(MACKENZIE) Se a função f: R - {2} → R* é definida por e f-1 a sua inversa, então f-1 (-2) é igual a
Questões relacionadas
- Literatura | 4.2 Realismo(PUC-CAMPINAS) TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Cronista sem assunto
Difícil é ser cronista regular de algum periódico. Uma crônica por semana, havendo ou não assunto... É buscar na cabeça uma luzinha, uma palavra que possa acender toda uma frase, um parágrafo, uma página inteira – mas qual? 1Onde o ímã que atraia uma boa limalha? 2Onde a farinha que proverá o pão substancioso? O relógio está correndo e o assunto não vem. Cronos, cronologia, crônica, tempo, tempo, tempo... Que tal falar da falta de assunto? Mas isso já aconteceu umas três vezes... Há cronista que abre a Bíblia em busca de um grande tema: os mandamentos, um faraó, o Egito antigo, as pragas, as pirâmides erguidas pelo trabalho escravo? Mas como atualizar o interesse em tudo isso? O leitor de jornal ou de revista anda com mais pressa do que nunca, 3e, aliás, está munido de um celular que lhe coloca o mundo nas mãos a qualquer momento.
Sim, a internet! O Google! É a salvação. 4Lá vai o cronista caçar assunto no computador. Mas aí o problema fica sendo o excesso: ele digita, por exemplo, “Liberdade”, e 5lá vem a estátua nova-iorquina com seu facho de luz saudando os navegantes, ou o bairro do imigrante japonês em São Paulo, 6ou a letra de um hino cívico, ou um tratado filosófico, até mesmo o “Libertas quae sera tamen*” dos inconfidentes mineiros... Tenta-se outro tema geral: “Política”. Aí mesmo é que não para mais: vêm coisas desde a polis grega até um poema de Drummond, salta-se da política econômica para a financeira, chega-se à política de preservação de bens naturais, à política ecológica, à partidária, à política imperialista, à política do velho Maquiavel, ufa.
Que tal então a gastronomia, mais na moda do que nunca? 7O velho bifinho da tia ou o saudoso picadinho da vovó, receitas domésticas guardadas no segredo das bocas, viraram nomes estrangeiros, sob molhos complicados, de apelido francês. Nesse ramo da alimentação há também que considerar o que sejam produtos transgênicos, orgânicos, as ameaças do glúten, do sódio, da química nociva de tantos fertilizantes. Tudo muito sofisticado e atingindo altos níveis de audiência nos programas de TV: já seremos um país povoado por cozinheiros, quer dizer, por chefs de cuisine?**
Temas palpitantes, certamente de interesse público, estão no campo da educação: há, por exemplo, quem veja nos livros de História uma orientação ideológica conduzida pelos autores; 8há quem defenda uma neutralidade absoluta diante de fatos que seriam indiscutíveis. 9Que sentido mesmo tiveram a abolição da escravatura e a proclamação da República? E o suicídio de Getúlio Vargas? E os acontecimentos de 1964? Já a literatura e a redação andam questionadas como itens de vestibular: mas sob quais argumentos o desempenho linguístico e a arte literária seriam dispensáveis numa formação escolar de verdade?
Enfim, 10o cronista que se dizia sem assunto de repente fica aflito por ter de escolher um no infinito cardápio digital de assuntos. Que esperará ler seu leitor? 11Amenidades? Alguma informação científica? A quadratura do círculo encontrada pelo futebol alemão? A situação do cinema e do teatro nacionais, dependentes de financiamento por incentivos fiscais? Os megatons da última banda de rock que visitou o Brasil? O ativismo político das ruas? Uma viagem fantasiosa pelo interior de um buraco negro, esse mistério maior tocado pela Física? A posição do Reino Unido diante da União Europeia?
12Houve época em que bastava ao cronista ser poético: o reencontro com a primeira namoradinha, uma tarde chuvosa, um passeio pela infância distante, um amor machucado, 13tudo podia virar uma valsa melancólica ou um tango arrebatador. Mas hoje parece que estamos todos mais exigentes e utilitaristas, e os jovens cronistas dos jornais abordam criticamente os rumores contemporâneos, valem-se do vocabulário ligado a novos comportamentos, ou despejam um humor ácido em seus leitores, 14num tempo sem nostalgia e sem utopias.
É bom lembrar que o papel em que se imprimem livros, jornais e revistas está sob ameaça como suporte de comunicação. 15O mesmo ocorre com o material das fitas, dos CDs e DVDs: o mundo digital armazena tudo e propaga tudo instantaneamente. Já surgem incontáveis blogs de cronistas, onde os autores discutem on-line com seus leitores aspectos da matéria tratada em seus textos. A interatividade tornou-se praticamente uma regra: há mesmo quem diga que a própria noção de autor, ou de autoria, já caducou, em função da multiplicidade de vozes que se podem afirmar num mesmo espaço textual. Num plano cósmico: quem é o autor do Universo? Deus? O Big Bang? A Física é que explica tudo ou deixemos tudo com o criacionismo?
