A extinção da escravatura foi encaminhada por etapas até o final, em 1888. (...) O que teria levado o governo a propor uma lei que, sem ter nada de revolucionário, criava problemas nas relações com sua base social de apoio? O encaminhamento da questão servil, mesmo ferindo interesses econômicos importantes, era visto como um mal menor diante do risco potencial de revoltas. Já a classe dominante via no projeto um grave risco de subversão da ordem. Se libertar os escravos por um ato de generosidade do senhor gerava reconhecimento e obediência, por outro lado, poderia gerar no escravo a ideia de um direito, o que conduziria o país à guerra entre raças.
Fausto, Boris. História do Brasil. 14ª edição, 2ª reimpressão. São Paulo, Editora da Universidade de São Paulo, 2015. Texto adaptado. VOT2021
O movimento abolicionista era visto com preocupação pela elite brasileira no final do século XIX. Tal preocupação parte do pressuposto de que a