(FUVEST 2018 1ª FASE) Neste texto, o autor descreve o fascínio que as descobertas em Química exerciam sobre ele, durante sua infância.
Eu adorava Química em parte por ela ser uma ciência de transformações, de inúmeros compostos baseados em algumas dúzias de elementos,
eles próprios fixos, invariáveis e eternos. A noção de estabilidade e de invariabilidade dos elementos era psicologicamente crucial para mim, pois eu os via como pontos
5 fixos, como âncoras em um mundo instável. Mas agora, com a radioatividade, chegavam transformações
das mais incríveis.
(...)
A radioatividade não alterava as realidades da Química ou a noção de elementos;
não abalava a ideia de sua
10 estabilidade e identidade. O que ela fazia era aludir a
duas esferas no átomo – uma
esfera relativamente superficial e acessível, que governava a
reatividade e a combinação química, e uma esfera mais profunda, inacessível a todos os agentes
químicos e físicos usuais e suas energias relativamente
15 pequenas, onde qualquer mudança produzia uma alteração fundamental de identidade.
Oliver Sacks, Tio Tungstênio: Memórias de uma infância química.
De acordo com o autor,