Enquanto não chega seu apocalipse profissional, o cronista de periódico ainda tem emprego, o que não é pouco, em tempo de crise. Pois então que arrume assunto, e um bom assunto, para não perder seus leitores. Como não dá para ser sempre um Machado de Assis, um Rubem Braga, um Luis Fernando Veríssimo, há que se contentar com um mínimo de estilo e uma boa escolha de tema. A variedade da vida há de conduzi-lo por um bom caminho; é função do cronista encontrar algum por onde possa transitar acompanhado de muitos e, de preferência, bons leitores.
(Teobaldo Astúrias, inédito)
* Liberdade ainda que tardia.
** chefes de cozinha.
O conto Teoria do medalhão, de Machado de Assis, é um diálogo no qual um pai mostra ao filho o caminho que deve trilhar para se tornar um medalhão: um figurão, uma pessoa importante, uma celebridade da época. Ao final do conto lemos esta última advertência do pai: "Guardadas as proporções, a conversa desta noite vale O Príncipe, de Maquiavel." Esta frase expõe um procedimento comum na obra de Machado, qual seja:
- Geografia | 3.3 Solo
Uma mancha esverdeada se destaca na paisagem ondulada dos arredores de Poções, pequeno município no Semiárido baiano. Ali, a profusão de cactos e árvores da Caatinga contrasta com a pastagem e os solos nus do entorno. O responsável pelo “oásis” é o engenheiro aposentado Nelson Araújo Filho, de 66 anos. “Quando comecei aqui, o solo era compactado e não produzia nada”. Sentado à sombra de um umbuzeiro, Araújo conta que por muitos anos aquela área, que pertence a seu pai, abrigou roças de milho e aipim. Depois, virou pasto para gado. Mas os anos de uso esgotaram o solo e o deixaram em vias de virar deserto — fenômeno que atinge cerca de 13% das terras do Semiárido brasileiro. Araújo começou a reverter o processo há três anos com a implantação de um sistema agroflorestal em 1,8 hectare, espaço equivalente a dois campos de futebol. A técnica, que tem sido adotada em várias regiões brasileiras e do mundo, se espelha no funcionamento dos ecossistemas originais de cada região.
FELLET, J.; LIMA, F. Agricultores transformam deserto em floresta no Semiárido. Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 10 nov. 2021 (adaptado).
A iniciativa de uso agrícola do solo descrita no texto promove a
- Língua Portuguesa | 1.02 Conhecimento Prévio
Ora nesse tempo Jacinto concebera uma ideia... Este Príncipe concebera a ideia de que o “homem só é superiormente feliz quando é superiormente civilizado”. E por homem civilizado o meu camarada entendia aquele que, robustecendo a sua força pensante com todas as noções adquiridas desde Aristóteles, e multiplicando a potência corporal dos seus órgãos com todos os mecanismos inventados desde Teramenes, criador da roda, se torna um magnífico Adão, quase onipotente, quase onisciente, e apto portanto a recolher [...] todos os gozos e todos os proveitos que resultam de Saber e Poder... [...]
Este conceito de Jacinto impressionara os nossos camaradas de cenáculo, que [...] estavam largamente preparados a acreditar que a felicidade dos indivíduos, como a das nações, se realiza pelo ilimitado desenvolvimento da Mecânica e da erudição. Um desses moços [...] reduzira a teoria de Jacinto [...] a uma forma algébrica:
E durante dias, do Odeon à Sorbona, foi louvada pela mocidade positiva a Equação Metafísica de Jacinto.
(FUVEST 2014 1° FASE) O texto refere-se ao período em que, morando em Paris, Jacinto entusiasmava-se com o progresso técnico e a acumulação de conhecimentos. Considerada do ponto de vista dos valores que se consolidam na parte final do romance, a “forma algébrica” mencionada no texto passaria a ter, como termo conclusivo, não mais “Suma felicidade”, mas, sim, Suma
- Biologia | 02. Origem da Vida
(UEFS) Os micro-organismos foram as primeiras formas de vida na Terra. Com eles, iniciava-se a história da sua futura relação com o ser humano. As bactérias foram testemunhas de todas as formas de vida que surgiram a seguir e de muitas que viriam a se extinguir. Surgiram há cerca de quatro bilhões de anos e reinaram absolutas até seiscentos milhões de anos, época em que apareceram outras formas de vida, dessa vez multicelulares. (UJVARI, 2003, p. 14).
É possível identificar como uma característica exclusiva do padrão organizacional dos organismos que representam as primeiras formas de vida presentes na Terra a
- Geografia | 3.5 Vegetação
O bioma Cerrado foi considerado recentemente um dos 25 hotspots de biodiversidade do mundo, segundo uma análise em escala mundial das regiões biogeográficas sobre áreas globais prioritárias para conservação. O conceito de hotspot foi criado tendo em vista a escassez de recursos direcionados para conservação, como objetivo de apresentar os chamados “pontos quentes”, ou seja, locais para os quais existe maior necessidade de direcionamento de esforços, buscando evitar a extinção de muitas espécies que estão altamente ameaçadas por ações antrópicas.
PINTO, P.P.; DINIZ-FILHO, J. A. F. In: ALMEIDA, M. G. (Org.). Tantos cerrados: múltiplas abordagens sobre a biogeodiversidade e singularidade cultural. Goiânia: Vieira. 2005 (adaptado).
A necessidade desse tipo de ação na área mencionada tem como causa a