Não é verdade que estão ainda cheios de velhice espiritual aqueles que nos dizem: “Que fazia Deus antes de criar o céu e a terra? Se estava ocioso e nada realizava”, dizem eles, “por que não ficou sempre assim no decurso dos séculos, abstendo-se, como antes, de toda ação? Se existiu em Deus um novo movimento, uma vontade nova para dar o ser a criaturas que nunca antes criara, como pode haver verdadeira eternidade, se n’Ele aparece uma vontade que antes não existia?”
AGOSTINHO. Confissões. São Paulo: Abril Cultural, 1984.
A questão da eternidade, tal como abordada pelo autor, é um exemplo da reflexão filosófica sobre a(s)
Questões relacionadas
- Língua Portuguesa - Fundamental | 4.05 Narração e Dissertação
Leia os textos I e II, a seguir, e resolva as questões.
TEXTO I
A vida na vaga
Atualmente, sai do escritório, come alguma coisa e vai direto para o carro, esperar a hora de retornar ao trabalho
No começo, ele tinha de chegar de carro à Berrini duas horas e meia antes do horário de expediente para conseguir estacionar. Era um problema, sobretudo para quem, como ele, não gostava de acordar cedo; mas, lutador que era, não deixava se intimidar por aquilo. Chegava cedo, sim, e tratava de usar o tempo da melhor maneira possível: escutava rádio, lia jornal, e até escrevia – ficcionista frustrado tinha o projeto de um grande romance e, aos poucos, ia digitando no laptop uma e outra cena.
Mas – e isso apesar da crise – a situação se agravou. Em breve, duas horas e meia de antecedência não eram suficientes. Ele aumentou-as para quatro horas. Agora, dormia menos ainda, mas, em compensação, ficava cada vez mais atualizado com as notícias de rádio e de jornal. E, assim, o romance ia crescendo.
A primeira parte já estava quase pronta, e ele começava a projetar as outras. Tinha de lutar contra o invencível sono, claro, mas a garrafa térmica com café (e ele esvaziava-a toda) ajudava um pouco.
Contudo, mais e mais carros entravam na luta por uma vaga. Ele começou a chegar seis horas antes do expediente. Era ainda noite fechada quando estacionava, mas, de novo, isso não o perturbava; ao contrário, até gostava do silêncio que então reinava naquela artéria em outros horários tão movimentada. Isso também mudou a sua rotina familiar, claro; depois de jantar com a mulher e os dois filhos, não ia para a cama: cochilava umas horas na poltrona e seguia para o carro.
Passava mais tempo no veículo, mas isso só fazia aumentar seu universo cultural: além de rádio e jornais, lia revistas, livros diversos (estava pensando em fazer um mestrado) e, logicamente, trabalhava no seu romance, cada vez maior.
E o problema do estacionamento sempre crescendo. Chegou um momento em que ele chegava em casa, jantava apressado, e, embarcando no carro, retornava para a Berrini. Por fim chegou à conclusão de que não valia mais a pena a volta ao lar.
Atualmente, sai do escritório, come alguma coisa numa lanchonete, e vai direto para o carro, esperar a hora de retornar ao trabalho. A mulher e os filhos é que vêm visitá-lo no veículo, que se transformou assim numa espécie de lar.
Não, ele não se queixa. Vê algumas vantagens na nova situação. Não precisa dirigir mais, não se estressa no trânsito, não gasta combustível.
É um homem cada vez mais culto, uma verdadeira enciclopédia ambulante (quando deambula, claro). E seu romance, que já está com mais de mil laudas, tem tudo para ser uma grande obra literária. O título, ainda provisório é "A vida na vaga".
SCLIAR, Moacyr. A vida na vaga. Jornal Folha de São Paulo. 9 de mar. de 2009.
VOCABULÁRIO
Berrini: sobrenome da avenida Engenheiro Luiz Carlos Berrini, na zona oeste de São Paulo.
Ficcionista: escritor que faz ficção ou literatura de ficção.
Laudas: cada página do livro.
Deambular: passear, vaguear.
