O soberano dividiu o seu império em províncias, chamadas satrapias, sendo a terra considerada como propriedade real e trabalhada pelas comunidades.
Estas características identificam o
Questões relacionadas
- Física | 2.6 Hidrostática
(UESB)
A lei de Stevin está relacionada com verificações que se podem fazer sobre a pressão atmosférica e a pressão nos líquidos, sendo os vasos comunicantes uma das suas aplicações mais usadas. Dois vasos comunicantes contêm dois líquidos imiscíveis A e B, com massas específicas iguais, respectivamente, a 1,5 g/cm³ e 2,5 g/cm³, conforme mostra a figura.
Nessas condições, a razão entre as alturas hB e hA igual a
- Língua Portuguesa | 1.07 Coesão Textual
TEXTO 3
Leituras e leituras
Ler melhora as pessoas? Há quem não dê
[50] garantia absoluta. A filósofa alemã Hannah
Arendt já disse (A Vida do Espírito) que leitores
refinados estiveram no comando de muitos
campos de concentração nazistas. O argentino
Alberto Manguel lembra, nesta edição, do
[55] professor que o instigou a ser escritor, mas se
revelou um dedo-duro da ditadura argentina.
Ler é uma possibilidade de abertura às
experiências que ainda não vivemos na pele.
Em si, nem sempre nos melhora. Pois o que
[60] faremos com ela é da nossa alçada.
Hoje já se sabe que não há leitura "certa"
ou "errada", há gradações. Um texto pode
ganhar significações nem sempre previstas
pelo autor. Pois circula, é lido em contextos e
[65] épocas distintos. Já é hegemônica (está nos
Parâmetros Curriculares, de 1998) a ideia da
leitura como fruição e do leitor como
construtor de sentidos do texto. A leitura
pressupõe cruzamento de saberes e
[70] experiências do leitor com os saberes
propostos pelo texto, como disse Ingedore
Koch, da Unicamp, nesta. Todo texto traz
coisas implícitas. Como se chega ao que está
oculto nele? Ligando o que está no texto ao
[75] nosso saber prévio, diz Ingedore. O leitor com
pouco conhecimento fará leitura mais rasa. Se
sua experiência de vida e de leitura for maior,
mais a fundo ele chega. O drama atual é levar
essa noção a suas consequências: as ações
[80] cotidianas devem realizar na prática a ideia de
leitura como interação — ler para entender o
mundo, não a intenção de um autor. Muita
gente admite que o leitor não é um ser isolado
do mundo. Elogia a leitura que enfatiza a
[85] fruição. Mas, no vamovê, limita-se a exigir do
leitor o projeto de escrita proposto pelo autor.
Ou tenta controlar o que ele lê.
Esta edição é um modesto painel sobre a
leitura, ato solitário que requer concentração,
[90] feita hoje numa sociedade da distração, em
que a irreflexão e a precipitação de juízos
dominam. Parar para pensar e para ler dá
trabalho (Platão: pensar é o diálogo silencioso
de si consigo mesmo). Ler pode nos melhorar,
[95] mas antes exige esforço de querer parar para
pensar. Esforço genuíno de liberdade.
Luiz Costa Pereira Junior, editor da revista Língua Portuguesa. Ano 5. Nº 63. Janeiro/ 2011. Seção "Carta ao Leitor''.
Observe os comentários feitos sobre o uso do advérbio hoje (linha 61, texto 3):
I. Aponta para janeiro de 2011, data da publicação do artigo.
II. Indica um tempo não específico, generalizado e pode ser substituído por "atualmente", "nos tempos atuais".
III. Sugere uma relativa contemporaneidade entre o ato de escrever e o ato de ler.
Está correto o que se afirma em
- Geografia | 6.1 Agricultura
(UDESC) Analise as proposições sobre as exportações em Santa Catarina.
I. Santa Catarina é um grande exportador de melancia, frango e calçado para o Oriente Médio.
II. A Rússia é o grande importador da carne suína catarinense.
III. Importam carne suína catarinense também Ucrânia e China.
IV. O uso intenso de agrotóxicos na agricultura e na pecuária, para combater pragas que reduzem as colheitas ou a produtividade do gado (em carne, leite ou couro), traz consequências negativas para a exportação catarinense, o que coloca o Estado em restrição ao mercado mundial, o que também impediu a importação de produtos de origem animal para todos os países da Ásia.
V. O moderno agronegócio brasileiro, resultado da alta tecnologia, equipamentos de ponta e crédito farto, faz do Brasil um país respeitado como uma grande potência no setor, com destaque para a produção de açúcar, soja, morango, algodão e laranja, além de ser o maior exportador de carne bovina e de frango.
Assinale a alternativa correta.
- História - Fundamental | 01. A Primeira República no Brasil
Com a Constituição de 1891 o Brasil passava a ser uma República Federativa, composta por 20 estados. A nova Constituição estabelecia:
- Língua Portuguesa - Fundamental | 8.03 Crônica
Ela
Ainda me lembro do dia em que ela chegou lá em casa. Tão pequenininha! Foi uma festa. Botamos ela num quartinho dos fundos. Nosso Filho – Naquele tempo só tinha o mais velho – ficou maravilhado com ela. Era um custo tirá-lo da frente dela para ir dormir.
Combinamos que ele só poderia ir para o quarto dos fundos depois de fazer todas as lições.
- Certo, certo.
- Eu não ligava muito para ela. Só para ver um futebol ou política. Naquele tempo, tinha política. Minha mulher também não via muito. Um programa humorístico, de vez em quando. Noites Cariocas… Lembra de Noites Cariocas?
