(UEFS) Uma lâmpada incandescente converte apenas 5% da energia que recebe em luz, enquanto uma lâmpada LED aproveita 40% dessa energia em luz. Enquanto uma incandescente dura 1000h, uma LED dura até 100000h.
De acordo com essa informação, é correto afirmar que a ordem de grandeza da vida útil da lâmpada LED, em minutos, é igual a
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- Língua Portuguesa
A PIPOCA
Rubem Alve
A culinária me fascina. De vez em quando eu até me até atrevo a cozinhar. Mas o fato é que sou mais competente com as palavras que com as panelas. Por isso tenho mais escrito sobre comidas que cozinhado. Dedico-me a algo que poderia ter o nome de “culinária literária”. Já escrevi sobre as mais variadas entidades do mundo da cozinha: cebolas, ora-pro-nóbis, picadinho de carne com tomate feijão e arroz, bacalhoada, suflês, sopas, churrascos. Cheguei mesmo a dedicar metade de um livro poético-filosófico a uma meditação sobre o filme A festa de Babette, que é uma celebração da comida como ritual de feitiçaria. Sabedor das minhas limitações e competências, nunca escrevi como chef. Escrevi como filósofo, poeta, psicanalista e teólogo – porque a culinária estimula todas essas funções do pensamento.
As comidas, para mim, são entidades oníricas. Provocam a minha capacidade de sonhar. Nunca imaginei, entretanto, que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu. A pipoca, milho mirrado, grãos redondos e duros, me pareceu uma simples molecagem, brincadeira deliciosa, sem dimensões metafísicas ou psicanalíticas. Entretanto, dias atrás, conversando com uma paciente, ela mencionou a pipoca. E algo inesperado na minha mente aconteceu. Minhas ideias começaram a estourar como pipoca. Percebi, então, a relação metafórica entre a pipoca e o ato de pensar. Um bom pensamento nasce como uma pipoca que estoura, de forma inesperada e imprevisível. A pipoca se revelou a mim, então, como um extraordinário objeto poético. Poético porque, ao pensar nelas, as pipocas, meu pensamento se pôs a dar estouros e pulos como aqueles das pipocas dentro de uma panela.
Lembrei-me do sentido religioso da pipoca. A pipoca tem sentido religioso? Pois tem. Para os cristãos, religiosos são o pão e o vinho, que simbolizam o corpo e o sangue de Cristo, a mistura de vida e alegria (porque vida, só vida, sem alegria, não é vida...). Pão e vinho devem ser bebidos juntos. Vida e alegria devem existir juntas. Lembrei-me, então, de lição que aprendi com a Mãe Stella, sábia poderosa do candomblé baiano: que a pipoca é a comida sagrada do candomblé...
A pipoca é um milho mirrado, subdesenvolvido. Fosse eu agricultor ignorante, e se no meio dos meus milhos graúdos aparecessem aquelas espigas nanicas, eu ficaria bravo e trataria de me livrar delas. Pois o fato é que, sob o ponto de vista do tamanho, os milhos da pipoca não podem competir com os milhos normais. Não sei como isso aconteceu, mas o fato é que houve alguém que teve a ideia de debulhar as espigas e colocá-las numa panela sobre o fogo, esperando que assim os grãos amolecessem e pudessem ser comidos. Havendo fracassado a experiência com água, tentou a gordura. O que aconteceu, ninguém jamais poderia ter imaginado. Repentinamente os grãos começaram a estourar, saltavam da panela com uma enorme barulheira. Mas o extraordinário era o que acontecia com eles: os grãos duros quebra-dentes se transformavam em flores brancas e macias que até as crianças podiam comer. O estouro das pipocas se transformou, então, de uma simples operação culinária, em uma festa, brincadeira, molecagem, para os risos de todos, especialmente as crianças. É muito divertido ver o estouro das pipocas!
E o que é que isso tem a ver com o candomblé? É que a transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação porque devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho da pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer, pelo poder do fogo podemos, repentinamente, nos transformar em outra coisa − voltar a ser crianças!
Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre. Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e dureza assombrosas. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder um emprego, ficar pobre. Pode ser fogo de dentro. Pânico, medo, ansiedade, depressão – sofrimentos cujas causas ignoramos. Há sempre o recurso aos remédios. Apagar o fogo. Sem fogo o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.
Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pense que sua hora chegou: vai morrer. De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: pum! − e ela aparece como uma outra coisa, completamente diferente, que ela mesma nunca havia sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do casulo como borboleta voante.
Na simbologia cristã o milagre do milho de pipoca está representado pela morte e ressurreição de Cristo: a ressurreição é o estouro do milho de pipoca. É preciso deixar de ser de um jeito para ser de outro. “Morre e transforma-te!” − dizia Goethe.
Em Minas, todo mundo sabe o que é piruá. Falando sobre os piruás com os paulistas descobri que eles ignoram o que seja. Alguns, inclusive, acharam que era gozação minha, que piruá é palavra inexistente. Cheguei a ser forçado a me valer do Aurélio para confirmar o meu conhecimento da língua. Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar. Meu amigo William, extraordinário professor-pesquisador da Unicamp, especializou-se em milhos, e desvendou cientificamente o assombro do estouro da pipoca. Com certeza ele tem uma explicação científica para os piruás. Mas, no mundo da poesia as explicações científicas não valem. Por exemplo: em Minas “piruá” é o nome que se dá às mulheres que não conseguiram casar. Minha prima, passada dos quarenta, lamentava: “Fiquei piruá!” Mas acho que o poder metafórico dos piruás é muito maior. Piruás são aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. Ignoram o dito de Jesus: “Quem preservar a sua vida perdê-la-á.” A sua presunção e o seu medo são a dura casca do milho que não estoura. O destino delas é triste. Vão ficar duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca macia. Não vão dar alegria para ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo. Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira...
