(UNIT) Em 1859, foi publicada A origem das espécies, anunciando ao mundo a interferência cientificamente deduzida de que o homem não fora criado por Deus, mas evoluíra de simples animais pela “seleção natural”. [...] A grande Cadeia do ser — a linha sagrada que vinha de Deus, através de anjos espirituais, para a humanidade, e desta para o resto da criação mecânica — foi virada de pernas para o ar. A carroça cósmica foi posta adiante dos bois. O homem, insinuou Darwin, já não estava excluído da ligação com a natureza. Até a mente que percebia e descrevia a si mesma tinha evoluído a partir de leis mecânicas de variação aleatória e seleção natural. Assim, o pensamento ocidental sofreu uma reviravolta metafísica. Outrora, antes das façanhas de Giordano Bruno e Galileu, Descartes e Newton, e também de Darwin, tudo fora vivo, exceto a magia natural da morte; agora, no mundo científico mecanicista, tudo era inanimado, morto, exceto pelo enigma científico da vida. (MARGULIS & SAGAN, 2002, p. 53-54).
A análise do texto e os conhecimentos atuais a respeito das ideias de Charles Darwin permitem afirmar: