Mario Quintana expressa uma forte unidade de tema, centrado na problemática individual. Atribuindo à existência enquanto temporalidade a razão do desconforto perante a realidade, examina esta última negativamente, rejeitando tudo o que diga respeito a uma presença física. Daí sua preferência pelo imaterial ou pela natureza, enquanto esta pode ser a projeção do eu. Por isso, nuvens, flores, animais são metáforas de seus sonhos ou de sua espiritualização, de modo que é na intimidade do ser humano que se dá a vida autêntica, fora do tempo e voltada ao ideal. A ênfase no onírico leva-o à valorização de todos os elementos que se associam a ele, diretamente ou não. Decorre daí a utilização da infância e seu universo adjacente como motivos de criação poética. [...]
ZILBERMAN. R. A Literatura no Rio Grande do Sul. Porto Alegra: Mercado Aberto, 1992.
De acordo com o texto,