Disponível em http://www.releituras.com/rubemalves_pipoca.asp.
Acessado em 31 de mai. 2016.
Obs.: O texto foi adaptado às regras do Novo Acordo Ortográfico.
Mas o fato é que sou mais competente com as palavras que com as panelas. Por isso tenho mais escrito sobre comidas que cozinhado.
O termo destacado nessa passagem exprime ideia de:
- Língua Portuguesa
O trecho que você, candidato ou candidata, irá ler foi extraído da obra O Guarani, de autoria de José de Alencar. Leia atentamente o trecho do capítulo X – AO ALVORECER e, baseado no texto, responda à(s) questão(ões).
– 3Tu, senhora, zangada com Peri! Por quê?
– Porque 4Peri é 14mau e ingrato; em vez de ficar perto de sua senhora, vai caçar em risco de morrer! Disse a moça 15ressentida.
– 5Ceci desejou ver uma onça viva!
– Então não posso gracejar? Basta que eu deseje uma coisa para que tu corras atrás dela como um louco?
– 9Quando Ceci acha bonita uma flor, Peri não vai buscar? Perguntou o índio.
– Vai, sim.
– 10Quando Ceci ouve cantar o sofrê, Peri não o vai procurar?
– Que tem isso?
– 8Pois Ceci desejou ver uma onça, Peri a foi buscar.
Cecília não pôde reprimir um sorriso ouvindo esse silogismo rude, a que a linguagem singela e 1concisa do índio dava uma certa poesia e originalidade.
11Mas estava resolvida a conservar a sua severidade e ralhar com Peri por causa do susto que lhe havia feito na véspera.
– 2Isto não é razão, continuou ela; porventura 6um animal feroz é a mesma coisa que um pássaro, e apanha-se como uma flor?
– 7Tudo é o mesmo, desde que te causa prazer, senhora.
– 12Mas então, exclamou a menina com um assomo de impaciência, se eu te pedisse aquela nuvem?...
E apontou para os brancos vapores que passavam ainda envolvidos nas sombras 16pálidas da noite.
– Peri ia buscar.
– A nuvem? Perguntou a moça admirada.
– Sim, a nuvem.
Cecília pensou que o índio tinha perdido a cabeça; ele continuou:
– 13Somente como a 17nuvem não é da terra e o homem não pode tocá-la, Peri morria e ia pedir ao Senhor do céu a nuvem para dar a Ceci.
Estas palavras foram ditas com a simplicidade com que fala o coração. A menina, que um momento duvidara da razão de Peri, compreendeu toda a sublime abnegação, toda a delicadeza de sentimento dessa alma inculta.
A sua fingida severidade não pôde mais resistir; deixou pairar nos seus lábios um sorriso divino.
ALENCAR, José de. O Guarani.
Na ref. 8, “Pois Ceci desejou ver uma onça, Peri a foi buscar.”, o termo em destaque é um pronome. O termo destacado também é um pronome na frase:
- História - Fundamental | 02. A vida familiar
Texto base: As tribos indígenas conforme a legislação brasileira têm seus direitos garantidos a uma educação escolar específica, diferenciada, intercultural, bilíngue/multilíngue e comunitária. As imagens a seguir mostram as escolas indígenas em diferentes épocas.
Disponíveis em http://www.portalamazonia.com.br/editoria/files/2013/03/escola-indigena_405Cleia-Gomes_Seduc.jpg http://www.ilheus24h.com.br/v1/wp-content/uploads/2013/09/professor-indigena.jpg http://www.portalamazonia.com.br/editoria/files/2013/03/encontro_indigena.jpg Acesso em: 03 abr. 2015.
Enunciado:
Descreva uma mudança e uma permanência ocorrida na escola indígena do passado até à atualidade.
Mudança:
Permanência:
- Matemática | A.3 Modular
O produto das raízes reais da equação |x2 – 3x + 2| = |2x – 3| é igual a
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Leia o texto a seguir:
“Um, dois, três, quatro, cinco, mil, queremos eleger o presidente do Brasil.” Foi com essas palavras de ordem, sob a chuva que castigava a Praça da Sé, que ganhou corpo a maior manifestação política da história brasileira: a campanha pela eleição direta para presidente, as Diretas Já. Difícil saber quantos participaram do comício de 25 de janeiro de 1984. Um mar de gente, estimado em 300 mil pessoas. No palanque, estavam o presidente do PT, Luiz Inácio da Silva, o senador Fernando Henrique Cardoso e o governador Leonel Brizola, entre outros. Os artistas também compareceram – Fafá de Belém, Gilberto Gil, Alceu Valença, Chico Buarque, Regina Duarte e Fernanda Montenegro, para citar alguns. O governador Franco Montoro, idealizador do comício, não se conteve diante da multidão: “Me perguntaram se aqui estão 300 ou 400 mil pessoas. Mas a resposta é outra: aqui estão presentes as esperanças de 130 milhões de brasileiros”.
YUDENITSCH, Natália. Diretas já, já. Disponível em http://historia.abril.com.br/politica/diretas-ja-ja-434199.shtml
A Campanha pelas eleições diretas se insere no contexto de pressão da sociedade civil pela abertura política e pela efetivação da cidadania.
RELACIONE a Campanha das Diretas com a Emenda Dante de Oliveira.