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(UNESP) Os homens, diz um antigo ditado grego, atormentam-se com a ideia que têm das coisas e não com as coisas em si. Seria um grande passo, em alívio da nossa miserável condição, se se provasse que isso é uma verdade absoluta. Pois se o mal só tem acesso em nós porque julgamos que o seja, parece que estaria em nosso poder não o levarmos a sério ou o colocarmos a nosso serviço. Por que atribuir à doença, à indigência, ao desprezo um gosto ácido e mau se o podemos modificar? Pois o destino apenas suscita o incidente; a nós é que cabe determinar a qualidade de seus efeitos.
Michel de Montaigne. Ensaios, 2000. Adaptado.
De acordo com o filósofo, a diferença entre o bem e o mal