Uma prática que os brasileiros costumam realizar é a degustação de doces em compotas. O conhecimento popular indica que não é aceitável deixar o mesmo talher usado na degustação e levado à boca dentro da compoteira aberta, em contato com o doce. Essa indicação se deve ao fato de que o doce, no pensamento popular, poderá azedar.
Essa prática popular encontra respaldo no pensamento científico, uma vez que o doce realmente poderá azedar em razão da
Questões relacionadas
- Língua Portuguesa | A. Acentuação
(IFSC) Assalto
Na feira, a gorda senhora protestou a altos brados contra o preço do chuchu:
— Isto é um assalto!
Houve um rebuliço. Os que estavam perto fugiram. Alguém, correndo, foi chamar o guarda. Um minuto depois, a rua inteira, atravancada, mas provida de admirável serviço de comunicação espontânea, sabia que se estava perpetrando um assalto ao banco. Mas que banco? Havia banco naquela rua? Evidente que sim, pois do contrário como poderia ser assaltado?
— Um assalto! Um assalto! - a senhora continuava a exclamar, e quem não tinha escutado escutou, multiplicando a notícia. Aquela voz subindo do mar de barracas e legumes era como a própria sirene policial, documentando, por seu uivo, a ocorrência grave, que fatalmente se estaria consumando ali, na claridade do dia, sem que ninguém pudesse evitá-la.
Moleques de carrinho corriam em todas as direções, atropelando-se uns aos outros. Queriam salvar as mercadorias que transportavam. Não era o instinto de propriedade que os impelia. Sentiam-se responsáveis pelo transporte. E no atropelo da fuga, pacotes rasgavam-se, melancias rolavam, tomates esborrachavam-se no asfalto. Se a fruta cai no chão, já não é de ninguém; é de qualquer um, inclusive do transportador. Em ocasiões de assalto, quem é que vai reclamar uma penca de bananas meio amassadas?
— Olha o assalto! Tem um assalto ali adiante!
O ônibus na rua transversal parou para assuntar. Passageiros ergueram-se, puseram o nariz para fora. Não se via nada. O motorista desceu, desceu o trocador, um passageiro advertiu:
— No que você vai a fim de ver o assalto, eles assaltam sua caixa.
Ele nem escutou. Então os passageiros também acharam de bom alvitre abandonar o veículo, na ânsia de saber, que vem movendo o homem, desde a idade da pedra até a idade do módulo lunar.
Outros ônibus pararam, a rua entupiu.
— Melhor. Todas as ruas estão bloqueadas. Assim eles não podem dar no pé.
— É uma mulher que chefia o bando!
— Já sei. A tal dondoca loura.
— A loura assalta em São Paulo. Aqui é a morena.
— Uma gorda. Está de metralhadora. Eu vi.
— Minha Nossa Senhora, o mundo tá virado!
— Vai ver que está é caçando marido.
— Não brinca numa hora dessas. Olha aí sangue escorrendo!
— Sangue nada, tomate.
Na confusão, circularam notícias diversas. O assalto fora a uma joalheria, as vitrinas tinham sido esmigalhadas a bala. E havia joias pelo chão, braceletes, relógios. O que os bandidos não levaram, na pressa, era agora objeto de saque popular. Morreram no mínimo duas pessoas, e três estavam gravemente feridas.
Barracas derrubadas assinalavam o ímpeto da convulsão coletiva. Era preciso abrir caminho a todo custo. No rumo do assalto, para ver, e no rumo contrário, para escapar. Os grupos divergentes chocavam-se, e às vezes trocavam de direção: quem fugia dava marcha à ré, quem queria espiar era arrastado pela massa oposta. Os edifícios de apartamentos tinham fechado suas portas, logo que o primeiro foi invadido por pessoas que pretendiam, ao mesmo tempo, salvar o pelo e contemplar lá de cima. Janelas e balcões apinhados de moradores, que gritavam:
— Pega! Pega! Correu pra lá!
— Olha ela ali!
— Eles entraram na kombi ali adiante!
— É um mascarado! Não, são dois mascarados!
Ouviu-se nitidamente o pipocar de uma metralhadora, a pequena distância. Foi um deitar-no-chão geral, e como não havia espaço, uns caíam por cima de outros. Cessou o ruído. Voltou. Que assalto era esse, dilatado no tempo, repetido, confuso?
