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- Língua Portuguesa - Fundamental | 1.02 Variedades Linguísticas
Observe o cartaz.
A expressão “de camarote” refere-se a um lugar privilegiado para assistir a desfiles de carnaval e provoca, no cartaz, um efeito de
- Matemática - Fundamental | 3.3 Centena
Veja o preço dos ingressos de um cinema e responda.
Isabela foi ao cinema na matinê de segunda-feira. Ela levou quatro crianças com ela. Cada criança pagou metade do preço do ingresso.
a) Quanto ela pagou pelos ingressos?
b) Na lanchonete do cinema, cada criança pediu uma pipoca, um suco e um chocolate. Cada pipoca custou R$ 5,00 e um suco custou R$ 3,00. Todas as crianças compraram um chocolate de R$ 1,00. Quanto Isabela gastou com esse lanche?
c) O que ficou mais caro: o lanche ou os ingressos? Qual foi a diferença entre os valores do lanche e dos ingressos?
- Língua Portuguesa | 1.01 Estrutura do Texto
Recordações do escrivão Isaías Caminha
Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa espécie de animal. O que observei neles, no tempo em que estive na redação do O Globo, foi o bastante para não os amar, nem os imitar. São em geral de uma lastimável limitação de ideias, cheios de fórmulas, de receitas, só capazes de colher fatos detalhados e impotentes para generalizar, curvados aos fortes e às ideias vencedoras, e [5] antigas, adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guiados por conceitos obsoletos e um pueril e errôneo critério de beleza. Se me esforço por fazê-lo literário é para que ele possa ser lido, pois quero falar das minhas dores e dos meus sofrimentos ao espírito geral e no seu interesse, com a linguagem acessível a ele. É esse o meu propósito, o meu único propósito. Não nego que para isso tenha procurado modelos e normas. Procurei-os, confesso; e, agora mesmo, ao alcance [10] das mãos, tenho os autores que mais amo. (...) Confesso que os leio, que os estudo, que procuro descobrir nos grandes romancistas o segredo de fazer. Mas não é a ambição literária que me move ao procurar esse dom misterioso para animar e fazer viver estas pálidas Recordações.
Com elas, queria modificar a opinião dos meus concidadãos, obrigá-los a pensar de outro modo, a não se encherem de hostilidade e má vontade quando encontrarem na vida um rapaz como [15] eu e com os desejos que tinha há dez anos passados. Tento mostrar que são legítimos e, se não merecedores de apoio, pelo menos dignos de indiferença.
Entretanto, quantas dores, quantas angústias! Vivo aqui só, isto é, sem relações intelectuais de qualquer ordem. Cercam-me dois ou três bacharéis idiotas e um médico mezinheiro, repletos de orgulho de suas cartas que sabe Deus como tiraram. (...) Entretanto, se eu amanhã lhes fosse [20] falar neste livro - que espanto! que sarcasmo! que crítica desanimadora não fariam. Depois que se foi o doutor Graciliano, excepcionalmente simples e esquecido de sua carta apergaminhada, nada digo das minhas leituras, não falo das minhas lucubrações intelectuais a ninguém, e minha mulher, quando me demoro escrevendo pela noite afora, grita-me do quarto:
- Vem dormir, Isaías! Deixa esse relatório para amanhã!
[25] De forma que não tenho por onde aferir se as minhas Recordações preenchem o fim a que as destino; se a minha inabilidade literária está prejudicando completamente o seu pensamento.
Que tortura! E não é só isso: envergonho-me por esta ou aquela passagem em que me acho, em que me dispo em frente de desconhecidos, como uma mulher pública... Sofro assim de tantos modos, por causa desta obra, que julgo que esse mal-estar, com que às vezes acordo, vem dela, [30] unicamente dela. Quero abandoná-la; mas não posso absolutamente. De manhã, ao almoço, na coletoria, na botica, jantando, banhando-me, só penso nela. À noite, quando todos em casa se vão recolhendo, insensivelmente aproximo-me da mesa e escrevo furiosamente.
Estou no sexto capítulo e ainda não me preocupei em fazê-la pública, anunciar e arranjar um bom recebimento dos detentores da opinião nacional. Que ela tenha a sorte que merecer, mas que possa também, [35] amanhã ou daqui a séculos, despertar um escritor mais hábil que a refaça e que diga o que não pude nem soube dizer.
(...) Imagino como um escritor hábil não saberia dizer o que eu senti lá dentro. Eu que sofri e pensei não o sei narrar. Já por duas vezes, tentei escrever; mas, relendo a página, achei-a incolor, comum, e, sobretudo, pouco expressiva do que eu de fato tinha sentido.
LIMA BARRETO Recordações do escrivão Isaías Caminha. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2010
O emprego de sinais de pontuação contribui para a construção do sentido dos textos.
O emprego de exclamações, no segundo parágrafo, reforça o seguinte elemento relativo ao narrador:
- Sociologia | 6 Sociologia Brasileira
Formou-se na América tropical uma sociedade agrária na estrutura, escravocrata na técnica de exploração econômica, híbrida de índio — e mais tarde de negro — na composição. Sociedade que se desenvolveria defendida menos pela consciência de raça, do que pelo exclusivismo religioso desdobrado em sistema de profilaxia social e política. Menos pela ação oficial do que pelo braço e pela espada do particular. Mas tudo isso subordinado ao espírito político e de realismo econômico e jurídico que aqui, como em Portugal, foi desde o primeiro século elemento decisivo de formação nacional; sendo que entre nós através das grandes famílias proprietárias e autônomas; senhores de engenho com altar e capelão dentro de casa e índios de arco e flecha ou negros armados de arcabuzes às suas ordens.
FREYRE, G. Casa-Grande e Senzala. Rio de Janeiro: José Olympio, 1984.
De acordo com a abordagem de Gilberto Freyre sobre a formação da sociedade brasileira, é correto afirmar que
- Língua Portuguesa - Fundamental | Não Possui Tópico Definido
A questão refere-se ao poema a seguir: Cantiga do vento O vento vem vindo
de longe,
de não sei onde,
vem valsando, vem brincando,
sem vontade de ventar. Vem vindo devagar,
devagarinho,
mais viração
que vem em vão,
e vai e volta
e volta e vai. De repente,
o vento vira rock
e vira invencível serpente.
E voa violento
e vai velhaco,
vozeirão varrendo
várzeas, verduras
e violetas. E vira violinista
vibra na vidraça,
vira copo e vira taça,
e zoa e zoa e zoa
– uma zorra! O vento, mesmo veloz,
tem tempo pra brincadeira,
tem tempo pra causar vexame.
E enche a casa de sujeira
e ergue o vestido da madame. JOSÉ, Elias. Namorinho de portão.
São Paulo: Moderna, 1993. p. 16-17.
Leia as afirmações abaixo e marque V para as verdadeiras ou F para as falsas.
( ) O som do vento é imitado pela repetição de fonemas, como no verso “O vento vem vindo”.
( ) As palavras valsando e rock sugerem que o vento sopra com intensidade e velocidade diferentes.
( ) O vento violinista é mais suave que o vento que valsa.
Assinale a alternativa que apresenta as letras na sequência correta.