TEXTO I
Ora, a morte é a cessação da vida física ou o aniquilamento do indivíduo no dinamismo da physis, de maneira que não há sofrimento nela, afinal, sofrimento e prazer, mal e bem, residem nas sensações. Como a morte implica privação de sensações, não se pode pensar que ela acarrete algum sofrimento aos indivíduos. Por conseguinte, o sábio, aquele que se aplica a refletir sobre a natureza da morte, não terá nada a temer.
Epicuro. Carta sobre a felicidade (A Meneceu). São Paulo: Editora UNESP; 1997.
TEXTO II
O sábio não desdenha viver nem teme deixar de viver; para ele, viver não é um fardo, e deixar de viver (a morte) não é um mal. Ao contrário, o sábio, assim como que opta pela comida mais saborosa e não pela mais abundante, do mesmo modo sabe colher os frutos de um tempo bem vivido, ainda que breve.
Epicuro. Carta sobre a felicidade (A Meneceu). São Paulo: Editora UNESP; 1997.
O epicurismo é o sistema filosófico que prega a procura dos prazeres moderados para atingir um estado de tranquilidade e de libertação do medo, com a ausência de sofrimento corporal pelo conhecimento do funcionamento do mundo e da limitação dos desejos.
Seguindo essa linearidade de raciocínio, Epicuro afirma que não se deve temer a morte, pois ela