Leia o texto. O grou e a garça [...] Era uma vez um grou e uma garça que viviam num pântano; tinham cabaninhas, cada uma numa extremidade do pântano. O grou estava farto de viver sozinho e resolveu se casar: — Vou pedir a garça em casamento! E lá foi o grou – flap, flap! – e voou sete verstas sobre o pântano. Finalmente chegou e perguntou: — A garça está em casa? — Está. — Garça, case comigo! — Não, grou, não vou me casar com você; suas pernas são longas demais, suas roupas são curtas demais; seu voo é precário e você não tem como me sustentar. Vá embora, seu pernalta! O grou voltou para casa muito decepcionado. Mas depois a garça mudou de ideia e pensou consigo mesma: — Por que tenho de viver sozinha? Seria melhor me casar com o grou! Foi procurá-lo e disse: — Grou, case-se comigo. — Não, garça, não preciso de você. Não quero me casar e não vou me casar com você. Fora! A garça chorou de vergonha e voltou para casa. O grou mudou de ideia e pensou consigo mesmo: — Eu errei ao não me casar com a garça; é chato viver sozinho. Vou lá agora me casar com ela. Foi procurá-la e disse: — Garça, resolvi me casar com você: aceite ser minha. — Não, grou, não vou ser sua. E então o grou voltou para casa. Aí a garça mudou de ideia e pensou: — Por que o recusei? Que vantagem há em viver sozinha? É melhor me casar com o grou! E lá foi ela propor o casamento, mas dessa vez o grou recusou. E até hoje cada hora um propõe o casamento, mas ainda não se casaram. AFANAS’EV, Aleksandr (Org.). O grou e a garça. In: Contos de fadas russos. São Paulo: Landy Livraria Editora, 2003. Volume 1. p. 96-97. Glossário
Farto – aborrecido; enfastiado; cansado.
Versta – antiga medida russa para calcular distâncias, equivalente a 1,067 km.
Com base na leitura do texto, pode-se afirmar que as personagens são