Sócrates: Imaginemos que existam pessoas morando numa caverna. Pela entrada dessa caverna entra a luz vinda de uma fogueira situada sobre uma pequena elevação que existe na frente dela. Os seus habitantes estão lá dentro desde a infância, algemados por correntes nas pernas e no pescoço, de modo que não conseguem mover-se nem olhar para trás, e só podem ver o que ocorre à sua frente. [...] Naquela situação, você acha que os habitantes da caverna, a respeito de si mesmos e dos outros, consigam ver outra coisa além das sombras que o fogo projeta na parede ao fundo da caverna?
PLATÃO. A República. In: PERINE, M.São Paulo: Editora Scipione, 2002. (Adaptação)
As sombras, no “Mito da caverna”, de Platão, representam metaforicamente
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- Matemática | 10. Estatística
Cinco atletas que participarão de uma maratona treinam frequentemente. As distâncias percorridas por eles no último treino estão registradas, em quilômetro, no quadro.
Um sexto atleta, que também participará da maratona, pretende realizar um treino percorrendo uma distância igual à média das distâncias percorridas pelos cinco atletas no último treino por eles realizado.
A distância, em quilômetro, que esse sexto atleta deverá percorrer em seu treino é
- Geografia | 3.7 Impactos Ambientais
Muitos estragos e danos materiais, felizmente sem acidentes fatais, foram registrados em diversos pontos de Viçosa (MG), nesta semana, em consequência das chuvas persistentes que caíram durante toda a noite da última quarta-feira e manhã do dia seguinte. Felizmente não houve acidentes fatais, como em janeiro de 1986 (4 mortos) e de 2001 (3 mortos) e 100 pessoas ficaram desalojadas e 40 famílias desabrigadas. [...] Como ocorre anualmente a fragilidade (ou falta) da infraestrutura de urbanização ficou mais uma vez exposta [...] um muro de arrimo cedeu, derrubando os fundos de uma casa. [...] no centro, uma casa está com seu alicerce exposto devido à queda de um barranco. [...] uma casa, a exemplo do ano passado foi inundada [...].
(CHUVAS fortes: rios sobem, morros descem. "Folha da Mata", Viçosa (MG), p.5, 24 jan. 2004.)
Entre os motivos responsáveis pelos problemas socioambientais urbanos a que o texto se refere está a (o)
- Língua Portuguesa
O Outro Marido
14Era conferente da Alfândega – mas isso não tem importância. Somos todos alguma coisa fora de nós; o eu irredutível nada tem a ver com as classificações profissionais. Pouco importa que nos avaliem pela casca. 9Por dentro, sentia-se diferente, capaz de mudar sempre, enquanto a situação exterior e familiar não mudava. Nisso está o espinho do homem: ele muda, os outros não percebem.
Sua mulher não tinha percebido. Era a mesma de há 23 anos, quando se casaram (quanto ao íntimo, é claro). 3Por falta de filhos, os dois viveram demasiado perto um do outro, sem derivativo. Tão perto que se desconheciam mutuamente, como um objeto desconhece outro, na mesma prateleira de armário. 10Santos doía-se de ser um objeto aos olhos de Dona Laurinha. Se ela também era um objeto aos olhos dele? Sim, mas com a diferença de que Dona Laurinha não procurava fugir a essa simplificação, nem reparava; era de fato, objeto. Ele, Santos, sentia-se vivo e desagradado.
1Ao aparecerem nele as primeiras dores, Dona Laurinha penalizou-se, mas esse interesse não beneficiou as relações do casal. Santos parecia 6comprazer-se em estar doente. 11Não propriamente em queixar-se, mas em alegar que ia mal. A doença era para ele ocupação, emprego suplementar. O médico da Alfândega dissera-lhe que certas formas reumáticas levam anos para ser dominadas, exigem adaptação e disciplina. Santos começou a cuidar do corpo como de uma planta delicada. E mostrou a Dona Laurinha a nevoenta radiografia da coluna vertebral com certo orgulho de estar assim tão afetado.
– Quando você ficar bom...
– Não vou ficar. Tenho doença para o resto da vida.
Para Dona Laurinha, a melhor maneira de curar-se é tomar remédio e entregar o caso à alma de Padre Eustáquio, que vela por nós. 2Começou a fatigar-se com a importância que o reumatismo assumira na vida do marido. E não se amolou muito 12quando ele anunciou que ia internar-se no hospital Gaffré e Guinle.
– Você não sentirá falta de nada – assegurou-lhe Santos. – Tirei licença com ordenado integral. Eu mesmo virei aqui todo começo de mês trazer o dinheiro. Hospital não é prisão.
– Vou visitar você todo domingo, quer?
– É melhor não ir. Eu descanso, você descansa, cada qual no seu canto.
Ela também achou melhor, e nunca foi lá. Pontualmente, Santos trazia-lhe o dinheiro da despesa, ficaram até um pouco amigos nessa breve conversa a longos intervalos. 4Ele chegava e saía curvado, sob a garra do reumatismo que nem melhorava nem matava. A visita não era de todo desagradável, desde que a doença deixara de ser assunto. Ela notou como a vida de hospital pode ser distraída: os internados sabem de tudo cá de fora.
– Pelo rádio – explicou Santos.
Um dia, ela se sentiu tão nova, apesar do tempo e das separações fundamentais, que imaginou uma alteração: por que ele não ficava até o dia seguinte, só essa vez?
– 5É tarde – respondeu Santos. E ela não entendeu se ele se referia à hora ou a toda a vida passada sem compreensão. É certo que vagamente o compreendia agora, e recebia dele mais que a mesada: uma hora de companhia por mês.
Santos veio um ano, dois, cinco. Certo dia não veio. 13Dona Laurinha preocupou-se. Não só lhe faziam falta os cruzeiros; ele também fazia. Tomou o ônibus, foi ao hospital pela primeira vez, em alvoroço. Lá ele não era conhecido. Na Alfândega informaram-lhe que Santos falecera havia quinze dias, a senhora quer o endereço da viúva?
– Sou eu a viúva – disse Dona Laurinha, espantada.
O informante olhou-a com incredulidade. Conhecia muito bem a viúva do Santos, Dona Crisália, fizera bons piqueniques com o casal na Ilha do Governador. Santos fora seu parceiro de bilhar e de pescaria. Grande praça. Ele era padrinho do filho mais velho de Santos. Deixara três órfãos, coitado.
E tirou da carteira uma foto, um grupo de praia. Lá estavam Santos, muito lépido, sorrindo, a outra mulher, os três garotos. Não havia dúvida: era ele mesmo, seu marido. Contudo, 7a outra
realidade de Santos era tão destacada da sua, que o tornava outro homem, completamente desconhecido, irreconhecível.
– Desculpe, foi engano. 8A pessoa a que me refiro não é esta – disse Dona Laurinha, despedindo- se.
(Carlos Drummond de Andrade)
Considere as palavras destacadas no período a seguir:
“Começou a fatigar-se com a importância que o reumatismo assumira na vida do marido. E não se amolou muito quando ele anunciou que ia internar-se no hospital Gaffré e Guinle...” (ref.2) Elas introduzem, respectivamente, orações:
- Física | B. Aplicações das Leis de Newton
É comum nas praias do Nordeste a presença de vendedores ambulantes de queijo assado. Um aparato simples é usado para produzir carvão em brasa, consistindo de uma lata, vazada por cortes laterais. Quando o carvão está por se acabar, nova quantidade é reposta, a lata é enganchada a uma haste de metal (figura 1) e o conjunto é girado vigorosamente sob um plano vertical por alguns segundos (figura 2), reavivando a chama.
No momento em que o braseiro atinge o ponto mais alto de sua trajetória, considerando que a mesma é percorrida com velocidade constante, dos vetores indicados, aquele que representa a direção e sentido da força resultante sobre a lata é
- Química | B. Cálculos Estequiométricos
Para medir o rendimento da produção de álcool etílico a partir do uso de sacarose um químico montou um esquema para precipitar o CO2 em forma de CaCO3 e assim mediu a massa desse precipitado para poder calcular o rendimento da reação de fermentação da sacarose em etanol.
Ao utilizar 68,4 g de sacarose (342 g/mol) e sabendo que todo CO2 produzido reagiu com o Ca(OH)2, o químico obteve uma massa de CaCO3 (100 g/mol) igual a 60 g e assim pode determinar que o rendimento da reação é mais próximo de