No âmbito das migrações internas do Brasil, tem sido diversificada a tipologia dos deslocamentos. Intensos fluxos de caráter rural-urbano ocorreram nas décadas de 1950 e 1960, representativos de um período marcado por crescente concentração fundiária e pela industrialização nos grandes centros urbanos do Sudeste brasileiro. Estabeleceram-se migrações interestaduais de longa distância na década de 1970, especialmente a de nordestinos para o eixo Rio de Janeiro-São Paulo. Multiplicaram-se as migrações de assalariados rurais temporários (volantes, boias-frias) especialmente para as colheitas da cana e da laranja, expressão do subemprego sazonal e das relações de trabalho informais geradas pela modernização capitalista do campo. Fomentaram-se os deslocamentos sucessivos de “barrageiros” para a construção de grandes obras de infraestrutura energética ao longo das áreas de fronteira, seja internacional (Itaipu) ou nacional (Tucuruí, Balbina, etc.).
BECKER, O. Mobilidade espacial da população: conceitos, tipologias, contextos. In. CASTRO, I.; GOMES, P.; CÔRREA, R. (Org.).
Explorações Geográficas. Rio de Janeiro: Bertrand, 1997 (Adaptação).
Os diversos fluxos migratórios internos do Brasil elencados pelo texto têm em comum o fato de que