(IFSP) Leia o soneto abaixo, de Gregório de Matos Guerra, para responder à questão.
Fábio: que pouco entendes de finezas:
Quem faz só o que pode, a pouco se obriga
Quem contra os impossíveis se fatiga,
a esse cede o Amor em mil 1ternezas.
Amor comete sempre altas empresas:
Pouco amor, muita sede não mitiga:
Quem impossíveis vence, esse é que instiga
vencer por ele muitas estranhezas.
As durezas da cera, o Sol abranda,
a da terra as branduras endurece:
Atrás do que resiste, o raio é que anda.
Quem vence a resistência, se enobrece:
Quem faz o que não pode, impera e manda:
Quem faz mais do que pode, esse merece.
1ternezas: ternuras
GUERRA, Gregório de Matos. A um namorado, que se presumia de obrar finezas. In: HOLANDA, Sérgio Buarque de.
Antologia dos Poetas Brasileiros da Fase Colonial. São Paulo: Perspectiva, 1979. p.65-66.
A leitura atenta do texto permite afirmar que