Do século XV ao XVIII verificou-se verdadeira mudança de mentalidade. A mecânica e a técnica, de menosprezadas, passaram a supervalorizadas. Não é generalizada aceitação, pois os preconceitos têm raízes fundas, dificilmente removíveis. Ainda no século XVIII e mesmo nos seguintes, até o atual, encontra-se certa atitude de suspeita ante o manual ou mecânico, enquanto se realça o ócio, o lazer, a condição de nobreza, que não trabalha ou só trabalha com a inteligência e exerce o comando. Daí a desconsideração com tarefas como as agrícolas, as artesanais ou manufatureira, ou mesmo comerciais [...]. Curioso lembrar como os médicos, forrados de humanismo, não tinham respeito pelos cirurgiões, pois exerciam labor mecânico. Até 1743 – repare na data – eram vistos como espécie de barbeiros.
IGLÉSIAS, F. A Revolução Industrial. São Paulo: Brasiliense, 1981. VOT2021.
A Revolução Industrial provocou uma grande transformação no processo produtivo. No entanto, o historiador Francisco Iglésias aborda mudanças e preservação de conceitos e preconceitos a exemplo do