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Depois, examinando com atenção o que eu era e notando que podia fingir que eu não possuía corpo algum e que não havia mundo algum ou qualquer lugar onde eu existisse, mas que nem por isso podia supor que não existia e que, ao contrário, pelo fato de pensar em duvidar da verdade das outras coisas, seguia-se de modo muito evidente e muito certo que eu existia. Ao passo que, se somente tivesse parado de pensar, ainda que todo o resto que alguma vez havia imaginado fosse verdadeiro, já que não teria razão alguma de acreditar que eu tivesse existido.
DESCARTES, René. Discurso do método. São Paulo: Lafonte, 2017
No texto, a razão cartesiana é caracterizada como