José de Alencar retratou o seu herói goitacá em prosa, a exemplo do que o escocês Walter Scott havia feito com os cavaleiros medievais na célebre novela Ivanhoé. Para evocar um mítico passado nacional, na falta dos briosos cavaleiros medievais de Scott, o índio seria o modelo de que Alencar lançaria mão. (...) O índio entrara como tema na literatura universal por influência das ideias dos filósofos iluministas e especialmente, da obra de Jean-Jacques Rousseau (...). As teses de Rousseau sobre o "bom selvagem", por sua vez, bebiam na fonte das narrativas de viajantes do século XVI, os primeiros europeus que haviam colocado os pés no chão americano. Foram esses viajantes os responsáveis pela propagação do juízo de que, do outro lado do oceano, existia um povo feliz, vivendo sem lei nem rei (...).
(NETO, Lira. O inimigo do Rei. Uma biografia de José de Alencar. São Paulo: Globo, 2006. p. 166-167)
A corrente romântica indianista, além da ficção de José de Alencar, encontrou também alta expressão na (no)
Questões relacionadas
- Geografia - Fundamental | 1.03 Regionalizações do Mundo em Blocos Econômicos
A Aliança do Pacífico é mais um bloco econômico no continente americano, dentro das atuais tendências da globalização a principal motivação para a integração desde países é
- Língua Portuguesa | 1.04 Inferência, Dedução ou Conclusão
“Ciclo"
Manhã. Sangue em delírio, verde gomo,
Promessa ardente, berço e liminar:
A árvore pulsa, no primeiro assomo
Da vida, inchando a seiva ao sol... Sonhar!
Dia. A flor, — o noivado e o beijo, como
Em perfumes um tálamo e um altar:
A árvore abre-se em riso, espera o pomo,
E canta à voz dos pássaros... Amar!
Tarde. Messe e esplendor, glória e tributo;
A árvore maternal levanta o fruto,
A hóstia da ideia em perfeição... Pensar!
Noite. Oh! saudade!...A dolorosa rama
Da árvore a aflita pelo chão derrama
As folhas, como lágrimas... Lembrar!”
(BILAC, Olavo. Tarde. 1.ed. Rio de Janeiro; São Paulo; Belo Horizonte: Libraria Francisco Alves, p. 12-13, 1919.)
No soneto “Ciclo”,
- Língua Portuguesa - Fundamental | Não Possui Tópico Definido
Um dos primeiros grandes viajantes, Marco Polo nasceu em Veneza em 1254 e morreu em 1324 na mesma cidade. Saindo de Veneza, na Itália, cruzou todo o Oriente até a China. Foi um dos primeiros ocidentais a percorrer a Rota da Seda, que atravessa toda a Ásia. É considerado precursor da Geografia moderna, devido às observações que fez dos países que visitou.
Leia um trecho da sua biografia.
MEU NOME É... MARCO POLO
Nos confins do mundo cristão
Saímos de Veneza em direção ao Mar Negro, pois queríamos fazer escala na cidade de Sudac, na península da Crimeia. Quantas línguas diferentes se ouviam pelas ruas! Quantos sacos com especiarias e produtos raríssimos! Quanta gente de todas as raças e procedências! Os tártaros governavam a cidade, porém os poucos que vi não eram cavaleiros temíveis, mas simples comerciantes. Eles eram baixinhos e tinham uma barba rala no rosto de pele fina. Seus olhos eram puxados, os cabelos pretos, o nariz pequeno, chato e reto e as orelhas grandes.
A partir de Sudac, meu pai e tio Matteo haviam pensado em se juntar a alguma caravana de comerciantes que seguisse a Rota da Seda e por esse caminho atingir a China. Naquele tempo, era muito perigoso viajar sozinho; por isso, muitas pessoas que queriam fazer o mesmo trajeto formavam grandes caravanas, levando seus asnos, cavalos e às vezes até camelos. Como os caminhos estavam em péssimo estado, as pessoas quase nunca usavam carroças, pois logo ficariam arrebentadas. No fim, tivemos de mudar de itinerário ao saber que havia guerra em alguns lugares, e assim decidimos ir por terra até o porto de Ormuz, na embocadura do golfo Pérsico, e de lá continuar o caminho de barco até a China. Os dois frades de Roma ficaram com tanto medo da viagem que resolveram desistir. Atravessamos a Armênia e em seguida a Geórgia, onde existem umas fontes estranhas das quais jorra um óleo negro que não se pode comer mas pega fogo facilmente.
Depois entramos na Pérsia, onde vimos palácios e jardins belíssimos, cheios de frutos doces e lindas fontes. Antigamente, os califas, ou reis da Pérsia, tinham um grande império que chegava até a Espanha, mas os tártaros, que invadiram a região, provocaram muita destruição e mataram o último califa. Portanto, a Pérsia agora não era mais um reino poderoso, embora ainda houvesse vestígios de sua riqueza cultural. Nas cidades deste reino viviam pessoas de mil e uma raças e religiões: persas, árabes, cristãos, muçulmanos, armênios, tártaros etc. As mulheres que vi nessas terras eram as mais belas do mundo.
Que desastre!
Quando já tínhamos deixado a cidade de Kerman, na Pérsia, levantou-se uma nuvem tão grande de fumaça que tivemos de parar. A caravana não pôde continuar porque não enxergávamos o caminho. De repente, ouvimos gritos horripilantes como de animais e fomos atacados por bandidos ferozes. Houve um grande alvoroço na caravana, e os selvagens começaram a destruir tudo e matar todos os que encontravam pela frente. Eu não saía de perto do meu pai e de tio Matteo. Por sorte, nós três conseguimos chegar aonde estavam os cavalos, montamos de um salto e fugimos a galope.
