O Malho, n. 247, 8 jun. 1907. Disponível em: http://atlas.fgv.br. Acesso em: 14 abr. 2015 (adaptado).
A charge, publicada em 1907, concorda com a ação do Estado ao considerar, preconceituosamente, determinada ocupação do espaço urbano como um
Questões relacionadas
- História - Fundamental | 05.3. Registros da história: a nossa cultura
Desde o período monárquico do Brasil, existe uma Constituição em nosso país.
a) Explique o que é a Constituição de um país.
b) Dê dois exemplos de aspectos da vida do país que são definidos por ela.
- Língua Portuguesa | 1. Interpretação de Textos
Texto 2
"Não existe memória sem emoção"
O português Antônio Damásio, de
[115] 65 anos, é considerado um dos
neurocientistas mais respeitados da
atualidade. Damásio modificou a
compreensão que se tem da biologia das
emoções, e de como elas se relacionam
[120] com a memória. Ele concedeu a seguinte
entrevista a VEJA, de sua sala da
Universidade do Sul da Califórnia, em Los
Angeles, onde leciona.
QUAL É O PAPEL DAS EMOÇÕES NO
[125] PROCESSO DE FORMAÇÃO E
ARMAZENAMENTO DA MEMÓRIA? A
emoção modula constantemente a forma
como os dados e os acontecimentos são
guardados na memória. Isso é
[130] especialmente verdadeiro no que diz
respeito à memória para pessoas e para
as características relacionadas a elas.
Afinal de contas, a sociabilidade faz parte
da nossa memória genética, com a qual
[135] nascemos e que é resultado de milhões de
anos de evolução.
COMO AS EMOÇÕES CONTROLAM A
MEMORIZAÇÃO? Grande parte de
nossas decisões é tomada de maneira
[140] mais ou menos automática e inconsciente.
Esse processo é guiado pelo valor que se
dá às diversas experiências do passado.
Por exemplo, se eu conheço uma pessoa
que desperta boas emoções em mim, toda
[145] vez que eu a encontrar vou reviver uma
memória que se divide em dois aspectos:
o cognitivo (saber quem é a pessoa) e o
emocional (é alguém de quem se gosta).
Tais aspectos guiam a forma como
[150] conduzimos a relação com os outros. Não
há memória ou tomadas de decisão
neutras, sem emoção. Hoje já se sabe até
em que regiões do cérebro as emoções
são processadas.
[155] O QUE DIFERENCIA HOMENS DE
ANIMAIS NO QUE SE REFERE À
MEMÓRIA? O que mais distingue a
memória humana é a capacidade de ter
uma autobiografia. Cada um de nós sabe
[160] em grande pormenor e lucidez quando
nascemos, quem são os nossos pais ou os
nossos amigos, quais são as nossas
preferências, o que já fizemos na vida...
Enfim, qual é a nossa história. Um
[165] chimpanzé ou um cão têm isso de forma
limitada. Neles a memória não possui a
mesma riqueza de detalhes e de
abrangência. Essa diferença é amplificada
pela linguagem, que é exclusivamente
[170] humana. A linguagem é também a
capacidade de codificar as memórias não
verbais numa forma verbal. Isso expande
enormemente tudo o que o ser humano é
capaz de memorizar.
[175] DE QUE MANEIRA A MEMÓRIA
INFLUENCIA A CRIATIVIDADE E A
INVENTIVIDADE? A grande força da
criatividade é, evidentemente, a
imaginação. E esta nada mais é que a
[180] manipulação de imagens, que podem ser
visuais, auditivas, táteis ou olfativas. Essa
manipulação depende não só das imagens
que alguém capta em determinado
momento, como daquelas guardadas no
[185] armazém de memórias. A imaginação,
portanto, recupera informações que foram
gravadas nos circuitos nervosos, onde,
com a ajuda da emoção, foram
organizadas de acordo com certas
[190] categorias. Um grande poeta ou inventor é
alguém que consegue usar a emoção para
manipular essas imagens visuais, auditivas
ou olfativas de forma extraordinariamente
rica.
[195] É CURIOSO QUE ALGO CONSIDERADO
TÃO TRANSCENDENTE COMO A ARTE
SEJA FRUTO DE SINAIS ELÉTRICOS E
QUÍMICOS TRANSMITIDOS POR
CÉLULAS NEURAIS. Os neurônios,
[200] organizados em circuitos, comunicam-se
por meio de reações eletroquímicas. O
padrão ou o desenho dos circuitos é o que
permite a construção de todas as
imagens. Isso vale tanto para o que se
[205] passa no mundo exterior — visões ou
sonhos, por exemplo — como para
imagens interiores, produzidas e
transformadas por um estado emocional.
São elas que constituem aquilo que
[210] chamamos de espírito humano.
(VEJA, 13/01/2010.)
Observe o que se diz sobre as expressões referenciais presentes no texto e escreva V ou F conforme seja verdadeiro ou falso o que se diz.
( ) Isso (linha 129); Esse processo (linha 141); Tais aspectos (linha 149) atuam da mesma maneira na organização do texto: retomam e sintetizam o que foi dito anteriormente.
( ) A expressão Cada um de nós (linha 159) retoma anaforicamente não uma palavra ou um enunciado, mas a ideia de "ser humano" sugerida por memória humana e por biografia. É um caso em que a retomada é feita indiretamente.
( ) Essa diferença (linha 168) retoma somente o último enunciado do parágrafo: Neles a memória não possui a mesma riqueza de detalhes e de abrangência (linhas 166-168).
( ) As expressões a linguagem (linha 170); a imaginação (linhas 178-179) não podem ser consideradas anafóricas porque repetem as palavras que foram usadas para introduzir o referente.
( ) O pronome elas (linha 209) faz uma referência ambígua: do ponto de vista das relações textual-discursivas, parece remeter à expressão referencial todas as imagens (linhas 203-204); do ponto de vista das relações puramente sintáticas, parece retomar imagens interiores, produzidas e transformadas por um estado emocional (linhas 207- 208), que seria o antecedente mais próximo.
Está correta, de cima para baixo, a seguinte sequência:
- Língua Portuguesa - Fundamental | 3.03 Orações Subordinadas Adjetivas
Texto base:
Enunciado:
A oração subordinada adjetiva contribui para a progressão do texto e, ao ser introduzida por um pronome relativo, desempenha a função típica de um adjetivo. Na tirinha, a oração que se enquadra nesse conceito é:
- Língua Portuguesa | 1.08 Figuras de Linguagem
A PRESSA DE ACABAR [1] Evidentemente nós sofremos agora em todo o mundo de uma dolorosa moléstia:
a pressa de acabar. Os nossos avós nunca tinham pressa. Ao contrário. Adiar, aumentar, era para eles a suprema delícia. Como os relógios, nesses tempos remotos, não eram maravilhas de precisão, os homens mediam os dias com todo o cuidado da atenção.
[5] Sim! Em tudo, essa estranha pressa de acabar se ostenta como a marca do século. Não há mais livros definitivos, quadros destinados a não morrer, ideias imortais. Trabalha-se muito mais, pensa-se muito mais, ama-se mesmo muito mais, apenas sem fazer a digestão e sem ter tempo de a fazer.
Antigamente as horas eram entidades que os homens conheciam imperfeitamente.
Calcular [10] a passagem das horas era tão complicado como calcular a passagem dos dias.
Inventavam-se relógios de todos os moldes e formas.
Hoje, nós somos escravos das horas, dessas senhoras inexoráveis* que não cedem nunca e cortam o dia da gente numa triste migalharia de minutos e segundos. Cada hora é para nós distinta, pessoal, característica, porque cada hora representa para nós o acúmulo de várias [15] coisas que nós temos pressa de acabar. O relógio era um objeto de luxo. Hoje até os mendigos usam um marcador de horas, porque têm pressa, pressa de acabar.
O homem mesmo será classificado, afirmo eu já com pressa, como o Homus cinematographicus.
Nós somos uma delirante sucessão de fitas cinematográficas. Em meia hora de sessão tem-se um espetáculo multiforme e assustador cujo título geral é: Precisamos acabar depressa.
[20] O homem de agora é como a multidão: ativo e imediato. Não pensa, faz; não pergunta, obra;
não reflete, julga.
O homem cinematográfico resolveu a suprema insanidade: encher o tempo, atopetar o tempo, abarrotar o tempo, paralisar o tempo para chegar antes dele. Todos os dias (dias em que ele não vê a beleza do sol ou do céu e a doçura das árvores porque não tem tempo, diariamente, nesse [25] número de horas retalhadas em minutos e segundos que uma população de relógios marca, registra e desfia), o pobre diabo sua, labuta, desespera com os olhos fitos nesse hipotético poste de chegada que é a miragem da ilusão.
Uns acabam pensando que encheram o tempo, que o mataram de vez. Outros desesperados vão para o hospício ou para os cemitérios. A corrida continua. E o Tempo também, o Tempo [30] insensível e incomensurável, o Tempo infinito para o qual todo o esforço é inútil, o Tempo que não acaba nunca! É satanicamente doloroso. Mas que fazer?
João do Rio Adaptado de Cinematógrafo: crônicas cariocas. Rio de Janeiro: ABL, 2009.
Hoje, nós somos escravos das horas, dessas senhoras inexoráveis que não cedem nunca (l. 12)
Neste fragmento, o autor emprega uma figura de linguagem para expressar o embate entre o homem e o tempo.
Essa figura de linguagem é conhecida como:
- Língua Portuguesa - Fundamental | 1.02 Variedades Linguísticas
“As bombas inteligentes” e o amanhecer em Bagdá
Amanhecia em Bagdá. Sobre a velha cidade começaram a cair as “bombas inteligentes”, prodígios tecnológicos da civilização ocidental e cristã. Amanhecia em Bagdá. Azulada luz de crepúsculo matinal já permitia avistar-se o traço sinuoso do lerdo rio Tigre, suas águas começaram a refletir o fogo das explosões. Amanhecia em Bagdá.
JORNAL DA CIDADE. Aracaju, 23 mar. 2003. Caderno de variedades.
A passagem acima pertence ao gênero