No presente contexto, o termo globalização refere- -se a um processo dialético ambivalente, em que o movimento de mercadorias, capitais, moedas, pessoas e informações no espaço geográfico é continuamente expandido e acelerado; e infraestruturas espaciais, relativamente fixas e imóveis, são produzidas, reconfiguradas e/ou transformadas para permitir tal movimento expandido e acelerado. A partir dessa perspectiva, a globalização envolve uma interação dialética entre o movimento endêmico rumo à compressão do tempo-espaço no âmbito do capitalismo (momento de desterritorialização) e a produção e reconfiguração contínua de configurações espaciais relativamente fixas – por exemplo, as infraestruturas territoriais de aglomerações regionais urbanas e Estados (momento da reterritorialização).
BRENNER, N. A globalização como reterritorialização: o reescalonamento da governança urbana na União Europeia. Cadernos Metrópole, São Paulo, v. 12, n. 24, p. 535-64, jul/dez 2010.
A globalização, conforme apontado no texto, traz um conjunto de transformações das mais diversas ordens para o território e para os Estados. É possível identificar a concomitância dessas transformações com a ocorrência do neoliberalismo, o qual é compreendido como uma (um)