TEXTO II
Relacione o assunto abordado no texto I ao texto II
- Língua Espanhola | 1. Interpretação de Textos
Texto
El fuego y los orígenes de la humanidad en la mitología griega
[1] En la mitología griega
existen versiones diferentes
sobre el origen de la humanidad
[4 ]y de la cultura. Uno de los mitos
más importantes a este respecto
es el de Prometeo. Según este
[7] mito, el creador del hombre fue
Prometeo, el titán, que lo
modeló con arcilla, y Atenea
[10] sopló aliento de vida sobre la
imagen de barro.
Prometeo es el benefactor de la humanidad por
[13] excelencia. También ayudó a los hombres al engañar a Zeus
haciendo que éste decidiera escoger para los dioses la parte en
apariencia más lustrosa del buey que, en cambio, sólo contenía
[16] los huesos, mientras que dejó para los hombres la parte más
sabrosa de la carne. Por eso en la Tierra, y desde entonces, los
hijos de los hombres queman los huesos desnudos de las
[19] ofrendas sobre altares perfumados. El hombre se queda con la
carne mientras que los dioses sólo reciben el humo de la grasa
quemada.
[22] Prometeo además benefició al hombre entregándole
el fuego sagrado que había robado del Olimpo, con el que dotó
a los hombres de inteligencia. También les enseñó las artes y
[25] las ciencias, actividades antes reservadas tan sólo a los dioses.
La historia de Prometeo ha inspirado a muchos
autores a lo largo de la historia para referirse a la osadía de los
[28] hombres de hacer o poseer las cosas divinas, y los románticos
vieron en él un prototipo del genio natural.
Internet: <www.recursos.cnice.mec.es> (adaptado).
Juzgue lo ítem siguiente de acuerdo con el texto y la imagen.
Según se describe en el texto, el cuadro de Heinrich Friedrich Füger representa a Prometeo engañando a Zeus.
- Língua Portuguesa - Fundamental | 8.3 Sujeito
Leia o trecho de um poema de Carlos Drummond de Andrade, célebre poeta mineiro, para responder.
[...]
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave? [...]
Disponível em: <http//drummond.memoriaviva.com.br/alguma-poes>. Acesso em: 12 nov. 2012.
Releia o verso que encerra o poema.
Nele, o poeta estabelece uma interlocução com o leitor. Considerando esta afirmação, o sujeito deste período é classificado como
- Matemática | 1.06 Razão, Proporção e Regra de Três
Dados da Associação Nacional de Empresas de Transportes Urbanos (ANTU) mostram que o número de passageiros transportados mensalmente nas principais regiões metropolitanas do país vem caindo sistematicamente. Eram 476,7 milhões de passageiros em 1995, e esse número caiu para 321,9 milhões em abril de 2001. Nesse período, o tamanho da frota de veículos mudou pouco, tendo no final de 2008 praticamente o mesmo tamanho que tinha em 2001.
O gráfico a seguir mostra um índice de produtividade utilizado pelas empresas do setor, que é a razão entre o total de passageiros transportados por dia e o tamanho da frota de veículos.
Supondo que as frotas totais de veículos naquelas regiões metropolitanas em abril de 2001 e em outubro de 2008 eram do mesmo tamanho, os dados do gráfico permitem inferir que o total de passageiros transportados no mês de outubro de 2008 foi aproximadamente igual a:
- Química | 3.2 Hidrocarbonetos
(UEFS) Os bombardeios no Oriente Médio deverão ser um fator de pressão sobre o preço internacional do petróleo. No Brasil, o conflito entre o Hamas e Israel, que já atinge Tel-Aviv e Jerusalém, deverá pesar no caixa da Estatal Brasileira de Petróleo. A empresa recorrerá à compra de petróleo com predominância de hidrocarbonetos aromáticos com objetivo de suprir a necessidade crescente de gasolina para o consumo. Já o petróleo leve, parafínico, produzido no Nordeste brasileiro, fornece gasolina de baixa octanagem de faixa de ebulição entre 35oC a 140oC, e de óleo diesel, na faixa de ebulição entre 250oC a 360oC. O petróleo naftênico, produzido na Bacia de Campos produz nafta, matéria-prima para a petroquímica, na faixa de ebulição entre 147oC a 187oC. Entretanto, o óleo aromático tem preço maior que o nacional.
De acordo com essas considerações, é correto afirmar: