A escravidão não há de ser suprimida no Brasil por uma guerra servil, muito menos por insurreições ou atentados locais. Não deve sê-lo, tampouco, por uma guerra civil, como o foi nos Estados Unidos. Ela poderia desaparecer, talvez, depois de uma revolução, como aconteceu na França, sendo essa revolução obra exclusiva da população livre. É no Parlamento e não em fazendas ou quilombos do interior, nem nas ruas e praças das cidades, que se há de ganhar, ou perder, a causa da liberdade.
NABUCO, J. O abolicionismo [1883]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; São Paulo: Publifolha, 2000 (adaptado).
No texto, Joaquim Nabuco defende um projeto político sobre como deveria ocorrer o fim da escravidão no Brasil, no qual
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- Língua Portuguesa - Fundamental | 4.09 Dissertação e Argumentação
Katmandu, 10 de fevereiro
Diário,
hoje foi o dia mais sinistro! Fomos passear pelo centro histórico e encontramos homens santos, chamados sadus. Eles têm umas manias bem esquisitas. Cobrem o corpo com cinza e ficam meditando em umas posições difíceis de se equilibrar. A vovó explicou que são posições de ioga. Os sadus de verdade andam quase pelados (e ninguém liga). Tinha um sadu que devia ser meio falsificado porque estava todo vestido e em troca de umas moedas deixava os turistas tirarem foto ao lado dele. Era um “santo” para turista ver. O cabelo desse sadu era tão comprido que ia da cabeça (como todo cabelo) até a ponta do pé e ainda sobrava um pedacinho que arrastava no chão. Era muito feio. Pente não passava por ali fazia anos.
Depois encontramos uns encantadores de serpente. É, eles existem mesmo, não é só em filme. Queria que o Davi, o Pedro, os dois meninos mais legais da minha escola, e o Diego, meu irmão, vissem isso. Eles iam achar muito irado. Os homens guardavam as serpentes em cestinhas de palha. Tinha um encantador de serpentes que tocava uma flauta e da cestinha dele aparecia uma naja. (...)
Tinha um menino segurando umas cobras muito enroladas umas nas outras. Elas estavam emboladas como os fios do computador da minha mãe. Eu só soube que eram três porque contei três cabeças.
E o mais incrível era um homem com uma jiboia imensa e gorda e comprida (se ela desenrolasse toda, ficaria maior do que eu). Fiquei de boca aberta. O homem da jiboia ofereceu a cobra para a minha vó segurar. E se a cobra entrangulasse a vovó? (...) mas voltando à cena da jiboia... minha vó é toda metida a esperta e já estava sorrindo, pensando no sucesso que ia ser mostrar para a turma da hidroginástica a foto dela com uma cobra a tiracolo. Mas na hora H, na hora de estender a mão e segurar o bicho, ela ficou com medo e escapou de virar lanche de jiboia. E eu escapei de ficar órfã de vó no meio do Nepal.
Como eu e Julia adoramos as cobras e não parávamos de falar nisso, a vovó entrou numa livraria e comprou um livro formidável: Tudo o que você queria saber sobre as cobras, com um monte de figuras espetaculares. Sentamos num restaurante para tomar coca-cola (coca-cola tem no mundo todo), começamos a ler o livro e descobrimos... toda a verdade verdadeira. Eu tinha razão: a cobra pescoçuda era uma naja, a cobra preferida dos encantadores de serpente – yes! Garota inteligente! Mas... essa história de encantamento é tudo mentira, uma lorota boa. Sabe por quê? As cobras não têm ouvidos, são surdinhas da silva xavier.
- Mas nós vimos a naja aparecendo quando o encantador tocou a música! – disse Júlia.
- Porque os encantadores de serpentes botam em suas flautas xixi de rato, e quando eles sopram deve sair muito cheiro de rato pelo ar. Aí, as cobras ficam doidinhas e saem das cestinhas colocando as linguinhas fininhas e compridas para dentro e para fora, pois é assim que elas sentem cheiros – respondeu a vovó lendo a explicação do livro.
(...)
Continuamos andando e encontramos umas mulheres vendendo carimbos e pós coloridos. Nós ficamos malucas e compramos um monte. Os carimbos daqui são feitos de madeira (incríveis, minhas amigas vão morrer de inveja!), nada parecido com aqueles de plástico, que a gente acha em qualquer barraca de camelô. (...) Os pós coloridos eram para tingir panos.
Depois, adivinha que sorte: no meio da rua tinha um nepalês (quem nasce no Nepal se chama assim) fazendo tatuagens de hena na mão das pessoas com os mesmos carimbos que nós tínhamos acabado de comprar. A gente implorou para a vovó e ela deixou nós duas fazermos tatuagens. Adoro tatuagem, é muito radical. Em cada dedo, o moço tatuou uma flor com cabinho, e na palma da mão, um símbolo estanho.
Esqueci de contar que para fazer as compras a vovó tinha trocado dinheiro. Cada país tem o seu dinheiro, mas existe o dólar, o dinheiro mais usado do mundo. Em todos os lugares a gente pode trocar dólares pelo dinheiro local. A vovó trouxe uma porção deles e ela vai trocando aos pouquinhos pelo dinheiro do país onde a gente está. A moeda do Nepal se chama rúpia nepalesa.
E sabe o que mais nós compramos com as nossas rúpias? Marionetes. Tinha uma loja cheia delas (marionetes são bonecos que mexem os braços, as pernas e a cabeça quando a gente puxa os fios). Vou enfeitar o meu quarto com todas que escolhi.
Luisa
(Fonte: CHINDLER, Daniela. O hamburguer era de carneiro – diário de uma viagem à Índia. Rio de Janeiro, Rocco, 2004. )
Dê a sua opinião:
a) Por que foi preciso implorar para a avó deixar que elas fizessem tatuagens? Quais poderiam ser as razões da avó para não deixá-las fazer tatuagens?
b) CITE dois argumentos que poderiam ter sido usados pelas meninas para convencer a avó a dar a sua permissão.
- Língua Portuguesa - Fundamental | 9.01 Texto narrativo
Explique o significado das expressões ou palavras destacadas, de acordo com seu sentido no texto.
(A) Mas nem sinal do bom humor!
(B) Júlia riu, contagiando a todos!
- Língua Portuguesa - Fundamental | Não Possui Tópico Definido
Give advice to some friends by suggesting to them what they should or shouldn’t do.
(A) David: “I got a bad grade on Math test.”
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(B) Paul: “I am too fat.”
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(C) Susan: “I want to play the piano.”
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- Geografia | 6. Econômica
Papel dirigente dos municípios, segundo o número de assalariados externos aos seus limites territoriais, 2011
O número de funcionários lotados em filiais situadas fora dos limites territoriais dos municípios onde estão instaladas as empresas matrizes possibilita uma compreensão geral da lógica de organização produtiva do território.
Considerando o mapa e conhecimentos geográficos sobre o tema, é correto afirmar que a moderna lógica de organização produtiva do território brasileiro é caracterizada pela
- Língua Portuguesa | 1. Interpretação de Textos
(UPF) Vespertina tropical
24Então 4Deus, tendo acabado de criar o firmamento e os continentes, o homem e 10a mulher, a zebra, os elétrons, o umbu e a neblina, quis dar um último toque em Sua obra: num arroubo de lirismo, lá pelas 17h54 do sexto dia, pintou a aurora boreal. É, 12de fato, um 3troço estupendo: 28mais bonito que o pôr do sol, mais improvável que a girafa, mais grandioso que o relâmpago. Era pra ser o corolário da criação, a maior atração da Terra, 32diante da qual casais em lua de mel deixariam cair os queixos, japoneses ergueriam as câmeras e mochileiros bateriam palmas, contentes por terem nascido neste planeta abençoado e multicolor, mas, 14infelizmente, como se sabe, 25a aurora boreal 1não 15pegou.
