Texto base: Construção Chico Buarque Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego [...] Disponível em: <www.letras.mus.br/chico-buarque/45124/>.
Acesso em: 06/03/2017.
Enunciado:
Os versos “Subiu a construção como se fosse máquina” e “Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago” anunciam:
a precariedade das leis trabalhistas no país.