Galopamos sem saber bem para onde íamos, mas felizmente logo chegamos a uma cidade, onde ficamos a salvo. Estávamos exaustos, sufocados pela fumaça da “névoa seca” e morrendo de medo.
Permanecemos na cidade por um tempo, a fim de nos recuperarmos da aventura, e depois seguimos viagem até Ormuz, para tomar um barco que nos levaria para a China. Percebi que meu pai e tio Matteo pareciam preocupados e eu perguntei: “Pai, o que está acontecendo?” Ele respondeu: “Estes navios são os piores que já vi na minha vida! Veja: as tábuas não são presas com pregos, mas com cordas! Na primeira tempestade que houver, certamente afundaremos”. Por esse motivo resolvemos dar meia-volta e ir à China por terra, pelo mesmo caminho que meu pai tinha feito na sua viagem anterior.
Voltamos a Kerman e nos dirigimos para o leste. A terra se tornava cada vez mais seca e quase não havia mais vilarejos. Estávamos numa das etapas mais difíceis da viagem: o deserto Luf, que quer dizer “deserto Nu”. Os cavalos avançavam com muita dificuldade; a poeira e o calor infernal pareciam não ter fim. A boca ficava sempre seca e a areia entrava nos olhos, no nariz, nas orelhas, na boca... Era uma situação desesperadora! Levamos 15 dias para atravessá-lo.
Nas terras do Grande Khan
Em sua primeira viagem, meu pai e meu tio atravessaram Bukhara e Samarcanda, mas desta vez decidiram tentar um caminho mais curto e passar um pouco mais ao sul. Tínhamos de atravessar as incríveis montanhas do Hindu Kush e o planalto de Pamir. Nunca tinha visto montes tão altos! Alguns mediam mais de 6 mil metros!
Assim que ultrapassamos as cordilheiras, costeamos o deserto de Takia Makan por mais de 1.500 quilômetros. A terra era muito seca e tínhamos de parar em todos os oásis para nos abastecer de água potável e comida. Às vezes encontrávamos açudes com água tão verde que provocava diarréia nos cavalos que ousavam experimentá-la. De vez em quando deparávamos com algumas estações isoladas onde emissários do grande Khan podiam trocar seus cavalos por outros que não estivessem cansados.
Na China, o sistema de entrega de correspondência era dos mais eficientes: um cavaleiro normal levaria dois meses para cruzar o país de um extremo ao outro, mas o Khan providenciara um esquema tão organizado que seus emissários podiam atravessá-lo em apenas três dias e meio! Quando a mensagem era muito urgente, como no caso de uma guerra, os mensageiros cavalgavam dia e noite a galope usando um cinturão de cascavéis para chamar a atenção. Assim, ao chegar a uma estação já encontravam o cavalo seguinte preparado, e se o cavaleiro estivesse muito cansado já havia outro para substituí-lo.
Enquanto cavalgávamos em silêncio, eu tinha tempo de avaliar tudo o que via. Também conversava muito com meu pai sobre Veneza e a China, e ele me ensinava o idioma dos tártaros. Finalmente, depois de muitos dias de viagem, chegamos a Lop, a última cidade-oásis antes de entrarmos no grande deserto de Gobi, um dos maiores desafios que precisávamos vencer em nossa travessia. Em Lop tínhamos de nos abastecer de água e comida para um mês.
Antes de começar a travessia do Gobi, o pessoal nos aconselhou a permanecer sempre juntos, sem nunca nos desviar do caminho. Não podíamos desperdiçar uma só gota de água, nem dar ouvidos às vozes e aos espíritos do deserto que costumam chamar os viajantes e até sussurram seus nomes, para fazê-los perder-se naquela planície solitária. Muitos homens morreram de sede por culpa deles. Em algumas noites eu ouvia essas vozes, e confesso que ficava apavorado.
Depois de 30 dias extenuantes, atravessamos o deserto e chegamos à cidade de Tung-Huang. Já estávamos na China!
(...)
(Fonte: BARBA, Nuria. Meu nome é Marco Polo. São Paulo, Publifolha, 2005. P. 18-30.)
Marco Polo viveu em uma época muito anterior a nossa. Escreva duas informações do texto que mostram características do tempo em que ele viveu.
- Física | 3.6 Termodinâmica
(ENEM 2009 1ª APLICAÇÃO) O manual de instruções de um aparelho de arcondicionado apresenta a seguinte tabela, com dados técnicos para diversos modelos:
Considere-se que um auditório possua capacidade para 40 pessoas, cada uma produzindo uma quantidade média de calor, e que praticamente todo o calor que flui para fora do auditório o faz por meio dos aparelhos de ar condicionado. Nessa situação, entre as informações listadas, aquelas essenciais para se determinar quantos e/ou quais aparelhos de ar-condicionado são precisos para manter, com lotação máxima, a temperatura interna do auditório agradável e constante, bem como determinar a espessura da fiação do circuito elétrico para a ligação desses aparelhos, são
- Matemática - Fundamental | 09. Probabilidade e Estatística
Paula está ensinando sua filha a formar números com três algarismos significativos e distintos e a distinguir um número par de um ímpar. Para isso, organizou 10 cartelas, registrando nelas os algarismos de 0 a 9. Iniciou com cartelas com os algarismos 1, 2 e 3. Se escolher a ordem das cartelas ao acaso, a probabilidade de que ela forme um número par com esses três algarismos é