16Claro: 31é longe, é raro e é muito cedo, como esses espetáculos incríveis encenados domingo de manhã no Sesc Belenzinho. Imagina se a aurora boreal fosse nos trópicos, seis e meia da tarde? 11O sujeito tá num táxi na avenida Atlântica, olha pro lado, o céu todo verde e amarelo e laranja e roxo, saca o celular, faz um “selfie” [tava louco pra usar essa palavra], posta “#vespertinatropical!!!” e segue pra casa, satisfeito. Mas não, é pra lá da Groenlândia, 4h30 AM, ninguém sabe quando: aí, não adianta reclamar que o público é ignorante e prefere a caretice hollywoodiana de um arco-íris.
Fosse só a aurora boreal, 13beleza, mas 18a natureza tá cheia de desarranjos semelhantes. Não surpreende: ela foi criada há milhões de anos, nunca passou por uma revisão e ainda é administrada pelo fundador. 30Se eu fosse 5Javé, chamava uma dessas consultorias especializadas em fazer a transição de 8empresas familiares para organizações, digamos, mais competitivas, e dava um choque de gestão. Nem precisa gastar muito, basta alocar melhor os recursos.
19Veja os cometas, por exemplo. Tudo espalhado por aí, nos visitam só a cada 70, cem anos, às vezes chegam de lado, outras vezes de dia, ninguém vê, 2baita desperdício de energia. Por que não 9otimizar essas órbitas? 33Fazer com que venham cinco, dez ao mesmo tempo na noite de Réveillon, proporcionando uma queima de fogos global à nossa sofrida humanidade?
20A gravidade é outro assunto que merece uma calibrada: tem que ser mesmo 9,8 m/s2? Por quê? Como Deus chegou a esse número? Gostaria que Ele abrisse as planilhas para entendermos se cada m/s2 é realmente necessário. Com metade dessa atração, nós continuaríamos colados ao chão e seria muito mais agradável se locomover por aí. O mínimo que o Senhor poderia fazer era dar uma amainada de dezembro a março: imagina que alívio encarar esse calorão com 25% menos esforço, durante a “Gravidade de Verão”. 17Sem falar, óbvio, em 50% para grávidas, idosos e cadeirantes.
26Não tenho dúvida de que o 6Todo Poderoso resistirá a essas e outras reformas. 22Criar o Universo é o tipo da coisa que infla um pouco o ego do sujeito, 27mas seria bom se Ele se animasse a colocar o mundo nos eixos - literalmente: 23já repararam como a Terra gira toda torta, envergada como um frei Damião?
21Se meu pacote de sugestões não puder convencê-Lo pelo bom senso, quem sabe ao menos uma parte cutuque a Sua vaidade? Ora, 7El Shaddai, 29a aurora boreal é um negócio tão lindo, tão grandioso, tão divino, não é justo que siga sendo exibida, ano após ano, apenas para os ursos-polares, as focas e a Björk, é ou não é?
PRATA, Antonio. “Vespertina Tropical”. Folha de São Paulo.
Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/colunas/antonioprata/2014/02/1406077-vespertina-tropical.shtml.
Acesso em 21 mar. 2014
Os tempos e os modos verbais contribuem para construir, no texto, determinados efeitos de sentido. Acerca desses efeitos, afirma-se:
I. O futuro do pretérito é usado para dar ideia de probabilidade, como ocorre em “diante da qual casais em lua de mel deixariam cair os queixos, japoneses ergueriam as câmeras e mochileiros bateriam palmas” (ref. 32).
II. O imperativo afirmativo contribui para construir o efeito de proximidade com o leitor, como ocorre em “Veja os cometas, por exemplo” (ref. 19).
III. O presente do subjuntivo é usado para dar ideia de possibilidade de ação, como ocorre em “Fazer com que venham cinco, dez ao mesmo tempo” (ref. 33).
Estão corretas as afirmações apresentadas em: