Explicaê

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(UEMG) TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Os princípios da conversa

José Luiz Fiorin

As condições gerais de linguagem que permitem fazer inferências na troca verbal

Uma anedota conhecida conta que um agente alfandegário pergunta a um passageiro que desembarcara de um voo internacional e passava pela aduana:

– Licor, conhaque, grapa...?

O passageiro responde:

– Para mim, só um cafezinho.

A graça da piada reside no fato de que o passageiro fez, propositadamente ou não, uma inferência errada nessa situação de comunicação. Inferiu que o fiscal aduaneiro lhe oferecia um digestivo, como no final de uma refeição num restaurante, quando, na realidade, a inferência correta é se ele trazia alguma bebida alcoólica na bagagem. Ele violou o princípio de pertinência que rege o uso da linguagem.

Chama-se inferência pragmática aquela que resulta do uso dos princípios que governam a utilização da linguagem na troca verbal. Paul Grice (1975) postula que um princípio de cooperação preside à comunicação. Ele enuncia-se assim: sua contribuição à comunicação deve, no momento em que ocorre, estar de acordo com o objetivo e a direção em que você está engajado.

Categorias

Esse princípio é explicitado por quatro categorias gerais – a da quantidade das informações dadas, a de sua verdade, a de sua pertinência e a da maneira como são formuladas, que constituem as máximas conversacionais. (...)

Não são regras

Pode-se infringir uma máxima para não transgredir outra, cujo respeito é considerado mais importante.

No exemplo que segue, a resposta do interlocutor viola a máxima da quantidade para não desobedecer à da qualidade:

– Onde João trabalha? Ele saiu daquela firma?

– No Rio de Janeiro.

Com efeito, quem pergunta quer de fato saber é a firma onde João presta serviços. A resposta mais vaga permite inferir que o interlocutor não sabe exatamente onde João trabalha.

Pode-se explorar a infringência de uma máxima com vistas a criar um dado efeito de sentido. Por exemplo, a ironia é a exploração de uma transgressão da máxima da qualidade. O que o texto irônico está dizendo não é verdade. Deve-se entendê-lo pelo avesso. No exemplo que segue, “modesto” quer dizer o oposto:

“‘Tenho uma voz conhecida, então não é qualquer narrador, é o Falabella contando a história’, diz o modesto autor-locutor” (+ Miguel Falabella) (Veja, 11/1/2012, p. 109)

MÁXIMAS CONVERSACIONAIS

Máximas da quantidade

a) Que sua contribuição contenha o tanto de informação exigida;

b) Que sua contribuição não contenha mais informação do que é exigido.

Máximas da qualidade (da verdade)

a) Que sua contribuição seja verídica;

b) Não diga o que pensa que é falso;

c) Não afirme coisa de que não tem provas.

Máxima da relação (da pertinência)

Fale o que é concernente ao assunto tratado (seja pertinente).

Máximas de maneira

Seja claro.

a) Evite exprimir-se de modo obscuro;

b) Evite ser ambíguo;

c) Seja breve (evite a prolixidade inútil);

d) Fale de maneira ordenada.

http://revistalingua.com.br/textos/100/artigo304577-1.asp. (Adaptado).

A textualidade tem a referenciação como um de seus princípios. Trata-se de um processo pelo qual introduzimos ideias no texto e as recuperamos, por meio de recursos diversos. Um dos recursos muito utilizados é a sinonímia, que consiste no emprego de palavras com sentidos semelhantes, de modo a evitar a repetição desnecessária. Em relação aos pares de palavras a seguir, marque V (verdadeiro) para os pares de sinônimos corretos e F (falso) para os pares de sinônimos incorretos, de acordo com o texto. 

(     ) anedota – piada

(     ) agente alfandegário – fiscal aduaneiro

(     ) infringência – transgressão

(     ) máxima – regra

(     ) interlocutor – narrador

A sequência CORRETA é:

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