulto aqui?
— Acho que não.
GOLDING, William. O senhor das moscas. Trad. Geraldo Galvão Ferraz. Rio de Janeiro: O Globo; São Paulo: Folha de S.Paulo, 2003. p. 9. Fragmento.
Esse fragmento é a cena inicial de um livro. O narrador não dá nenhuma explicação, deixando ao leitor a tarefa de deduzir os acontecimentos anteriores.
Pode-se afirmar que os dois meninos:
- Língua Portuguesa - Fundamental | Não Possui Tópico Definido
Leia o fragmento do conto “A mulher pálida”, de Machado de Assis, para responder à questão. A mulher pálida [...] Como estes fatos se reproduzissem, a ideia de que Máximo estava doido foi passando de um em um, e dentro em pouco era opinião. O tempo parecia confirmar a suspeita. A condição da palidez que ele exigia da noiva tornou-se pública. Sobre a causa da monomania disse-se que era Eulália, uma moça da Rua dos Arcos, mas acrescentou-se que ele ficara assim porque o pai da moça recusara o seu consentimento, quando ele era pobre; e dizia- -se mais que Eulália também estava doida. Lendas, lendas. A verdade é que nem por isso deixava de aparecer uma ou outra pretendente ao coração de Máximo; mas ele recusava-as todas, asseverando que a mais pálida ainda não havia aparecido. Máximo padecia do coração. A moléstia agravou-se rapidamente; e foi então que duas ou três candidatas mais intrépidas resolveram-se a queimar todos os cartuchos para conquistar esse mesmo coração, embora doente [...] Mas, em vão! Máximo achou-as muito pálidas, mas ainda menos pálidas do que seria a mulher mais pálida do universo. Vieram os parentes de Iguaçu; o tio major propôs uma viagem à Europa; ele, porém, recusou. — Para mim, disse ele, é claro que acharei a mulher mais pálida do mundo, mesmo sem sair do Rio de Janeiro. Nas últimas semanas, uma vizinha dele, em Andaraí, moça tísica, e pálida como as tísicas, propôs-lhe rindo, de um riso triste, que se casassem, porque ele não acharia mulher mais pálida. — Acho, acho; mas se não achar, caso com a senhora. A vizinha morreu daí a duas semanas; Máximo levou-a ao cemitério. Mês e meio depois, uma tarde, antes de jantar, estando o pobre rapaz a escrever uma carta para o interior, foi acometido de uma congestão pulmonar, e caiu. Antes de cair teve tempo de murmurar. — Pálida... pálida... Uns pensavam que ele se referia à morte, como a noiva mais pálida, que ia enfim desposar, outros, acreditaram que eram saudades da dama tísica, outros que de Eulália, etc... Alguns creem simplesmente que ele estava doido; e esta opinião, posto que menos romântica, é talvez a mais verdadeira. Em todo caso, foi assim que ele morreu, pedindo uma pálida, e abraçando-se à pálida morte. Pallida mors, etc. ASSIS, Machado de. A mulher pálida. Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br/
download/texto/fs000067pdf.pdf>. Acesso em: 23 fev. 2018. Vocabulário:
Monomania – ideia fixa que absorve o pensamento de uma pessoa.
Tísica – pessoa que aparenta ter saúde frágil, pessoa magra.
O trecho em destaque antecipa o fato de que a personagem
- História - Fundamental | 01. A Primeira República no Brasil
Texto base: Leia o texto a seguir. No fim da Segunda Guerra Mundial, os povos do oeste da Europa – que passavam por dificuldades em se governar e até em se alimentar – continuavam a comandar grande parte do mundo não europeu. Esse estranho paradoxo [...] teve péssimas conseqüências para muitas pessoas. Na Grã-Bretanha, França e Holanda, as colônias [...] tinham demonstrado seu valor material na referida guerra como provedoras de recursos nacionais de vital importância. Não fosse o acesso aos longínquos territórios [...] os britânicos e os franceses, de modo especial, ficariam em desvantagem ainda maior na luta contra a Alemanha e o Japão. JUDT, Tony. Pós-guerra: uma história da Europa desde 1945. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008. p. 286-287. (Fragmento)
Enunciado:
a) Qual é o paradoxo envolvendo os países europeus que foi evidenciado no fim da Segunda Guerra Mundial?
b) Analise a importância das colônias no continente africano para suas metrópoles na Europa durante as primeiras décadas do século XX.