ANDRADE, M. Poesias completas. Belo Horizonte: Itatiaia, 2005.
Em um texto literário, é comum que os recursos poéticos e linguísticos participem do significado do texto, isto é, forma e conteúdo se relacionam significativamente. Com relação ao poema de Mário de Andrade, a correlação entre um recurso formal e um aspecto da significação do texto é:
Questões relacionadas
- Língua Portuguesa
O texto a seguir foi extraído do livro de memórias do escritor e jornalista carioca, que nasceu em 1926, Carlos Heitor Cony.
Um livro de memórias é “relato que alguém faz, frequentemente, na forma de obra literária, a partir de acontecimentos históricos dos quais participou ou foi testemunha, ou que estão fundamentados em sua vida particular”. Não deve ser confundido com autobiografia.
O suor e a lágrima
Fazia calor no Rio, quarenta graus e qualquer coisa, quase quarenta e um. No dia seguinte, os jornais diriam que fora o dia mais quente deste verão que inaugura o século e o milênio. 2Cheguei ao Santos Dumont, o voo estava atrasado, decidi engraxar os sapatos. Pelo menos aqui no Rio são raros 3esses engraxates, só existem nos aeroportos e em poucos lugares avulsos.
Sentei-me 4naquela espécie de cadeira canônica, de coro de abadia pobre, que também pode parecer o trono de um rei desolado de um reino desolante.
O engraxate era gordo e estava com calor — o que me pareceu óbvio. Elogiou 7meu sapato, cromo italiano, fabricante ilustre, os Rossetti. 6Uso-o pouco, em parte para poupá-lo, em parte porque quando posso estou sempre de tênis.
Ofereceu-me o jornal que eu já havia lido e começou seu ofício. Meio careca, o suor encharcou-lhe a testa e a calva. 5Pegou aquele paninho que dá brilho final nos sapatos e com ele enxugou o próprio suor, que era abundante.
Com o mesmo pano, executou com maestria aqueles movimentos rápidos em torno da biqueira, mas a todo o instante o usava para enxugar-se — caso contrário, o suor inundaria o meu cromo italiano.
E foi assim que a testa e a calva do valente filho do povo ficaram manchadas de graxa e o meu sapato adquiriu um brilho de espelho, à custa do suor alheio. Nunca tive sapatos tão brilhantes, tão dignamente suados.
Na hora de pagar, alegando não ter nota menor, deixei-lhe um troco generoso. Ele me olhou espantado, retribuiu a gorjeta me desejando em dobro tudo o que eu viesse a precisar no resto dos meus dias.
Saí daquela cadeira com um baita sentimento de culpa. Que diabo, meus sapatos não estavam tão sujos assim, por 45 míseros tostões fizera um filho do povo suar para ganhar seu pão. 1Olhei meus sapatos e tive vergonha daquele brilho humano salgado como lágrimas.CONY, Carlos Heitor. In: Eu aos pedaços: memórias. São Paulo: Leya, 2010. p. 114-115.
No seguinte enunciado — “Cheguei ao Santos Dumont, o voo estava atrasado, decidi engraxar os sapatos” (ref. 2) — a relação entre as orações está implícita. Marque a única alternativa que explicita o sentido que esse enunciado tem no texto.
- Física | B. Vetorial
(UNIDERP) A prática de exercícios físicos e a adesão aos esportes têm se tornado cada vez mais frequente na vida das pessoas, e isso decorre da crescente conscientização em relação aos cuidados com a saúde. Considerando-se que um jovem corra por 12 min, realizando 18 voltas em uma pista circular de raio 20,0 m, é correto afirmar que a velocidade escalar média desenvolvida por ele, para a realização da corrida, em πm/s, é igual a
- Química | 3.6 Reações Orgânicas
(UESB)
O capim citronela é uma planta conhecida pelo efeito repelente contra insetos. O óleo extraído dessa planta contém aproximadamente 40% de citronelal representado pela estrutura I, além de possuir pequenas quantidades de citronelol representado pela estrutura II e por outros compostos. O citronelol é excelente aromatizante de ambientes e possui atividade repelente de insetos, principalmente de mosquitos.
Com base nessas informações e na estrutura química do citronelal e do citronelol, é correto concluir:
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Esta figura é uma representação de uma superfície de revolução chamada de:
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TEXTO I
A sociedade cultiva a violência, inculcando-a nos indivíduos como virtude do homem forte, do homem corajoso, do homem honrado, que se arrisca a morrer para defender os “valores” que dão sentido à sua vida.
MULLER, J. M. O princípio da não violência: uma trajetória filosófica. São Paulo: Palas Athena, 2007.
TEXTO II
A ideia de a humanidade tomar seu destino nas próprias mãos somente faz sentido se atribuirmos consciência e propósito à espécie; as espécies são apenas correntes na flutuação aleatória dos genes.
GRAY, J. Cachorros de palha: reflexões sobre humanos e outros animais. São Paulo: Record, 2002.
Os textos articulam argumentos em torno de dois modelos explicativos da condição humana. Esses dois modelos caracterizam-se, respectivamente, por valorizar como determinantes dessa condição elementos