Explicaê

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Anoitecer

Esbraseia o Ocidente na agonia

O sol... Aves em bandos destacados,

Por céus de ouro e de púrpura raiados,

Fogem... Fecha-se a pálpebra do dia...

Delineiam-se, além, da serrania

Os vértices de chama aureolados,

E em tudo, em torno, esbatem derramados

Uns tons suaves de melancolia...

Um mundo de vapores no ar flutua...

Como uma informe nódoa, avulta e cresce

A sombra à proporção que a luz recua...

A natureza apática esmaece...

Pouco a pouco, entre as árvores, a lua

Surge trêmula, trêmula... Anoitece.

CORREIA, R. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1961.

No soneto “Anoitecer”, vinculado à estética parnasiana, Raimundo Correia descreve o final do dia, incorporando à paisagem uma profunda melancolia. Sobre o soneto, é possível afirmar que

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