— Olha o diabo daquele escurinho tocando matraca! E a gente com dor de barriga, pensando que era metralhadora!
Caíram em cima do garoto, que soverteu na multidão. A senhora gorda apareceu, muito vermelha, protestando sempre:
— É um assalto! Chuchu por aquele preço é um verdadeiro assalto!
Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond. Assalto. In: Para gostar de ler. Vol. 3. Ed. Ática, 1979. p. 12-14. [Adaptado]
Em relação à acentuação gráfica, leia e analise as seguintes afirmações:
I. As palavras notícias, relógio, ânsia e contrário são acentuadas por serem paroxítonas e terminarem em ditongo.
II. Os vocábulos pé, lá e já recebem acento tônico por serem monossílabos tônicos.
III. As palavras veículo, módulo, ímpeto e ônibus recebem acento gráfico por serem proparoxítonas.
Assinale a alternativa CORRETA:
- Língua Portuguesa - Fundamental | Não Possui Tópico Definido
Leia o texto. Furto de flor Furtei uma flor daquele jardim. O porteiro do edifício cochilava, e eu furtei a flor. Trouxe-a para casa e coloquei-a no copo com água. Logo senti que ela não estava feliz. O copo destina-se a beber, e flor não é para ser bebida. Passei-a para o vaso, e notei que ela me agradecia, revelando melhor sua delicada composição. Quantas novidades há numa flor, se a contemplarmos bem. Sendo autor do furto, eu assumira a obrigação de conservá-la. Renovei a água do vaso, mas a flor empalidecia. Temi por sua vida. Não adiantava restituí-la ao jardim. Nem apelar para o médico de flores. Eu a furtara, eu a via morrer. Já murcha, e com a cor particular da morte, peguei-a docemente e fui depositá-la no Jardim onde desabrochara. O porteiro estava atento e repreendeu-me: — Que ideia a sua, vir jogar lixo de sua casa neste jardim! ANDRADE, Carlos Drummond de. Contos Plausíveis.
Companhia das Letras: São Paulo.
Os elementos desse miniconto permitem que se faça a seguinte afirmação sobre ele:
- Matemática | 06. Determinantes
(UERJ) Observe a matriz:
Para que o determinante dessa matriz seja nulo, o maior valor real de t deve ser igual a:
- Biologia | 9.3 Organologia Vegetal
(FUVEST) Analise o esquema e as estruturas (X, Y e Z) da planta para completar a frase a seguir
Às 14h de um dia ensolarado, em condições hídricas ótimas, a estrutura identificada por __I__ encontra-se __II__, possibilitando a absorção de água do solo e entrada de CO2 , que é utilizado pela estrutura representada por __III__ para realização da fotossíntese. As lacunas I, II e III podem ser preenchidas corretamente por:
- Língua Portuguesa | 1.07 Coesão Textual
É essencial encontrar soluções para os problemas de escassez, distribuição não homogénea e desafios relacionados com o desempenho da força de trabalho em saúde, para poder progredir no sentido de alcançar objetivos no âmbito da saúde, nomeadamente a cobertura universal. Mais ainda, o sector da saúde tem o potencial de ser um impulsionador do crescimento económico através da criação de oportunidades de emprego qualificado, em particular para as mulheres. A educação e a mobilização de uma combinação de competências diversificadas e sustentáveis são algumas das estratégias eficazes relacionadas com a força de trabalho em saúde, utilizando, nalguns contextos, o potencial dos agentes comunitários de saúde (ACS) que trabalham em equipas pluridisciplinares de cuidados primários. No entanto, o apoio aos ACS e a sua integração nos sistemas de saúde e nas comunidades variam entre e dentro dos próprios países; os exemplos de boas práticas não são necessariamente replicados e as opções de política para as quais há maior evidência de eficácia não são adotadas de forma homogénea. Por outro lado, a prestação eficaz de serviços através dos ACS requer modelos de formação, mobilização e gestão destes técnicos de saúde, com base na evidência.
Diretrizes da OMS sobre política de saúde e apoio sistémico para a otimização de programas de agentes comunitários de saúde.
Disponível em: https://apps.who.int. Acesso em: 16 maio 2021 (adaptado).
A coesão textual é responsável por estabelecer relações entre as partes do texto. Analisando-se o trecho das Diretrizes da OMS, verifica-se que essa coesão se faz presente por meio de