- Lembro vagamente. O senhor vai querer mais alguma coisa? E me serve mais um destes. Depois decidimos que ela podia ficar na copa. Aí ela já estava mais crescidinha. Jantávamos com ela ligada, porque tinha um programa que o garoto não queria perder. Capitão Qualquer Coisa. A empregada também gostava de dar uma espiada. José Roberto Kely. Não tinha um José Roberto Kely?
- Não me lembro bem. O senhor não me leva a mal, mas não posso servir mais nada depois deste. Vamos fechar.
- Minha mulher nem sonhava em botar ela na sala. Arruinaria toda a decoração. Nessa época já tinha nascido o nosso segundo filho e ele só ficava quieto, para comer, com ela ligada. Quer dizer, aos poucos ela foi afetando os hábitos da casa. E então surgiu um personagem novo nas nossas casas que iria mudar tudo. Sabe quem foi?
- Quem?
- O Sheik de Agadir. Eu, se quisesse, poderia processar o Sheik de Agadir. Ele arruinou o meu lar.
- Certo. Vai querer a conta?
- Minha mulher se apaixonou pelo Sheik de Agadir. Por causa dele, decidimos que ela poderia ir para a sala de visitas. Desde que ficasse num canto, escondida, e só aparecesse quando estivesse ligada. Nós tínhamos uma vida social intensa. Sempre iam visitas lá em casa. Também saíamos muito. Cinema, Teatro, jantar fora. Eu continuava só vendo futebol e notícia. Mas minha mulher estava sucumbindo depois do Sheik de Agadir, não queria perder nenhuma novela.
- Certo. Aqui está a sua conta. Infelizmente temos que fechar o bar.
- Eu não quero a conta. Quero outra bebida. Só mais uma.
- Está bem… Só mais uma.
- Nosso filho menor, o que nasceu depois do Sheik de Agadir, não saía da frente dela. Foi praticamente criado por ela. É mais apegado a ela do que à própria mãe. Quando a mãe briga com ele, ele corre pra perto dela pra se proteger. Mas onde é que eu estava? Nas novelas. Minha mulher sucumbiu às novelas. Não queria mais sair de casa. Quando chegava visita, ela fazia cara feia. E as crianças, claro só faltavam bater em visita que chegasse em horário nobre. Ninguém mais conversava dentro de casa. Todo mundo de olho grudado nela. E então aconteceu outra coisa fatal. Se arrependimento matasse…
- Termine a sua bebida, por favor. Temos que fechar.
- Foi a copa do mundo. A de 74. Decidi que para as transmissões da copa do mundo ela deveria ser bem maior. E colorida. Foi a minha ruína. Perdemos a copa, mas ela continua lá, no meio da sala. Gigantesca. É o móvel mais importante da casa. Minha mulher mudou a decoração da casa para combinar com ela. Antigamente ela ficava na copa para acompanhar o jantar. Agora todos jantam na sala para acompanhá-la.
- Aqui está a conta.
- E, então, aconteceu o pior. Foi ontem, hora do Dancin´Days e bateram na porta. Visitas. Ninguém se mexeu. Falei para a empregada abrir a porta, mas ela fez “Shhh!” sem tirar os olhos da novela. Mandei os filhos, um por um, abrirem a porta, mas eles nem me responderam. Comecei a me levantar. E então todos pularam em cima de mim. Sentaram no meu peito. Quando comecei a protestar, abafaram o meu rosto com a almofada cor de tijolo que minha mulher comprou para combinar com a maquiagem da Júlia. Só na hora do comercial, consegui recuperar o ar e aí sentenciei, apontando para ela ali, impávida no meio da sala: “Ou ela, ou eu!”. O silêncio foi terrível.
- Está bem… mas agora vá para casa que precisamos fechar. Já está quase clareando o dia…
- Mais tarde, depois da Sessão Coruja, quando todos estavam dormindo, entrei na sala, pé ante pé. Com a chave de parafuso na mão. Meu plano era atacá-la por trás, abri-la e retirar uma válvula qualquer. Não iria adiantar muita coisa, eu sei. Eles chamariam um técnico às pressas. Mas era um gesto simbólico. Ela precisava saber quem é que mandava dentro de casa. Precisava saber que alguém não se entregava completamente a ela, que alguém resistia. E então, quando me preparava para soltar o primeiro parafuso, ouvi a sua voz. “Se tocar em mim você morre”. Assim com toda a clareza. “Se tocar em mim você morre”. Uma voz feminina, mas autoritária, dura. Tremi. Ela podia estar blefando, mas podia não estar. Agi depressa. Dei um chute no fio, desligando-a da tomada e pulei para longe antes que ela revidasse. Durante alguns minutos, nada aconteceu.
Então ela falou outra vez. “Se não me ligar outra vez em um minuto, você vai se arrepender”. Eu não tinha alternativa. Conhecia o seu poder. Ela chegara lá em casa pequenininha e aos poucos foi crescendo e tomando conta. Passiva, humilde, obediente. E vencera. Agora chegara a hora da conquista definitiva. Eu era o único empecilho à sua dominação completa. Só esperava um pretexto para me eliminar com um raio catódico. Ainda tentei parlamentar. Pedi que ela poupasse a minha vida. Perguntei o que ela queria, afinal. Nada. Só o que ela disse foi “Você tem 30 segundos”.
- Muito bem. Mas preciso fechar. Vá para casa.
- Não posso.
- Por quê?
- Ela me proibiu de voltar lá.
VERÍSSIMO, Luís Fernando . O Nariz e Outras Crônicas. São Paulo: Editora Ática. Coleção Para Gostar de Ler. p. 85.
Considerando os gêneros textuais, a crônica Ela constitui-se de