Leia o texto a seguir, de um jornalista que presenciou os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos. Lembranças de quem viveu o 11 de setembro de 2001 [...] Depois de cobrir os ataques de 11 de setembro, não adio nada que eu quero fazer. De quase três mil mortos, a maioria tinha menos de 25 anos. Porque foi no horário em que estagiários e recém-formados trabalham. Eram 8h20 da manhã. Imagina só, você acaba de se formar, vai ao trabalho, um avião bate no prédio [...] Eu morava perto, a duas estações de trem do World Trade Center, e por isso corri pra lá. Tinha voltado da academia, estava subindo o elevador. Minha rotina geralmente era: ia para a academia, voltava aí ligava a televisão e o computador. Quando eu liguei a televisão tinha acabado de acontecer. Eu não entendi nada, só vi um buraco enorme no prédio. Eu e o cinegrafista Orlando Moreira fomos os primeiros jornalistas brasileiros a chegar ao que restava do WTC. Ou seja: escombros. Fomos a pé, porque o sistema de transportes da cidade tinha parado de funcionar. Fora suspenso, por receio de novos ataques. O serviço só seria restabelecido no fim da tarde. Assim mesmo, parcialmente. [...] Foi difícil atravessar a barreira de policiais, as barricadas, a fumaça [...] O prefeito de Nova York, Rudy Giuliano, nos viu e mandou que colocássemos máscaras contra toda aquela poeira e poluição. Orlando trabalhava incansavelmente. Fez as impressionantes imagens que abriram o Jornal Nacional daquela noite e que são utilizadas até hoje. De tudo, posso dizer que o mais difícil não foi a parte jornalística, árdua sim, trabalhosa sim, mas a parte humana. Difícil foi [...] ver as pessoas [...] cercadas pelas chamas, calor e fumaça, e manter para o telespectador brasileiro um relato jornalístico objetivo sem me deixar tomar pela emoção e revolta. [...] SILVESTRE, Edney. Lembranças de quem viveu o 11 de setembro de 2001.
Disponível em: <http://istoe.com.br/olhar/lembrancas-de-quem-viveu-o-11-de-setembro-de-2001.html>. Acesso em: 05 jun. 2017. Adaptado. Glossário
Cinegrafista – operador de câmera em cinema e em televisão.
Escombros – destroços e entulhos que restam de uma construção destruída ou em ruínas.
Barricada – barreira feita com barricas, pneus, pedras etc., para impedir a passagem ou o acesso a uma rua, estrada, povoação ou a qualquer outro lugar.
Quais das características do texto fazem dele um relato pessoal?